Andiva ivantsovi é um fóssil Ediacarano, presumivelmente um animal triblástico bilateral. O primeiro espécime de A. ivantsoni foi descoberto em 1977, na seção Ediacarana dos depósitos siliciclásticos da formação Ust’-Pinega, na região de Arkhangelsk, na Costa de Inverno do Mar Branco, na Rússia. O espécime foi inicialmente identificado como um fragmento de uma grande Dickinsonia elongata.[1][2] Após nova coleta de espécimes, em 1994, foi descrito como uma nova espécie, em um novo gênero por Mikhail Fedonkin, em 2002.[3] Andiva viveu cerca de 555 milhões de anos atrás. Fósseis de Andiva também ocorrem no sul da Austrália.[3][4] Todos os fósseis conhecidos de Andiva são moldes externos.[5]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAndiva ivantsovi
Ocorrência: Ediacarano, cerca de 555 Ma
Fóssil de A. ivantsovi
Fóssil de A. ivantsovi
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Proarticulata
Género: † Andiva
Espécie: A. ivantsovi
Nome binomial
† Andiva ivantsovi
(Fedonkin, 2002)

Taxonomia editar

 
Esboço de A. ivantsovi

Morfologia editar

A. ivantsovi tem entre 6 a 10 cm de comprimento e 4 a 5,5 cm de largura. É perfeitamente bilateral, com uma carapaça tipo escudo, alongada, com a parte anterior larga e a posterior estreita. Sua franja anterior é lisa e seguida por uma superfície extensa coberta por estrias finas e uma sutura. Regularmente espaçadas em ambos os lados da estreita crista medial, a sutura e as estrias se dobram paralelamente à franja anterior em forma de ferradura. A curvatura das estrias muda anteroposteriormente de quase transversal, arqueada e paralela à anterior, longitudinal e paralela à crista medial. A largura de uma estria individual, uniforme ao longo de seu comprimento, aumenta ligeiramente em sua extremidade distal, dobrando as partes distais das estrias em um grau crescente em direção à extremidade anterior para fazer estruturas semelhantes a ganchos nos lados laterais da carapaça.[3]

Associação editar

Andiva é encontrado freqüentemente junto com outros gêneros da biota Ediacarana, como Dickinsonia, Yorgia, Kimberella, Brachina, Parvancorina, Tribrachidium e outros.[3]

Filogenética editar

Morfologicamente, Andiva lembra mais Ovatoscutum, Chondroplon e, mais distante, Dickinsonia, como parte do proposto filo Proarticulata.[3] Archaeaspinus e Cyanorus também foram comparados a ele.[6]

Jerzy Dzik[5] inclui Andiva nos Dipleurozoa (Harrington et Moore, 1955), com Chondroplon como parente mais próximo, separado de Dickinsonia e mais próximo de Yorgia, Praecambridium, Archaeaspinus e Vendia, uma vez que todos eles compartilham uma câmara medial dorsal dextralmente dobrada.

Cladograma das relações entre Dipleurozoa, segundo Dzik (2003)[5]
Dipleurozoa

Dickinsonia

Spriggina

Yorgia, Praecambridium, Archaeaspinus, Vendia

Chondroplon, Andiva


Referências editar

  1. Fedonkin, M. A. (1990). «Systematic description of the Vendian Metazoa.». In: Sokolov, Boris S.; Iwanowski, Andrew B. The Vendian system. Vol. 1: Paleontology. Berlim, Alemanha: Springer-Verlag Berlin and Heidelberg GmbH & Co. KG. p. 71-120. ISBN 9783642750656 
  2. Fedonkin, M. A. (1992). «Vendian faunas and the early evolution of Metazoa.». In: Lipps, Jere H.; Signor, Philip W. Origin and early evolution of the Metazoa. Vol. 10: Topics in GeoBiology. New York, NY, EUA: Springer Science+Business Media. p. 87-129. ISBN 9780306440670 
  3. a b c d e Fedonkin, M. A. (2002). «Andiva ivantsovi gen. et sp. n. and related carapace‐bearing Ediacaran fossils from the Vendian of the Winter Coast, White Sea, Russia». Italian Journal of Zoology. 69 (2): 175-181. doi:10.1080/11250000209356456 
  4. Gehling, J. G.; Droser, M. L. (2009). «Textured organic surfaces associated with the Ediacara biota in South Australia».  Earth-Science Rev. 96 (3): 196-206. doi:10.1016/j.earscirev.2009.03.002 
  5. a b c Dzik, J. (2003). «Anatomical Information Content in the Ediacaran Fossils and Their Possible Zoological Affinities». Integrative and Comparative Biology. 43 (1): 114–126 
  6. Ivantsov, A. Yu. (2004). «New Proarticulata from the Vendian of the Arkhangel'sk Region». Paleontological Journal. 38 (3): 247-253