Ástato
O ástato[2] (também conhecido como astatínio)[3] é um elemento químico de símbolo At, de número atómico igual a 85 (85 protões e 85 eletrões) e com massa atómica de aproximadamente [210] u. Pertence ao Grupo 17 da classificação periódica dos elementos e, à temperatura ambiente, encontra-se no estado sólido.
Atualmente há cerca de 31 gramas no planeta Terra, sendo assim o elemento mais raro conhecido.[4]
Características principais
editarEste elemento altamente radioativo comporta-se quimicamente como os demais halogênios, especialmente como o iodo, porém o ástato possui um caráter mais metálico. Pesquisadores do Laboratório Nacional de Brookhaven identificaram as reações e as medidas elementares que envolvem o ástato. A maioria das características do ástato são conhecidas através dos seus isótopos sintéticos.[5]
É o elemento mais pesado entre todos os halogênios e apresenta cinco estados de oxidação: +7. +5, +3, +1 e -1. Forma compostos com outros halogênios, tais como AtCl e AtI.[5]
Aplicações
editarSomente possui importância no campo teórico e não é conhecida uma aplicação prática para este elemento, provavelmente por ser tão radioativo que vaporiza por si mesmo quando acumulado em uma quantia apreciável.[6]
História
editarO ástato (do grego astatos, que significa "instável") foi primeiramente sintetizado em 1940 por Dale R. Corson, Kenneth Ross MacKenzie, e Emilio Gino Segre na Universidade da Califórnia, Berkeley, Estados Unidos, bombardeando bismuto com partículas alfa.[7][8]
Ocorrência e obtenção
editarSó existe na crosta terrestre e na forma de isótopos radioativos. A quantidade total presente na crosta é estimada em menos de 32 gramas, sendo considerado o elemento mais raro do mundo.[9] É encontrado em minerais de urânio e tório, porém em quantidades muito pequenas (traços).[10] Resulta do lento decaimento do urânio e do tório, por este pertencer à série radioativa destes elementos.
Os poucos microgramas de ástato sintéticos foram produzidos pelo bombardeamento do bismuto com partículas alfa de alta energia.[11]
Isótopos
editarOs isótopos do ástato (ou astatínio) variam do 191At ao 223At e todos são radioativos. O isótopo com meia-vida mais longa é o 210At, com somente 8,1 horas. O de menor meia-vida é o isótopo 213At, com 125 nanosegundos.[12]
Precauções
editarPor este ser altamente radioativo, deve ser manuseado apenas em investigações científicas e em condições especiais. A quantidade de ástato na natureza é tão pequena que não oferece risco à saúde humana. Entretanto, quando injetado em animais e por ser um halogênio, instala-se na glândula tiroide do mesmo modo que o iodo e há indicações de que seja altamente cancerígeno.[13]
Referências
- ↑ Júlio Carlos Afonso (17 de julho de 2011). «Elemento Químico | Astato» (PDF). qnesc.sbq.org.br. Consultado em 22 de fevereiro de 2025
- ↑ «ástato». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ «astatínio». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ «Qual é a substância química mais rara do universo?». Mega Curioso - As curiosidades mais interessantes estão aqui. 13 de julho de 2013. Consultado em 2 de setembro de 2021
- ↑ a b admin (19 de maio de 2016). «Astato». Portal São Francisco. Consultado em 2 de setembro de 2021
- ↑ Carlos Eduardo Ferreira (13 de julho de 2013). «Qual é a substância química mais rara do universo?». megacurioso.com. Consultado em 15/01/2017.
- ↑ Hans-Jürgen, Quadbeck-Seeger (2008). World of the Elements: Elements of the World. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons. p. 74
- ↑ «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 23 de agosto de 2017. Consultado em 2 de setembro de 2021
- ↑ Lide, David R. (2004). CRC handbook of chemistry and physics : a ready-reference book of chemical and physical data. Internet Archive. [S.l.]: Boca Raton : CRC Press
- ↑ Asimov, Isaac (1957). Only a Trillion (em inglês). [S.l.]: Abelard-Schuman
- ↑ Gopalan, R. (2009). Inorganic Chemistry for Undergraduates (em inglês). [S.l.]: Universities Press
- ↑ «The NUBASE evaluation of nuclear and decay properties». Audi, Georges; Bersillon, Olivier; Blachot, Jean; Wapstra, Aaldert Hendrik. The NUBASE evaluation of nuclear and decay properties
- ↑ «O que é radiação? Como Funciona? E Como ele faz? Ele é Perigoso? Entenda passo a passo sobre esse elemento da Química e é ao mesmo tempo Extremamente TÓXICO!». 30 de agosto de 2021. Consultado em 2 de setembro de 2021