Ariel (satélite natural)

satélite natural de Urano
 Nota: Para outros significados de Ariel, veja Ariel (desambiguação).

Ariel (air'-ee-əl, AFI[ˈɛəriəl]) é um dos cinco satélites naturais (lua) do planeta Urano descoberto em 24 de outubro de 1851 por William Lassell. Ariel foi descoberto juntamente com uma outra lua de Urano, Umbriel.

Ariel
Satélite Urano I
Características orbitais
Excentricidade 0,0012
Período orbital 2,520 d
Velocidade orbital média 5,52 km/s
Inclinação 0,260 °
Características físicas
Diâmetro equatorial 1.158 km
Área da superfície 4.211.300 km²
Massa 1,353 ± 0,120×1021 kg
Densidade média 1,66 ± 0,15 g/cm³
Gravidade equatorial 0,27 g
Período de rotação 2 d 12 h 28 m 48 s
Velocidade de escape 0,558 km/s
Albedo 0,39
Temperatura média: -215,2 ºC
Composição da atmosfera
Pressão atmosférica Inexistente

Nome editar

Ariel é o nome de um silfo (criatura mitológica) do poema "Rape of the Lock" de Alexandre Pope. Também é o nome do espírito que servia Próspero na peça teatral Tempestade de Shakespeare. O nome "Ariel" e o nome de todos os quatro satélites de Urano foram sugeridos por John Herschell em 1852 quando consultado por Lassel.[1] Lassell já tinha anteriormente endossado o esquema que Herschel usou para batizar em 1847 as sete então conhecidas luas de Saturno. Em 1848 quando Lassel descobriu a oitava lua de Saturno, ele a batizou com o nome Hipérion usando o mesmo esquema de Herschell. O adjetivo relativo a "Ariel" é "Arieliano".

Ariel também é chamado de Urano I (Uranus I).

Características físicas editar

As primeiras e ainda distantes observações de Ariel foram feitas pela sonda Voyager 2 durante seu voo ao redor de Urano em 1986. A Voyager 2 fez sua maior aproximação de Ariel em 24 de janeiro de 1986 e passou à 127 mil km da lua.[2] Devido ao fato de que somente o polo Sul de Ariel está virado para o Sol, somente o hemisfério sul pode ser fotografado (imageado).

Ariel é um satélite relativamente pequeno, mas, ainda sim tem como mérito ser a lua mais brilhante de Urano. Sua superfície é marcada por crateras e são encontrados também grandes vales em fendas que se estendem por toda superfície.

A composição de Ariel é de aproximadamente 70% de gelos (água congelada, dióxido de carbono em estado sólido, e possivelmente também gêlo de metano) e 30% de rochas compostas por silicatos. Alguns lugares de Ariel parecem estar cobertos por geada fresca, particularmente, em crateras mais recentes. A mais velha e maior unidade geológica observada em Ariel pela Voyager 2 foi uma vasta área de planícies craterizada no polo sul do satélite. A análise das crateras vistas nas planícies craterizadas de Ariel sugere que a maioria delas são mais recentes do que aquelas vistas em Titânia, Oberon, e Umbriel.[3] A maior cratera observada em ariel é a cratera Yangoor, com somente 78 km de secção, e mostra sinais de deformação desde sua formação. A Voyager 2 também observou uma rede de falhas geológicas, canyons, e estruturas em gêlo distribuídas ao longo das latitudes no meio do hemisfério sul de Ariel, quebrando a região de superfícies craterizadas. Os canyons provavelmente representam "grabens" formados por falhas extensionais. Matéria lisa e sulcos são vistos em várias partes da rede de vales de Ariel, sugerindo que o fundo dos canyons esteve coberto por gelo morno ejetado do interior de Ariel.[3]

Acredita-se que no passado, as atividades geológicas de Ariel tem sido provocadas por "aquecimento de maré" em um tempo quando sua órbita era mais excêntrica do que a atual. Nos primórdios de sua história, Ariel foi aparentemente capturado em uma ressonância orbital 4:1 com Titânia, de onde Ariel teria escapado.[4] A ressonância teria aumentado a excentricidade orbital; resultando em fricção de maré devido às forças de maré a partir de Urano teriam causado o aquecimento no interior de Ariel. No sistema de satélites de Urano, devido à ausência de achatamento do planeta, a o tamanho relativamente grande de seu satélites, escapar a partir de um movimento em ressonância média é muito mais fácil do que para os satélites de Júpiter ou Saturno.

Nomes oficiais têm sido dados aos seguintes tipos de falhas geológicas em Ariel:

  • Crateras de impacto
  • Chasmatas
  • Vales

Curiosidades editar

  • Em 26 de julho de 2006, o Hubble Space Telescope conseguiu capturar uma imagem de um raro trânsito de Ariel, quando o satélite passou por Urano. Durante o trânsito, o satélite projetou uma sombra que pode ser vistas sobre as nuvens de Urano. Tais eventos são raros e somente ocorrem por volta dos equinócios, quando o eixo de rotação do planeta está inclinado em 98° em relação ao plano orbital.

Ver também editar

Notas e referências editar

  1. http://adsabs.harvard.edu//full/seri/AN.../0034//0000169.000.html Adsabs.harvard.edu Retrieved on 6 de Janeiro de 2007
  2. Descrição da missão VoyagerVoyager. (Acessada em 27 de Maio de 2006)
  3. a b B. A. Smith et al. (1982). "Voyager 2 in the Uranian system - Imaging science results". Science 233: 43-64.
  4. W. C. Tittemore (1990). «Tidal Heating of Ariel». Icarus. 87: 110-139. doi:10.1016/0019-1035(90)90024-4 

Ligações externas editar