António de Alcáçova Carneiro

Conjurado de 1640

D. António de Alcáçova Carneiro, 10.º alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela[1] (um cargo hereditário na família Silva desde a 1.ª metade do século XV, que passara por casamento para os Alcáçova Carneiro[2]), foi um dos Quarenta Conjurados da revolução do 1 de Dezembro de 1640 que restabeleceu a Independência de Portugal em relação ao jugo de Castela.[3]

D. António de Alcáçova Carneiro
Alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela
António de Alcáçova Carneiro
O Castelo de Ouguela, cuja Alcaidaria D. António de Alcáçova Carneiro herdou
Nascimento 1608
Morte depois de 1653
Pai D. Pedro de Alcáçova Carneiro
Mãe D. Maria Benedita de Noronha
Ocupação Fidalgo, Militar

Serviu também na Índia, onde foi "Capitão do Norte".

Dados genealógicos editar

Foi baptizado em 10 de Janeiro de 1608, na freguesia do Sacramento, em Lisboa.

Era filho de D. Pedro de Alcáçova Carneiro (que era neto de outro Pedro ou Pêro de Alcáçova Carneiro,[4] 1.º conde de Idanha-a-Nova, por carta de 2 de janeiro de 1584 de Filipe I de Portugal), com D. Maria Benedita de Noronha. O pai de D. Maria Benedita, D. Gil Eanes da Costa, (1543 - 1612),[5] fora um renomado político e mecenas da época.

Casou a 1.ª vez com:

  • D. Maria da Costa, sua prima irmã, filha de D. Rodrigo da Costa (tio materno de D. António), capitão-mór do mar da Índia, "onde morreu pelejando em 1633",[6] e D. Joana de Sousa, sem geração.

Casou pela 2.ª vez, em Lisboa, em 8 de Setembro de 1653, com:

Como não deixou geração - e a descendência de seu tio paterno, D. Manuel Lobo Carneiro, acabaria por se extinguir no final do século XVIII - a representação dos Alcaides de Campo Maior e Ouguela, veio a recair em sua tia paterna, D. Maria de Alcáçova Carneiro, que casou três vezes, duas das quais com descendência.[7]

Do primeiro casamento, com Lopo de Brito, morgado de Valbom (que não deve ser confundido com seu avô e homónimo, Lopo de Brito,[8] 2.º capitão de Ceilão, de 1518 a 1522), da varonia dos Britos, senhores dos morgados de Santo Estevão, em Beja,[8] e de São Lourenço ou Santa Ana,[9] em Lisboa[10] teve como filha herdeira e sucessora D. Maria de Brito e Alcáçova,[11] que casou com D. Francisco de Azevedo e Ataíde,[11] senhor das honras de Barbosa e Ataíde, e mestre de campo general do exército de Entre Douro e Minho;[7] com sucessão, nos senhores desta casa.[12][13]

Do seu terceiro casamento, com Jerónimo Correia Baharém, D. Maria de Alcáçova teve também geração[7]: um filho, António Correia Baharém[14] (com descendência, nos condes da Lousã) e uma filha, D. Joana, casada com António Lobo de Saldanha, com descendência[15] nos condes das Galveias.

Referências

  1. Salazar y Castro, Luís de (1685). Historia genealogica de la casa de Silva, II Parte (em espanhol). Madrid: [s.n.] p. 113 
  2. Freire, Anselmo Braamcamp (1927). Brasões da Sala de Sintra, Livro Segundo, 2.ª edição. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. p. 19 
  3. «Relação de tudo o que passou na felice Aclamação do mui Alto & mui Poderoso Rei Dom João o Quarto, nosso Senhor, cuja Monarquia prospere Deos por largos anos». Texto publicado em 1641, sem indicação do autor, impresso à custa de Lourenço de Anveres e na sua oficina (atribuído ao Padre Nicolau da Maia de Azevedo)
  4. Ramos, Maria Cecília Costa Veiga de Albuquerque (2009). O Secretário dos despachos e coisas da Índia, Pero de Alcáçova Carneiro (dissertação d\e Mestrado) (PDF). Lisboa: Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Departamento de História. pp. 96 – 121 
  5. Serrão, Vitor (2013). «O mecenato artístico de D. Gil Eanes da Costa (1543-1612): a capela privada no Mosteiro dos gracianos de Santarém e o seu retábulo.». Rosa, Maria de Lurdes, coordenadora – D. Álvaro da Costa e a sua descendência, séculos XV e XVII: poder, arte e devoção. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, 2013. academia.edu. pp. 293 – 309. Consultado em 18 de agosto de 2019 
  6. Salazar y Castro, op. cit., p. 113
  7. a b c Salazar y Castro, op. cit., p. 112
  8. a b Instituto Português de Heráldica (1985). Anuário da Nobreza de Portugal, III, Tomo II. Lisboa: Livraria Ferin. p. 215 
  9. «Autos de conta de capela de Cristóvão de Brito - Local de instituição: Igreja de Santa Ana e igreja do convento de São Francisco de Xabregas Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 8 de setembro de 2020 
  10. «Morgado de Santa Ana - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 2 de novembro de 2019 
  11. a b Sousa, D. António Caetano de (1745). História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Tomo XI (PDF). Lisboa: Régia Oficina Sylviana e da Academia Real. p. 839. Consultado em 17 de agosto de 2019 
  12. Cardoso, Augusto--Pedro Lopes (2021). D. Francisco de Azevedo e Ataíde: Subsídios para a sua biografia. Coimbra: Imprensa da Universidade. pp. 104 – 112 
  13. «(D.) Miguel Vaz Guedes de Ataíde Azevedo e Brito, carta de senhorio da Honra de Barbosa - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  14. «Diligência de habilitação de António de Alcáçova Carneiro Correia Baharem, filho de Jerónimo Correia Baharem - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  15. «Diligências de habilitação de Martinho Lobo de Saldanha, filho de António Lobo de Saldanha e Joana de Alcáçova - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 11 de setembro de 2020 

Ligações externas editar