António Manuel

escultor, pintor, gravador e desenhista brasileiro de origem portuguesa

Antonio Manuel da Silva Oliveira (Avelãs de Caminho, 22 de outubro de 1947) é um escultor, pintor, gravador e desenhista português.[1]

António Manuel
Nome completo Antonio Manuel da Silva Oliveira
Nascimento 22 de outubro de 1947 (76 anos)
Avelãs do Caminho, Anadia
Portugal Portugal
Nacionalidade português
Ocupação artista plástico, ilustrador, Escultor

Desembarca no Brasil em 1953 e radica-se com a família no Rio de Janeiro. Em meados da década de 1960, estuda na Escolinha de Arte do Brasil (EAB), com Augusto Rodrigues (1913-1993), e frequenta o ateliê de Ivan Serpa (1923-1973). Na mesma época, é também aluno ouvinte da Escola Nacional de Belas Artes (Enba). No início, utiliza o jornal e sua matriz — o flan — como suporte para seus trabalhos. Realiza interferências e inventa notícias, nas quais aborda temas políticos e discussões estéticas.[1] Em 1968, na exposição Apocalipopótese, organizada por Hélio Oiticica (1937-1980) e Rogério Duarte (1939), apresenta as Urnas Quentes — caixas de madeira lacradas que deveriam ser arrebentadas pelo público. Em 1970, Antonio Manuel propõe o próprio corpo como obra, no Salão de Arte Moderna, realizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). Posteriormente, produz vários filmes de curta-metragem, como Loucura & Cultura (1973) e Semi-Ótica (1975). A partir da década de 1980, realiza pinturas de caráter abstrato-geométrico, nas quais explora as ortogonais e a sugestão de labirinto.[1]

Em 1994, apresenta a primeira versão da instalação Fantasma que, como outras obras do artista, solicita uma reflexão sobre o contexto social e político brasileiro.[1] A instalação “Fantasma” é composta por dezenas de pedaços de carvão, suspensos por fios de nylon, que parecem flutuar no espaço. O público é convidado a percorrer a instalação, podendo ser tocado ou marcado pelas peças de carvão. No meio da instalação, há a fotografia de uma testemunha da chacina na favela de Vigário Geral (1993), encapuzada e cercada por microfones da imprensa. Lanternas iluminam a imagem. Apresentada inicialmente em 1994, na Galeria de Arte IBEU, no Rio de Janeiro, e depois mostrada na 24ª Bienal de São Paulo, no museu Jeu de Paume, em Paris, no Museu Serralves, em Portugal, e no museu Guggenheim, em Nova York, a obra foi adquirida pela MAM Rio em 2001, a partir do Programa Petrobras Artes Visuais.[2]

Referências

  1. a b c d «Antonio Manuel - Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 26 de junho de 2016 
  2. «Instalações participativas e pinturas de Antonio Manuel no MAM». ArtRio. Consultado em 26 de junho de 2016. Arquivado do original em 19 de setembro de 2016