Aplysia fasciata

espécie de molusco

A Aplysia fasciata, comummente conhecida como lesma-do-mar-negra,[3][4] é uma espécie de molúsculo gastrópode opistobrânquio marinho, da família Aplysiidae.

Aplysia fasciata
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Heterobranchia
Clado: Euopisthobranchia
Clado: Anaspidea
Superfamília: Aplysioidea
Família: Aplysiidae
Gênero: Aplysia
Espécies:
A. fasciata
Nome binomial
Aplysia fasciata
Poiret, 1789
Sinónimos[1][2]
  • Aplysia brasiliana Rang, 1828
  • Aplysia willcoxi Heilprin, 1887
  • Aplysia winneba Eales, 1957
  • Aplysia limacina
  • Tethys floridensis Pilsbry, 1895
  • Tethys willcoxi (Heilprin, 1887)

Nomes comuns editar

Esta espécie dá ainda pelos seguintes nomes comuns: lebre-do-mar-negra[3], devido à existência de dois rinóforos (antenas cefálicas) na cabeça, que se assemelham às orelhas de lebre; e vinagreira-negra[3], devido à cor purpura do líquido não tóxico que libertam quando estão em stress.[5]

Distribuição editar

Encontra-se presente no Atlântico Oriental, desde França até Angola, passando por Cabo Verde[6] e marcando também presença no mar Mediterrâneo.[3]

Portugal editar

É muito comum em Portugal durante os meses de verão e na zona de entre-marés, em povoamentos de algas e de zostera, sendo inclusive, possível encontrá-los em aglomerados de vários indivíduos.[4] Em geral, os grupos de lesmas-do-mar-negras tendem a concentrar-se em zonas bem providas de Laminariales, pelo que se crê que essa variedade de plantas marinhas possa desempenhar um importante contributo no desenvolvimento das lesmas-do-mar-negras, desde a fase de larva até à fase juvenil.[7]

Descrição editar

Caracterizam-se pelo corpo de coloração em tons de negro ou de castanho-escuro.[8] Dispõem de parapódios separados, tanto posterior como anteriormente.[4]

Tanto os rinóforos, como os parapódios costumam estar orlados por uma risca laranja ou vermelha.[8] Por vezes, alguns espécimes podem estar dotados de pequenos ocelos claros na face interior dos parapódios ou mesmo no corpo inteiro.[9]

Esta é a maior espécie do género Aplysia e também um dos maiores opistobrânquios que se podem encontrar em águas portuguesas, alcançando comprimentos máximos na ordem dos 40 centímetros e pesando até 1,5 kg.[10]

Estes animais costumam deslocar-se sobre o fundo, mas também podem nadar, utilizando os parapódios como barbatanas.[4][9]

Dieta editar

São herbívoros,[10] alimentando-se mormente de um vasto leque de algas castanhas, vermelhas e verdes, com particular preferência pela alface-do-mar.[7] As lesmas-do-mar-negras são capazes de se alimentar tanto em movimento, como paradas.[7]

Sinonímia editar

Há autores que defendem que a espécie Aplysia brasiliana, endémica do litoral atlântico americano, será a mesma que a Aplysia fasciata e que a diferença entre as duas assenta apenas num simples padrão de variação cromática.[11]

Referências

  1. Aplysia fasciata Poiret, 1789. Consultado através de: World Register of Marine Species em 8 January 2019.
  2. Medina M., Collins T. & Walsh P. J. (2005). "Phylogeny of sea hares in the Aplysia clade based on mitochondrial DNA sequence data". Bulletin of Marine Science 76(3): 691-698. PDF.
  3. a b c d «Aplysia fasciata». Museu Virtual Biodiversidade. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  4. a b c d «Aplysia fasciata - Página de Espécie • Naturdata - Biodiversidade em Portugal». Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  5. «sea-hares». wildlifeextra.com. Consultado em 11 de janeiro de 2013 
  6. Rolán, Emilio (2005). Malacological fauna from the Cape Verde archipelago, Polyplacophora and Gastropoda Polyplacophora and Gastropoda (em inglês). [S.l.: s.n.] OCLC 493795111 
  7. a b c Susswein, A. J.; Gev, S.; Achituv, Y.; Markovich, S. (maio de 1984). «Behavioral patterns of Aplysia fasciata along the Mediterranean coast of Israel». Behavioral and Neural Biology (1): 7–22. ISSN 0163-1047. PMID 6547833. doi:10.1016/s0163-1047(84)90667-8. Consultado em 19 de janeiro de 2022 
  8. a b «(PDF) Antimicrobial activity of the sea hare (Aplysia fasciata) collected from the Egyptian Mediterranean Sea, Alexandria». ResearchGate (em inglês). doi:10.21608/ejabf.2020.98019. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  9. a b Bebbington, A. (Agosto de 1973). «Locomotion in Aplysia (Gastropoda, Opisthobranchia)». Oxford Academic. Journal of Molluscan Studies (40): 399-405. doi:10.1093/oxfordjournals.mollus.a065237 
  10. a b Que espécie é esta: Vinagreira, por Helena Geraldes, Wilder, 4.08.2020
  11. «Aplysia fasciata explained». everything.explained.today. Consultado em 19 de janeiro de 2022