Balista (usurpador)

 Nota: Este artigo é sobre o usurpador romano. Para a arma de guerra romana, veja Balista.

Balista (em latim: Ballista), também chamado Calisto,[1] foi um oficial e usurpador romano durante a revolta de Macriano Maior e seus filhos, Macriano Menor e Quieto, um dos Trinta Tiranos listados na História Augusta. No início prefeito pretoriano sob Valeriano (r. 253–260), com a captura do imperador em 260 na Batalha de Edessa Balista auxiliou os generais orientais a repelirem as tropas em marcha do Império Sassânida, que estavam saqueando a Cilícia, e incitou Macriano e seus filhos a reivindicarem a púrpura. Continuou a servir como prefeito pretoriano sob Macriano e permaneceu no Oriente com Quieto, enquanto Macriano Maior e Macriano Menor marchavam ao Ocidente com seus homens. Com a derrota em combate destes, Balista e Quieto foram provavelmente mortos por Odenato, por estímulo de Galiano, embora haja especulação sobre sua morte.

Balista
Balista (usurpador)
Efígie de Balista segundo o Promptuarii Iconum Insigniorum
Usurpador do Império Romano
Reinado 261
Antecessor(a) Galiano
Sucessor(a) Galiano
 
Nascimento século III
  desconhecido
Morte 261
Religião Paganismo

Nome editar

Esse oficial aparece na documentação sob os nomes "Balista" (em latim: Ballista) e "Calisto" (Callistus). Para Kenast, Calisto era seu nome real, enquanto Balista era um apelido;[2] Potter pensa que Balista tinha ambos os nomes[3] e Bleckmann pensa que Balista era seu verdadeiro nome e Calisto um erro.[4]

Carreira editar

 
Antoniniano de Galiano (r. 253–268)

Balista era oficial sob Valeriano (r. 253–260). Em 260, após a derrota e captura do imperador pelo Império Sassânida na Batalha de Edessa, uma parte das tropas passou a seguir o responsável pelo tesouro imperial, Macriano Maior, e Balista, que era o prefeito da guarda pretoriana. Junto com Odenato, o "senhor de Palmira", conseguiram derrotar o exército persa que retornava cheio de espólios ao arrasar a Cilícia;[5] João Zonaras lhe atribuiu uma vitória marítima em Pompeópolis (Solos), um assentamento costeiro a oeste de Zefírio (atual Mersin), contra um dos grupos persas em marcha na Cilícia, permitindo a libertação das ocupadas Sebaste, colônia e importante estação naval, e Córico, cidade da Cilícia Áspera.[6] Após a vitória, Balista convenceu Macriano a tomar o trono com seus filhos Macriano Menor e Quieto[1] e lhes serviu como prefeito pretoriano; Zonaras fala, erroneamente, que era hiparco.[7] A elevação deles ocorreu antes de 17 de setembro.[8]

Balista permaneceu com Quieto no Oriente, enquanto Macriano Maior e Macriano Menor marcharam com o exército ao Ocidente. No outono de 261, nos Bálcãs, eles foram derrotados pelo fiel chefe da cavalaria de Galiano (r. 253–268), provavelmente Auréolo, e mortos em seguida; também pode ter sido Domiciano o executor.[8] Galiano convenceu então Odenato a se voltar contra seus antigos aliados, mas não se sabe quando e nem como Balista perdeu a vida. Pensa-se que tenha ocorrido cerca de novembro de 261 pelas mãos do senhor de Palmira.[9] Outra teoria advoga que ambos teriam sido mortos por seus próprios soldados em Emessa.[5] Uma terceira teoria, tida como improvável por basear-se no relato da História Augusta, diz que Balista matou Quieto e declarou-se imperador, tendo sido morto pouco depois.[7] Balista também foi possivelmente aludido nos Oráculos Sibilinos, no qual é representado como uma cabra.[8]

Referências

  1. a b Potter 2004, p. 256.
  2. Kienast 1996, p. 227.
  3. Potter 1990, p. 343.
  4. Bleckmann 1992, p. 117.
  5. a b Potter 2004, p. 259.
  6. Dodgeon 2002, p. 311, nota 41.
  7. a b Martindale 1971, p. 146.
  8. a b c Körner 1999.
  9. Bray 1997, p. 145.

Bibliografia editar

  • Bleckmann, B. (1992). Die Reichskrise des III. Jahrhunderts in der spätantiken und byzantinischen Geschichtsschreibung. Untersuchungen zu den nachdionischen Quellen der Chronik des Johannes Zonaras. Munique: Quellen und Forschungen zur Antiken Welt 
  • Bray, John (1997). Gallienus : A Study in Reformist and Sexual Politics. Kent Town: Wakefield Press. ISBN 1-86254-337-2 
  • Dodgeon, Michael H.; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part I, 226–363 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-00342-3 
  • Kienast, Dietmar (1996). Römische Kaisertabelle. Grundzüge einer römischen Kaiser Chronologie. Darmestádio: WBG 
  • Körner, Christian (1999). «Usurpers under Gallienus». Universidade de Berna 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press 
  • Potter, David Stone (2004). The Roman Empire at Bay AD 180–395. Londres/Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-10057-7 
  • Potter, David Stone (1990). Prophecy and history in the crisis of the Roman Empire. A historical commentary on the Thirteenth Sibylline Oracle. Oxônia: Oxford University Press 
  • Smith, William (1870). «Ballista». Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology Vol. I. Boston: Little, Brown and Company