António Coimbra Martins

político português (1927-2021)

António Antero Coimbra Martins GCIH (Lisboa, 30 de janeiro de 1927Paris, 19 de maio de 2021) foi um escritor, diplomata, político e intelectual português.

António Coimbra Martins
António Coimbra Martins
António Coimbra Martins
Ministro(a) de Portugal
Período IX Governo Constitucional
  • Ministro da Cultura
Antecessor(a) Francisco Lucas Pires
Sucessor(a) Manuel Maria Carrilho
Dados pessoais
Nascimento 30 de janeiro de 1927
Lisboa, Portugal
Morte 19 de maio de 2021 (94 anos)
Paris, França
Partido PS

Percurso académico, político e diplomático editar

Formado em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, foi professor do ensino secundário e leitor de Português nas Universidades de Montpellier, Aix-Marselha e Paris, após o que ingressou como assistente na Faculdade de Letras de Lisboa, onde regeu a cadeira de Literatura Francesa. Criou em Paris, através da Fundação Calouste Gulbenkian, o Centro Cultural Português (1965). Por ocasião do 25 de Abril, era encarregado de conferências (chargé de conférences) na Escola Prática de Altos Estudos e mestre-assistente associado (maître-assistant associé) na Sorbonne.[1]

Foi membro ativo da Ação Socialista Portuguesa, embrião do Partido Socialista português, a que aderiu em 1964, e membro fundador do Partido Socialista, pertencendo, aliás à Comissão diretiva do mesmo antes da Revolução de Abril. Foi designado responsável pelos trabalhos da delegação portuguesa encarregada, em 1974, de preparar a reinserção de Portugal na UNESCO.

Em 1974, foi nomeado embaixador de Portugal em Paris, cargo que ocupou até julho de 1979. A sua atuação, no âmbito da diplomacia, salientou-se particularmente nas negociações decisivas, como as que envolveram o processo de integração portuguesa na Europa, a abertura das relações diplomáticas com a China ou o início de uma política inovadora em relação à emigração portuguesa em França, tendo sido eleito deputado da Emigração/Europa pelo Partido Socialista em 1983.[2]

Ocupou o cargo de Ministro da Cultura no IX Governo Constitucional de 9 de junho de 1983 a 6 de novembro de 1985 e foi deputado por Vila Real em 1985. Foi deputado europeu de 1986 a 1994 e fez parte do Grupo Socialista no Parlamento Europeu.[3]

Foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (9 de junho de 1997)[4] e, pelo governo francês, Comendador da Ordem das Artes e das Letras, Grande-Oficial da Ordem Nacional do Mérito e Grande-Oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra.[5]

Morreu a 19 de maio de 2021, em Paris.[6]

Bibliografia editar

  • Ensaios Queirosianos (1967)
  • De Castilho a Pessoa: Achegas para Uma Poética Histórica Portuguesa, inserido no Bulletin des Études Portugaises (1969)
  • Esperanças de Abril (1981)
  • Correia, Castanheda e as "diferenças" da Índia (1983)

Obras francesas traduzidas[7]

  • Jean de la lune, de Marcel Achard (joué, non publié)
  • Huis-clos, de Jean Paul Sartre (d’abord censuré, puis joué, non publié)
  • La nausée, de Jean Paul Sartre (Edições Europa-América)
  • Les mains sales, de Jean Paul Sartre, (Edições Europa-América)
  • Les séquestrés d’Altona, de Jean Paul Sartre (Edições Europa-América)

Referências

  1. «Biografia da DGLAB». Consultado em 13 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 17 de setembro de 2016 
  2. «Nota da DGLAB». Consultado em 13 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 17 de setembro de 2016 
  3. Parlamento europeu
  4. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Coimbra Martins". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 9 de julho de 2019 
  5. «Siza Vieira agraciado com a Comenda das Artes e das Letras Francesas». https://espacodearquitetura.com/. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  6. Morreu António Coimbra Martins, um dos fundadores do PS, DN 19.05.2021
  7. Nota bibliográfica

Funções governamentais exercidas editar

Precedido por
Francisco Lucas Pires
(como ministro da Cultura e Coordenação Científica)
Ministro da Cultura
IX Governo Constitucional
1983 – 1985
Sucedido por
João de Deus Pinheiro
(como ministro da Educação e Cultura)
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