Ave Maria é uma valsa lenta composta pelo paulista Erotides de Campos.[1]

A valsa foi composta em 1924, quando o compositor estava residindo em Pirassununga.[2] Na sua divulgação, Erotides de Campos usou parte de seu nome completo que ele não utilizava correntemente (Erotides Jonas de Campos Neves) como pseudônimo: Jonas Neves.[nota 1] Essa sua decisão tornou-se mais tarde um problema, pois a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, não reconhecendo Jonas Neves como pseudônimo de Erotides de Campos, reteve os direitos autorais sobre a composição, só corrigindo o equívoco em 1985, permitindo, então, que sua viúva recebesse esses direitos.[3]

Ave Maria é um dos maiores clássicos da Música Popular Brasileira.[4]

Andamento

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A composição, uma valsa lenta (ou valsa-serenata, conforme consta na partitura[5]) tem sua primeira parte toda escrita (e tocada) em eneassílabos com ritmo de trímetro anapéstico:

Cai a tarde tristonha e serena
Em macio e suave langor
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor

Um gemido se esvai lá no espaço
Nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badaladas da Ave Maria.[6]

A composição poética muda na segunda e na terceira partes, mantendo o ritmo de valsa lenta, chorosa.

Interpretações

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Ave Maria, criada em 1924, foi interpretada em 1926 por Pedro Celestino.

Nos anos que se seguiram, a composição foi difundida por todo o Brasil, caindo no gosto do povo, que a cantava, e sendo interpretada (em voz ou instrumental) por:

Cantada

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Augusto Calheiros (1939 e 1947);
Alvarenga e Ranchinho (1941);
Francisco Alves (1947);
Silvio Caldas;[7]
Carlos Galhardo (1960);
Roberto Silva (1961);
Nenete e Dorinho (1961);
Albertinho Fortuna (1962);[8]
Francisco Petrônio[9]
Agnaldo Rayol[10]
Inezita Barroso;[11]
Caco Piccoli[12]

Instrumental

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Arthur Moreira Lima (piano)[5]
Priscila Rato e André Mehmari (violino e piano)[13]

Notas

  1. Consta na partitura de "Ave Maria": Palavras de Jonas Neves. Música de Erotides de Campos. Tal informação deixava uma interpretação errônea de que havia uma parceria entre um compositor e um letrista.

Referências

  1. «A nossa Ave Maria de Erotides». A Província. 20 de julho de 2021. Consultado em 7 de março de 2025 
  2. «Erotides Campos (pseudônimo: Jonas Neves)». Casa do Choro. Consultado em 8 de março de 2025 
  3. «Erotides de Campos». A Província. 26 de dezembro de 2012. Consultado em 7 de março de 2025 
  4. «Erotides Campos (pseudônimo: Jonas Neves)». Casa do Choro. Consultado em 7 de março de 2025 
  5. a b «Erothides de Campos - Ave Maria (Arthur Moreira Lima, piano)». Consultado em 7 de março de 2025 
  6. «Ave Maria de Erotides de Campos». Consultado em 7 de março de 2025 
  7. «Silvio Caldas - AVE MARIA - Erothides Jonas Neves de Campos - gravação de 1956». Consultado em 7 de março de 2025 
  8. «Ave Maria». Discografia Brasileira. Consultado em 7 de março de 2025 
  9. Francisco Petrônio. «Ave Maria de Erotides de Campos». Consultado em 7 de março de 2025 
  10. Agnaldo Rayol. «Ave Maria de Erotides de Campos». Consultado em 7 de março de 2025 
  11. «Ave Maria, por Inezita Barroso». Consultado em 7 de março de 2025 
  12. Caco Piccoli. «Canto: Ave Maria, de Erotides de Campos». Consultado em 7 de março de 2025 
  13. «Ave Maria (Erothides de Campos) com Priscila Rato e André Mehmari». Consultado em 7 de março de 2025