Tapecar
A Tapecar Gravações (conhecida como Tapecar) foi uma gravadora de discos brasileira independente, fundada pelo espanhol Manuel "Manolo" Camero.[1] Retornou as atividades em 2021.
Tapecar Gravações | |
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Empresa detentora | Independente (1967 a 1978) |
Fundação | Julho de 1967 |
Encerramento | 1978 |
Fundador(es) | Manolo Camero |
Distribuidor(es) | Independente (1967–1978) Som Livre (1978- década de 1980) Aycha Discos(1980-1981) Discos Copacabana (1980-1994) EMI (1994-2012) Universal Music (2012–presente) |
Género(s) | black music, soul music, samba, MPB, música regional nordestina |
Localização | Rio de Janeiro |
História
editarA Tapecar Gravações iniciou suas atividades em julho de 1967 no Rio de Janeiro, com a produção de cartuchos sonoros para carros[2], porém se consolidou como selo musical no início da década de 1970, inicialmente para editar no país os títulos das gravadoras estadunidenses Motown e Tamla, especializadas em black music e responsável por artistas como The Jackson 5, Diana Ross, Stevie Wonder e Marvin Gaye[3]
Com o lucro obtido pela edição do "cast" da Motown, a Tapecar resolveu investir no samba, montando um forte catálogo de artistas do gênero, entre os quais alguns oriundos da concorrente Odeon, como a veterana Elza Soares e a iniciante Beth Carvalho[3]. A gravadora também contratou artistas como Novos Baianos, Bezerra da Silva, Candeia e Xangô da Mangueira, além de investir forte na MPB e na música nordestina.
Em 1974, obteve o equipamento próprio para a prensagem de discos[4] e em 1978, a gravadora firmou parceria com a Som Livre, a qual ajudava na produção, que durou pela década de 80, com a Som Livre relançando alguns títulos da gravadora após a falência, sob o selo TC[5].
Em 1980, a Tapecar entrou em concordata e fechou as portas devido a problemas financeiros. Seu material estrangeiro ficou com a recém criada Aycha Discos[6], também de propriedade de Manolo Camero (que durou até 1981) e todo seu acervo nacional foi licenciado à Discos Copacabana, que posteriormente foi adquirida pela EMI e hoje pertence a Universal Music.
Desde 2011 o acervo da Tapecar vem sendo restaurado e digitalizado pelo selo independente Discobertas.[3][7]
Retorno às atividades
editarEm Maio de 2021, de forma tímida pelas redes sociais e com uma nova identidade visual, foi anunciado o retorno da Tapecar Gravações[8]. Inicialmente relançou alguns discos em vinil, como os dois primeiros do Bezerra da Silva e o relançamento digital de quatro discos da Elza Soares[9], lançados originalmente entre 1974 e 1977 pela Tapecar[10] que estavam fora do catálogo, em parceria com a gravadora Deck, nas plataformas de streaming.[11]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Os brasileiríssimos discos do espanhol Manuel Camero | tabloide digital». www.millarch.org. Consultado em 20 de março de 2022
- ↑ «Correio da Manhã (RJ) Edição 22783 - "Brasil tem nova gravadora"- 1960 a 1969». memoria.bn.br. 14 de Julho de 1967. p. 13 - Primeiro Caderno. Consultado em 20 de março de 2022
- ↑ a b c Pedro Alexandre Sanches: Selo independente recupera discos raros de Elza Soares - iG, 17 de novembro de 2010
- ↑ «O Cruzeiro : Revista (RJ) - Edição 0024 - 1974 -». memoria.bn.br. 12 de Junho de 1974. p. 93 - seção Circuito Aberto. Consultado em 22 de março de 2022
- ↑ «TC (5)». Discogs. Consultado em 21 de março de 2022
- ↑ millarch.org/ Talentos
- ↑ Selo Descobertas lança álbuns raros de samba - Agora São Paulo, 28 de dezembro de 2010
- ↑ Rodrigues, Bruce (1 de maio de 2021). «TMDQA! entrevista: Gravadora Tapecar retoma suas atividades após 40 anos». Tenho Mais Discos Que Amigos!. Consultado em 20 de março de 2022
- ↑ «Elza Soares: álbuns fora do catálogo são lançados nas plataformas digitais». Roadie Music. Consultado em 20 de março de 2022
- ↑ «Elza Soares relança quatro álbuns gravados entre 1974 e 1977». G1. Consultado em 20 de março de 2022
- ↑ «Álbuns de Elza Soares fora de catálogo chegam ao streaming». POPline. 23 de abril de 2021. Consultado em 20 de março de 2022