Ariosto da Riva

bandeirante paulista

Ariosto da Riva (25 de novembro de 1915, Agudos25 de julho de 1992, Alta Floresta) foi um proprietário rural e garimpeiro paulista, concentrou suas atividades nas zonas rurais dos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ariosto foi considerado o "último bandeirante do século XX" por David Nasser, devido ao seu papel na colonização e fundação de diversas cidades.[1]

Ariosto da Riva
Ariosto da Riva
Conhecido(a) por Colonizar o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
Nascimento 25 de novembro de 1915
Agudos, São Paulo
Morte 25 de julho de 1992 (76 anos)
Alta Floresta, Mato Grosso
Progenitores Mãe: Vitória Furlani da Riva
Pai: Ludovico da Riva
Cônjuge Helena da Riva
Filho(a)(s) Ludovico da Riva Neto
Vitória da Riva
Marília da Riva
Vicente da Riva

História editar

Ariosto da Riva nasceu em Agudos, interior de São Paulo, em 25 de novembro de 1915. Foi batizado com o nome de Batista Otoloni Ariosto da Riva, Era filho de pais italianos, Ludovico da Riva e Vitória Furlani da Riva. Seu pai era maestro e professor de música, e sua mãe dedicava-se totalmente aos trabalhos domésticos. Viveu com os pais até os 16 anos de idade, quando saiu para tentar a vida no garimpo de diamantes. Seu primeiro destino foi a região serrana do Espírito Santo, no município de Santa Teresa. De lá foi para Serra do Sincorá na Bahia, na Chapada Diamantina. Buscando diamantes, Ariosto foi para Diamantina, Minas Gerais.[2] Sempre atrás da maior gema de diamante possível, foi para o rio Maú, na Amazônia, atualmente na divisa entre o estado de Roraima, a Guiana e a Venezuela. Nessa região conseguiu acumular capital por meio das pedras preciosas e adquiriu uma porção de terra em Diamantina e voltou para Minas Gerais. Com os ganhos de capital melhorando e a acumulação acontecendo, o bandeirante adquiriu uma pequena propriedade de 15 hectares em Marília, em São Paulo, que possuía cerca de 1 mil pés de café.[2]

Mais tarde, trabalhando para o empresário Geremias Lunardelli, principal responsável pela colonização de boa parte do estado do Paraná, ele aprenderia os caminhos de sua definitiva profissão.[3]

Com Lunardelli, o empresário aprendeu que “terra boa não tem distância” e já na década de 1950, começou sua primeira experiência como desbravador de terras. Com um grupo de amigos, Ariosto fundou Naviraí em 1952,[4] município no atual estado do Mato Grosso do Sul.

Em 1966, comandou a expulsão de indígenas que viviam na terra Marãiwatsédé, em Mato Grosso. Foi ocupada uma área que já chegou a ter 1,7 milhão de hectares, formando a Fazenda Suiá-Missu.[5]

Em sua primeira experiência, muitas dúvidas e conflitos com indígenas, fizeram Ariosto reavaliar seus projetos na região sul de Mato Grosso. Dirigiu-se então para São Félix do Araguaia, onde permaneceu por pouco tempo. Logo o solo se mostrou impróprio para a agricultura, a base do sonho da colonização.[3][6]

Na década de 1970, comprou 418 mil hectares de terra de uma empresa do Rio de Janeiro, por um preço razoavelmente baixo, pois ninguém se atrevia a pensar em desbravar estas terras, onde não havia nenhum acesso terrestre, aéreo ou marítimo.

O Governo Federal do Brasil através de uma licitação, passou para o colonizador mais 400 mil hectares como incentivo ao desenvolvimento da região norte de Mato Grosso. Em 5 de outubro de 1973, Ariosto assinou a escritura dos 400 mil hectares adquiridos e que deram origem aos municípios de Alta Floresta, Paranaíta e Apiacás, no norte de Mato Grosso.[2][3]

Dessa iniciativa, surgiu a Integração, Desenvolvimento e Colonização (INDECO), empresa montada para iniciar o desbravamento e a atrair colonos do sudeste e sul do Brasil, maioria do Paraná e de São Paulo.[3]

Em 19 de maio de 1976, fundou a cidade de Alta Floresta, com o propósito de ter uma economia baseada na agricultura.[1] O município foi instalado três anos depois, em 18 de dezembro de 1979, tendo Wanderley Alves Pereira (PDS) nomeado pelo governador Frederico Campos (PDS) como seu primeiro prefeito.

Família editar

Em Diamantina, Minas Gerais, casou-se com a professora Helena e lá nasceram seus quatro filhos: Ludovico, Vitória, Marília e Vicente.

Ludovico da Riva Neto, no momento em que era candidato ao Governo de Mato Grosso pelo Partido Democrático Social (PDS), faleceu num acidente aéreo no município de Alto Araguaia, ano de 1990.[7]

Morte editar

Na madrugada de 25 de julho de 1992, aos, 76 anos, falece vítima de um enfarte agudo do miocárdio, no município de Alta Floresta.[8] De seus descendentes, restaram três após sua morte: Vicente da Riva, Marília da Riva e Vitória da Riva.

Homenagens editar

Mato Grosso editar

  • Lei nº 1579/2007,[9] sua data de nascimento é lembrada pelo "Dia do Pioneiro" em Alta Floresta.[10]

Mato Grosso do Sul editar

Referências

  1. a b cidades.ibge.gov.br https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mt/alta-floresta/historico. Consultado em 4 de dezembro de 2021  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. a b c «Alta Floresta: uma colônia de Ariosto da Riva em Mato Grosso». Novos Cadernos NAEA: https://periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/article/viewFile/2527/4091#:~:text=Em%205%20de%20outubro%20de,Alta%20Floresta%2C%20Parana%C3%ADta%20e%20Apiac%C3%A1s.  line feed character character in |titulo= at position 54 (ajuda)
  3. a b c d «Naviraí em Foco - Paulo Hamilton: Você sabe quem foi Ariosto da Riva?». www.naviraiemfoco.com.br. Consultado em 5 de dezembro de 2021 
  4. Paranaíta, Prefeitura de. «Prefeitura de Paranaíta». Prefeitura de Paranaíta. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  5. «Índios lutam para recuperar reserva invadida». Consultor Jurídico. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  6. Paranaíta, Prefeitura de. «Prefeitura de Paranaíta». Prefeitura de Paranaíta. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  7. «MidiaNews | Mato Grosso também já sofreu com tragédias eleitorais». MidiaNews. 21 de agosto de 2014. Consultado em 5 de dezembro de 2021 
  8. Paranaíta, Prefeitura de. «Prefeitura de Paranaíta». Prefeitura de Paranaíta. Consultado em 5 de dezembro de 2021 
  9. «Lei 1579/2007 — Câmara Municipal». www.altafloresta.mt.leg.br. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  10. «Dia do Pioneiro foi lembrado com homenagens na Praça Cívica». Prefeitura Municipal de Alta Floresta. Consultado em 4 de dezembro de 2021