Baltazar Rebelo de Sousa

político português

Baltazar Leite Rebelo de Sousa GCCGCIHGOIP (Lisboa, Santos-o-Velho, 16 de Abril de 1921 – Lisboa, 1 de Dezembro de 2002) foi um médico, professor e político português do Estado Novo, figura de relevo da ditadura. Pai do atual Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

Baltazar Rebelo de Sousa
Baltazar Rebelo de Sousa
Governador-geral de Moçambique
Período 12 de julho de 1968
a janeiro de 1970
Antecessor(a) José Augusto da Costa Almeida
Sucessor(a) Eduardo de Arantes e Oliveira
Ministro do Ultramar
Período 7 de novembro de 1973
a 25 de abril de 1974
Antecessor(a) Joaquim da Silva Cunha
Sucessor(a) Extinto
Ministro da Saúde e Assistência
Período 15 de janeiro de 1970
a 7 de novembro de 1973
Antecessor(a) José João Gonçalves de Proença
Sucessor(a) Joaquim Silva Pinto
Ministro das Corporações e Previdência Social
Período 15 de janeiro de 1970
a 7 de novembro de 1973
Antecessor(a) Lopo Cancela de Abreu
Sucessor(a) Clemente Rogeiro
Dados pessoais
Nome completo Baltazar Leite Rebelo de Sousa
Nascimento 16 de abril de 1921
Santos-o-Velho, Lisboa
Morte 1 de dezembro de 2002 (81 anos)
Lisboa
Cônjuge Maria das Neves Fernandes Duarte
Filhos(as) Marcelo Rebelo de Sousa
António Rebelo de Sousa
Pedro Rebelo de Sousa
Profissão Médico, professor e político

Família editar

Era filho único de António Joaquim Rebelo de Sousa (Cabeceiras de Basto, Pedraça, Paço de Vides, 8 de Abril de 1860 - 7 de Agosto de 1927), proprietário,[1][2] e de sua segunda mulher Joaquina Leite da Silva (Celorico de Basto, Gandarela, São Clemente, 1896? - 16 de Abril de 1975).[3]

Biografia editar

Licenciado em Medicina e diplomado nos cursos de Medicina Tropical e Medicina Sanitária, foi sub-inspector médico dos Serviços Médico-Sociais e da Federação das Caixas de Previdência.

Enquanto estudante Baltazar Rebelo de Sousa foi um ativo dirigente da Mocidade Portuguesa — comandante do Centro Universitário de Lisboa, seria depois chefe dos serviços culturais e diretor dos serviços de intercâmbio com o estrangeiro, vindo a ocupar interinamente o cargo de Comissário Nacional, enquanto Subsecretário de Estado da Educação Nacional, de 1955 a 1961, sendo chefe do governo António de Oliveira Salazar.

 
Baltazar Rebelo de Sousa em visita a Figueiró dos Vinhos, 16 de Dezembro de 1956.

Foi secretário-geral dos Escoteiros de Portugal.

Foi secretário do gabinete do Ministro das Colónias Marcelo Caetano.

Em 1953 Baltazar Rebelo de Sousa foi eleito deputado à Assembleia Nacional, pelo círculo eleitoral de Évora e, em 1957, foi eleito pelo círculo de Braga. A 19 de Março de 1959 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo e a 3 de Janeiro de 1961 Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.[4]

A 16 de Fevereiro de 1967 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a 15 de Julho de 1967 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública.[4]

Quando Marcello Caetano chega a presidente do Conselho, Baltazar Rebelo de Sousa é nomeado governador-geral de Moçambique (então província ultramarina de Portugal), logo em 1968, sucedendo a José Augusto da Costa Almeida. Foi substituído nesse cargo no ano de 1970, por Eduardo de Arantes e Oliveira.

De regresso à então metrópole, Lisboa, desempenhou funções de ministro-delegado do Presidente do Conselho para a Emigração e ocupou, sucessivamente, os cargos de Ministro da Saúde e Assistência, das Corporações e Previdência Social e, em 1973, a do Ultramar, até 1974. A 22 de Maio de 1971 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.[4]

Na sequência da revolução do 25 de Abril, tal como outros ministros e governantes da ditadura do Estado Novo, refugiou-se no Brasil onde viveu. Foi administrador de empresas no estado de São Paulo, leccionou em diversas universidades e pertenceu a várias associações culturais Luso-Brasileiras, tendo sido feito Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.

Casamento e descendência editar

Casou em Lisboa em 1942 ou cerca de 1942, numa simples cerimónia apenas com dois dos seus amigos como testemunhas, numa união não aprovada pelos pais de ambos na altura, com Maria das Neves Fernandes Duarte (Covilhã, Conceição, 30 de Julho de 1920 - Lisboa, 8 de Março de 2003), assistente social, filha de Joaquim das Neves (Covilhã, Erada, 1 de Janeiro de 1874)[5] e de sua mulher Maria Rosa Fernandes Duarte (Covilhã, 1889?),[6] de quem teve três filhos:

Ligações externas editar

 
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Referências

  1. Já viúvo de Rosa da Costa, com quem casou em Angola, e de quem teve cinco outros filhos: António, Eduardo, Augusta, Álvaro e Óscar Rebelo de Sousa.
  2. Filho de Manuel Joaquim Rebelo de Sousa, comerciante, e de sua mulher Feliciana de Jesus, filha de José Mendes de Magalhães e de sua mulher Teresa Dias do Nascimento de Jesus, os quais foram também pais de Baltasar Joaquim (1859), Rosalinda do Nascimento, Bernardino Joaquim, Joaquim e Valentina do Nascimento Rebelo de Sousa (Cabeceiras de Basto, Pedraça, Paço, 28 de Janeiro de 1875, casada com Avelino Martins de Carvalho (- Guimarães, Arosa, 12 de Janeiro de 1910, com geração).
  3. Filha de Manuel Leite da Silva (filho de José da Silva e de sua mulher Ana de Meireles) e de sua mulher e parente Deolinda Leite (filha de Francisco da Costa e de sua mulher Teresa Leite).
  4. a b c «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Baltazar Leite Rebelo de Sousa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 4 de abril de 2015 
  5. Filho de José Antunes das Neves (filho de Francisco de Jesus e de sua mulher Maria Antunes) e de sua mulher Maria Florência (filha de José Antunes Castanheira e de sua mulher Maria Florência), ambos nascidos e casados na Covilhã, Erada.
  6. Filha de Manuel Fernandes Duarte e de sua mulher Leonor Rosa.
  • Sousa, Marcelo Rebelo de, Baltasar Rebelo de Sousa - Fotobiografia, Lisboa, Betrand, 1999
  • Sousa (Baltasar Leite Rebelo de), in "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira", Editorial Enciclopédia, Lda, volume 29, pág. 774, volume 40 (apêndice), pág.624 e volume 10 Actualização, pág.283.
  • Costados Alentejanos, II, António Luís de Torres Cordovil Pestana de Vasconcelos, Edição do Autor, Évora 2006, N.º 41

Precedido por
José Augusto da Costa Almeida
Alto comissário e governador-geral de Moçambique
1968 - 1970
Sucedido por
Eduardo de Arantes e Oliveira