Anita Lucchesi é uma historiadora brasileira considerada inauguradora dos estudos sobre história digital no Brasil e premiada pela Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia. É membro-fundadora da Rede Brasileira de História Pública, filiada à Federação Internacional de História Pública e foi Coordenadora Adjunta da área de Ciências Humanas e da Natureza no Programa Nacional do Livro Didático. Atualmente é coordenadora de Referência e Pesquisa da Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA Museu), em Itu, São Paulo.

Carreira editar

Formou-se historiadora, com intercâmbio na Universidade de Florença, e mestra em história na Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em história na Universidade de Luxemburgo.[1]

Em 2013, seu trabalho intitulado Historiografia em Rede: História, Internet e Novas Mídias: Preocupações e questionamentos para historiadores do século XXI foi premiada pela Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia. Sua pesquisa é considerada inaugural para os estudos da história digital no Brasil, sendo Lucchesi uma das principais referências para os estudos da historiografia digital.[2][3]

Em 2016, foi Coordenadora Adjunta da área de Ciências Humanas e da Natureza no Programa Nacional do Livro Didático, onde trabalhou como parecerista dos livros de história entre 2014 e 2015.[2] Em 2017, foi eleita tesoureira da Federação Internacional de História Pública.[4] Em 2021, passou a coordenar o departamento de Pesquisa e Referência da Fábrica de Arte Marcos Amaro.[1]

Memorecord editar

Lucchesi criou, em maio de 2018, um site chamado Memorecord, onde reuniu depoimentos de imigrantes, para sua tese de doutorado. Nas redes sociais, estas pessoas compartilhavam fotos e vídeos seguidos de depoimentos e da hashtag #Memorecord. O site é considerado uma forma de trabalho com a memória relativa à imigração em diálogo com as plataformas digitais e de aproximar as pessoas do sentimento de viver em um lugar de onde não se é nativo.[5] O método de crowdsourcing, utilizado para o recolhimento e disponibilização dos depoimentos, foi considerado inovador na historiografia. [6][7]

De acordo com Lucchesi, a criação do Memorecord teve caráter experimental, utilizando a migração com estudo de caso para a investigação de métodos alternativos de pesquisa histórica em ambiente digital. Uma das principais características do trabalho foi dar aos indivíduos a chance de contar suas próprias histórias, como protagonistas de seus depoimentos.[6]

Referências

  1. a b Periscópio, Jornal (18 de julho de 2021). «FAMA lança programa Fábrica São Pedro». Consultado em 15 de agosto de 2021 
  2. a b Soares, Fagno da Silva (1 de agosto de 2017). «CLIO ENTRE A DIGITAL HISTORY E A STORIOGRAFIA DIGITALE: a oficina historiográfica de Anita Lucchesi e suas contribuições à história digital no Brasil». Revista Observatório (5): 669–715. ISSN 2447-4266. doi:10.20873/uft.2447-4266.2017v3n5p669. Consultado em 15 de agosto de 2021 
  3. «História Digital é tema de dossiê de revista acadêmica». 9 de agosto de 2017. Consultado em 15 de agosto de 2021 
  4. Noiret, Serge. «The IFPH has a new Treasurer, Anita Lucchesi from Brazil, Italy and Luxembourg». IFPH-FIHP (em inglês). Consultado em 15 de agosto de 2021 
  5. «Historiadora brasileira quer guardar as memórias dos imigrantes no Luxemburgo». Luxemburger Wort - Edição em Português. 18 de fevereiro de 2019. Consultado em 15 de agosto de 2021 
  6. a b Impact. «Harvesting history». Consultado em 15 de agosto de 2021 
  7. «Mosaik der Erinnerungen: Anita Lucchesi untersucht die Migration in Luxemburg». www.tageblatt.lu (em alemão). Consultado em 15 de agosto de 2021 

Ligações externas editar

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