Atos 15 é o décimo-quinto capítulo dos Atos dos Apóstolos, de autoria de Lucas, o Evangelista, no Novo Testamento[1] da Bíblia. Ele relata a viagem de Paulo e Barnabé até Jerusalém e o Concílio de Jerusalém[2][3].

Atos 15

Trecho de Atos 15 no Codex Laudianus
Livro Atos dos Apóstolos
Categoria Histórico
Parte da Bíblia Novo Testamento
Precedido por: Atos 14
Sucedido por: Atos 16
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Manuscritos editar

Atos 15 foi originalmente escrito em grego koiné e dividido em 41 versículos. Alguns dos manuscritos que contém este capítulo ou trechos dele são:

Estrutura editar

A Tradução Brasileira da Bíblia organiza este capítulo da seguinte maneira[4]:

  • Atos 15:1-5 - A controvérsia sobre a circuncisão
  • Atos 15:6-11 - O concílio em Jerusalém
  • Atos 15:12-21 - O parecer de Tiago
  • Atos 15:22-29 - A decisão enviada a Antioquia
  • Atos 15:30-35 - A leitura da carta do concílio
  • Atos 15:36-41 - A segunda viagem missionária. A separação entre Paulo e Barnabé

Temas principais editar

Circuncisão editar

 Ver artigo principal: Controvérsia da circuncisão

Atos 15 narra os primeiros desdobramentos da primeira controvérsia a assolar a igreja antiga: a crescente tensão entre os cristãos convertidos do judaísmo (judeo-cristãos) e os gentios. Os primeiros ainda praticavam a circuncisão e diziam que «é necessário circuncidar os gentios e mandar-lhes que observem a Lei de Moisés» (Atos 15:5). Para decidir a questão, Paulo e Barnabé viajaram para Jerusalém para se encontrarem com os "apóstolos e presbíteros" que lá estavam.

Concílio de Jerusalém editar

 
Tiago, o Justo, líder da igreja de Jerusalém e autor do Decreto Apostólico de Atos 15.
1809. Ícone russo de autoria desconhecida.
 Ver artigo principal: Concílio de Jerusalém

No primeiro concílio da história, estavam reunidos em Jerusalém as principais vozes do cristianismo. O primeiro a falar foi Pedro, que defendeu (Atos 15:7–10) os gentios, afirmando que "o Espírito Santo... não fez distinção alguma entre nós e eles, purificando seus corações pela fé". Em seguida, Paulo e Barnabé testemunharam seu trabalho entre eles. Finalmente falou Tiago, o Justo, o líder da igreja de Jerusalém[a], que propôs que os gentios «se abstenham das viandas oferecidas aos ídolos, da fornicação, dos animais sufocados e do sangue.» (Atos 15:20), lembrando que este era o costume desde os tempos de Moisés (Atos 15:13–21).

Decreto Apostólico editar

O concílio escolheu então Judas Barsabás e Silas para levarem uma carta, cujo texto foi preservado integramente em Atos 15:23–29, aos irmãos de Antioquia afirmando exatamente o que propôs Tiago durante o concílio, ou seja, que dos gentios seria exigido apenas «que vos abstenhais de coisas sacrificadas aos ídolos, de sangue, de animais sufocados e de fornicação; destas coisas fareis bem de vos guardar» (Atos 15:29), ou seja, não lhes seria requerida a circuncisão e nem a observância dos demais preceitos da Lei Mosaica, que, por outro lado, também não foram condenados. Os dois, acompanhados por Paulo e Barnabé, seguiram para Antioquia e entregaram a carta, que trouxe grande alegria. Judas voltou para Jerusalém, mas Paulo, Barnabé e Silas resolveram ficar ali ajudando no ministério da nova igreja.

Versículo 34 editar

O trecho «{Mas pareceu bem a Silas ficar ali.» (Atos 15:34)} não aparece na grande maioria dos manuscritos antigos dos Atos, apenas no Codex Bezae e em alguns manuscritos em latim antigo e da Vulgata[6]. Nas traduções da Bíblia para o português, é comum que o trecho apareça entre chaves ou com uma nota de rodapé.

Segunda viagem missionária de Paulo editar

 Ver artigo principal: Segunda viagem missionária de Paulo

Quando se decidiram voltar a visitar as cidades em que pregaram na primeira viagem, Paulo e Barnabé se desentenderam sobre João Marcos. Barnabé queria levá-lo e mas Paulo «não achou justo levar consigo a quem os tinha deixado desde a Panfília e que não os tinha acompanhado no trabalho» (Atos 15:38), uma referência aos eventos narrados em Atos 13. O resultado foi que Barnabé e João viajaram para Chipre enquanto Paulo seguiu com Silas para a Síria e a Cilícia.

Ver também editar


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Notas editar

  1. O concílio ouviu Tiago por que ele era o primeiro dos três pilares da igreja (veja Gálatas 2:9) e o líder da igreja em Jerusalém até ser apedrejado até a morte por ordem do sumo sacerdote em 62. Tiago era também um dos irmãos de Jesus, justamente aquele que não acreditou na ressurreição até que o próprio Jesus lhe apareceu, conforme I Coríntios 15:7.[5]

Referências

  1. «A Formação do Novo Testamento». Portal da Sociedade Bíblica do Brasil 
  2. Halley, Henry H. Halley's Bible Handbook: an abbreviated Bible commentary. 23rd edition. Zondervan Publishing House. 1962.
  3. Holman Illustrated Bible Handbook. Holman Bible Publishers, Nashville, Tennessee. 2012.
  4. «Atos 15, Tradução Brasileira da Bíblia». YouVersion - Life.Church 
  5. The Nelson Study Bible. Thomas Nelson, Inc. 1997
  6. NA26, p. 478.

Ligações externas editar