Baltasar da Silveira

militar e político brasileiro (1843 - 1913)

Carlos Baltasar da Silveira (Salvador, 6 de junho de 1842Rio de Janeiro, 3 de maio de 1913) foi um militar e político brasileiro.[1]

Carlos Baltasar da Silveira
Baltasar da Silveira
Carlos Baltasar da Silveira
Governador do Rio de Janeiro
Período 11 de dezembro de 1891
até 3 de maio de 1892
Antecessor(a) José Guimarães
Sucessor(a) José Porciúncula
Dados pessoais
Nome completo Carlos Baltasar da Silveira
Nascimento 6 de junho de 1842
Salvador, Bahia
Morte 3 de maio de 1913 (70 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Constança Perpétua Pinto Pacca
Pai: D. Augusto Baltasar da Silveira
Cônjuge Ana Henriqueta de Sousa Ramos
Filhos(as) Dr. Alfredo Baltasar da Silveira
Profissão militar
Serviço militar
Lealdade Brasil
Serviço/ramo Marinha do Brasil
Anos de serviço 1858-1894
Graduação Almirante
Conflitos Guerra do Paraguai
Condecorações Imperial Ordem do Cruzeiro
Imperial Ordem de São Bento de Avis
Imperial Ordem da Rosa
Imperial Ordem de Cristo

Biografia editar

Nasceu em Salvador, no estado da Bahia, no dia 6 de junho de 1842, filho[2] de Dom Augusto Baltasar da Silveira e Constança Perpétua Pinto Pacca Baltasar da Silveira, era sobrinho[2] de Dom Francisco Baltasar da Silveira e tetraneto[3] de Dom Brás Baltasar da Silveira . Assentou praça de aspirante a guarda-marinha em 4 de março de 1858, participando da campanha do Paraguai,[1] onde recebeu várias condecorações e medalhas, entre as quais (Comendador) da Imperial Ordem da Rosa, Imperial Ordem de São Bento de Avis (Grã -Cruz), Imperial Ordem do Cruzeiro (Cavaleiro), (Oficial) da Imperial Ordem de Cristo, Medalha Geral da Campanha do Paraguai com passador de ouro e inscrição nº 3 (cinco anos de guerra), Medalha de Honra Militar com dois passadores, Medalha de Bravura, Medalha de Ouro da República Argentina, Medalha do Mérito Militar.[1]

Foi capitão do porto da cidade do Rio de Janeiro,[1] comandou o Encouraçado Barroso, das Corvetas Niterói e Guanabara, da Divisão de Cruzadores, foi chefe do Estado-Maior da Armada e ministro da Marinha do Brasil. Membro do Conselho do Imperador, onde atingiu o posto de almirante.

 
Tripulação do Encouraçado Aquidabã em Nova Iorque, 1890.

No final de 1889, recebeu a incumbência de levar ao governo dos Estados Unidos da América os agradecimentos pelo governo do Brasil do pronto reconhecimento por parte dos americanos do regime republicano recém-instaurado. Nesta viagem, em dezembro de 1890, comandou uma divisão naval do encouraçado Aquidabã e da corveta Guanabara para Nova Iorque[4], onde dentre alguns assuntos tratados, em conversações reservadas, indagou a necessidade do Brasil, com o empenho dos Estados Unidos de fortificarem os "gigantes do Sul", livre das influências europeias, especialmente a britânica (fruto da herança da coroa portuguesa).[2]

Foi convidado por carta do marechal Floriano Peixoto para o governo do estado do Rio de Janeiro a 11 de dezembro de 1891 e recebeu a aclamação do povo em Niterói, então capital do Rio de Janeiro. Reviu então todos os atos administrativos de Francisco Portela, que havia sido nomeado por Deodoro da Fonseca, e dissolveu a Assembléia Legislativa, que havia se reunido e promulgado uma constituição estadual provisória em 19 de outubro de 1890, devido a uma suspeita de fraude na eleição. Logo após, convocou eleições para uma nova constituinte em janeiro de 1892. A segunda Constituição fluminense foi promulgada em 9 de abril daquele ano.[5] Estabelecido o mandato presidencial de três anos, Baltasar foi eleito pela Assembleia Legislativa para governar o estado, em caráter provisório, até a posse de José Tomás da Porciúncula, que ocorreu em 3 de maio de 1892.[1]

Teve publicada as obras Campanha do Paraguai: a Marinha Brasileira pela Tipografia do Jornal do Commércio, em 1900, e A Revolta de 1893: um depoimento, em 1890. Faleceu na então capital federal, em 3 de maio de 1913, que de Ruy Barbosa merece as sóbrias palavras: "Seu nome sempre foi puro. Sua inteligência não tem negadores."[2]

Genealogia editar

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D. Luis Tomé da Silveira[3]
 
 
 
 
 
 
 
Carlos Baltasar da Silveira (1728-1807)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Francisca de Portugal e Meneses Corrêa Lacerda
 
 
 
 
 
 
 
Cel. D. Luís Baltasar da Silveira (1778-1860)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Michaela Joaquina Ribeiro Guimarães (1757-1823)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D. Augusto Baltasar da Silveira (1812-1851)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joana Maria Vasconcelos de Araújo (1782-1844)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alm. D. Carlos Baltasar da Silveira (1842-1913)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brig. Manuel Joaquim Pinto Pacca (1789-1864)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Constança Perpétua Pinto Pacca (1819-1912)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Felicidade Perpétua Pacca
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Referências

  1. a b c d e «Carlos Baltazar da Silveira». Identidades do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense. Consultado em 10 de janeiro de 2015 
  2. a b c d «Revista Maritma Brazileira (RJ) - 1881 a 2012 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 19 de setembro de 2022 
  3. a b Faria, Antonio de Portugal de * (1895). Apontamentos genealogicos sobre a familia Portugal da Silveira. Robarts - University of Toronto. [S.l.]: Buenos Aires : Typografia Portugueza 
  4. State, United States Department of (1891). Papers Relating to the Foreign Relations of the United States (em inglês). [S.l.]: U.S. Government Printing Office 
  5. LACOMBE, Lourenço Luiz. Os chefes do Executivo Fluminense. Petrópolis, RJ: Museu Imperial, 1973.


Precedido por
José Guimarães
Presidente do Rio de Janeiro
1891 — 1892
Sucedido por
José Porciúncula
Precedido por
Manuel José Alves Barbosa
 
Ministro da Marinha do Brasil

1898 — 1899
Sucedido por
José Pinto da Luz