Argumentum ad verecundiam

Falácia argumentativa onde se afirma que está certo apenas por ser uma suposta autoridade

Um argumento de autoridade (argumentum ab auctoritate), também chamado de apelo à autoridade, ou argumentum ad verecundiam, é uma forma de argumento em que a opinião de uma autoridade sobre um tópico é usada como evidência para apoiar um argumento.[1] Alguns consideram que é usado de forma convincente se todos os lados de uma discussão concordarem sobre a confiabilidade da autoridade no contexto dado,[2][3]e outros consideram uma falácia citar as opiniões pessoais de uma autoridade sobre um tópico discutido como meio de apoiar um argumento.[4]

Estrutura lógica editar

  • "A" afirma a proposição "B".
  • Há algo de positivo em relação a "A".
  • Portanto, a proposição "B" é verdadeira.

Exemplos editar

  • O grande psicanalista Freud fumava, então o fumo deve ser bom.
    • O argumento não leva em conta que apesar de Freud ser uma autoridade em psicanálise, ele não é uma autoridade nos efeitos possíveis do fumo no organismo, nem, também, que o próprio Freud teve câncer devido ao fumo.

Observação editar

Nem todo argumento baseado na autoridade de um especialista é, por consequência disso, uma falácia. A maior parte de nosso conhecimento em ciências, filosofia, artes, religião, tecnologia e em quaisquer outras áreas está baseado no trabalho e opiniões de especialistas. Se algumas regras básicas forem respeitadas, um argumento de autoridade pode ser considerado um bom argumento:

  1. O especialista (a autoridade) invocado tem de ser um bom especialista da matéria em causa.
  2. Os especialistas da matéria em causa não podem discordar significativamente entre si quanto à afirmação em causa.
  3. Só podemos aceitar a conclusão de um argumento de autoridade se não existirem outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da conclusão contrária.
  4. Os especialistas da matéria em causa, no seu todo, não podem ter fortes interesses pessoais na afirmação de que se trata.

Argumentos de autoridade são despropositados quando existe outra forma mais direta de sustentar uma conclusão do que a invocação de um especialista. Ondas gravitacionais por exemplo podem ser comprovadas através do LIGO, um observatório de ondas gravitacionais por interferômetro laser.[5]


Referências

  1. «Fallacies». The Writing Center • University of North Carolina at Chapel Hill (em inglês). Consultado em 13 de outubro de 2022 
  2. Lewiński, Marcin (1 de agosto de 2008). «Comments on 'Black Box Arguments'». Argumentation (em inglês) (3): 447–451. ISSN 1572-8374. doi:10.1007/s10503-008-9095-x. Consultado em 13 de outubro de 2022 
  3. Eemeren, Frans H. van; Eemeren, Frans Hendrik (2010). Strategic Maneuvering in Argumentative Discourse: Extending the Pragma-dialectical Theory of Argumentation (em inglês). [S.l.]: John Benjamins Publishing 
  4. Sadler, Troy D. (7 de dezembro de 2006). «Promoting Discourse and Argumentation in Science Teacher Education». Journal of Science Teacher Education (4): 323–346. ISSN 1046-560X. doi:10.1007/s10972-006-9025-4. Consultado em 13 de outubro de 2022 
  5. João Branquinho; Desidério Murcho e Nelson Gonçalves Gomes (2006). Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos. São Paulo: Martins Fontes  pp. 50-1. [em linha]

Ver também editar

Ligações externas editar

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