Augusto Aníbal Quer Casar

filme de 1923 dirigido por Luiz de Barros

Augusto Aníbal Quer Casar é um filme brasileiro, do gênero comédia, realizado e escrito por Luiz de Barros e Vittorio Verga, que tem como base um conto escrito por Carlos Verga. Estreou no Brasil em setembro de 1923.[1][2] O pesquisador brasileiro Antônio Leão da Silva Neto, escreveu na sua obra Dicionário de filmes brasileiros: longa-metragem, que o filme é um longa-metragem.[3] Entre as figuras presentes no elenco, destacam-se: Augusto Aníbal, Yara Jordão (nomeada na época como a "rainha de Copacabana") e o ator Darwin, conhecido como "imitador de mulheres".[4]

Augusto Aníbal Quer Casar
Augusto Aníbal Quer Casar
 Brasil
1923 •  p&b •  
Género comédia
Direção Luiz de Barros
Roteiro Luiz de Barros
Vittorio Verga
Baseado em conto de Carlos Verga
Direção de arte Luiz de Barros
Edição Luiz de Barros
Companhia(s) produtora(s) Guanabara Filmes
Lançamento Brasil setembro de 1923
Idioma mudo

De acordo com O Imparcial, as exibições superaram as expectativas nas arrecadações de bilheteria do teatro Parisiense.[5]

Em seu livro Cine arco-íris: 100 anos de cinema LGBT nas telas brasileiras, o autor Stevan Lekitsch afirma que trata-se do primeiro filme que aborda a questão da transexualidade.[6]

É considerado um filme perdido.[1]

Enredo editar

Fonte: revista A Cena Muda.[7]

Augusto Annibal é um rapaz de coração ardente que deseja se casar e sai de casar disposto a fazê-lo com a primeira garota que encontrar. Ao ver Yara Jordão, começa a seguí-la em seu carro, ela percebe e se afasta, mas ele continua a insistir. Ela se encontra com Viola Diva e outras moças em um carro, que a leva para a praia da Gazea. Augusto a segue e após um desastrado incidente com o carro aparece caído na praia, as moças vão socorrê-lo. Ainda deitado começa a ter delírios com as moças que hora aparecem dançando ou se insinuando, ele desperta e começa a ser perseguido por vários homens barbados. Já na cidade, as moças decidem que vão ajudá-lo a encontrar uma noiva, vão a casa do Darwin (um rapaz) que finge ser uma bela mulher, elas escrevem que o casamento só acontecerá se aceitar naquele mesmo instante. Ele corre pra casa de Darwin, após enfrentar vários sacrifícios, arranjando também um padre. Darwin começa a andar como homem na frente de Annibal e ao perceber ele sai desesperado percebendo a situação em que se encontrava. Ele encontra uma aeroplano e resolve procurar uma noiva no céu.

Elenco editar

Fonte: revista A Cena Muda.[7]

  • Augusto Aníbal
  • Yara Jordão
  • Nair de Almeida
  • Albino Vidal
  • Manuel Pinto
  • Manoel F. de Araújo
  • Cândido Palácios
  • Harry Flemming
  • Yara Brasil
  • André Fix, Viola Diva, Regina Dalty, Poupin, Lalant, Suzy, Darwin, Barcklay e Hackeron (Companhia Bataclan)

Recepção crítica editar

As resenhas da crítica especializada foram, em maioria, positivas.

O jornal carioca A Rua considerou a produção "engraçadíssima" e "um primor".[8] No entanto, em sua edição de 11 de setembro de 1923, fez críticas ao cartaz promocional pois continha "um grupo de mulheres em trajes menores, quasi nuas, uma das quaes alça as pernas sobre a cabeça de um sujeito acocorado (..) que exclama: -- Mas que cheiro de Ba-Ta-Clan!", sendo, por esse motivo, de acordo com o jornal, um desrespeito a moralidade pública.[9]

O periódico O Jornal, fez duas resenhas, na primeira, a do dia 9 de setembro de 1923, afirmou tratar-se do melhor lançamento no gênero comédia produzido no país até então, e que a performance de Augusto Annibal se equiparava as de Charlie Chaplin.[10] Na segunda, Mendes Fradique escreveu que embora estivesse "longe de saciar as exigências dos espectadores técnicos", o talento do elenco valia os ingressos dos pagantes.[11]

O jornal carioca A União, escreveu em sua edição de 18 de outubro de 1923, que a Guanabara-Film não foi feliz na apresentação com a parte técnica, apresentando problemas dignos de iniciantes.[12] Criticou a temática abordada (chamou o filme de "pervertido") e pontuou que não era indicado para os mais jovens, pois poderia causar danos psicológicos.[12]

Galeria editar

Referências

  1. a b «Augusto Aníbal Quer Casar». Cinemateca Brasileira. Consultado em 20 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 21 de junho de 2019 
  2. Augusto Aníbal Quer Casar no AdoroCinema
  3. Neto, Antônio Leão da Silva (2002). Dicionário de filmes brasileiros: Longa-metragem. São Paulo: A. L. da Silva Neto. 943 páginas 
  4. «No Leblon, com as girls do Ba-ta-clan"». O Paiz: 16. 9 de setembro de 1923. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  5. «O sucesso de "Augusto Annibal quer casar"». O Imparcial: 6. 11 de setembro de 1923. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  6. Lekitsch, Stevan (7 de junho de 2015). Cine arco-íris: 100 anos de cinema LGBT nas telas brasileiras. [S.l.]: Edicoes GLS. p. 20. ISBN 978-85-86755-67-5 
  7. a b «Augusto Annibal quer casar». A Scena Muda: 6. 9 de setembro de 1923. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  8. «Cinemas». A Rua: 2. 10 de setembro de 1923. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  9. «Annuncios obscenos». A Rua: 1. 11 de setembro de 1923. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  10. «O cinema». O Jornal: 15. 9 de setembro de 1923. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  11. Fradique, Mendes (19 de setembro de 1923). «Augusto Annibal quer casar». O Jornal: 3. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  12. a b «Cinemas». A União: 3. 18 de outubro de 1923. Consultado em 21 de novembro de 2021 
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