Banco Palmas
Banco Palmas é um banco comunitário brasileiro, conhecido formalmente como um "banco comunitário de desenvolvimento" ou BCD, fundado em 1998 no Conjunto Palmeira, um bairro que à época contava com 25 mil habitantes, localizado na periferia de Fortaleza. Opera sob o princípio da economia solidária.
Banco Palmas é o primeiro dos 103 (Instituto Palmas, 2012) bancos comunitários com estruturas semelhantes em todo o Brasil.[1] É gerido localmente pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeira, conhecido por sua sigla ASMOCONP, de que a maioria da equipe é voluntária. A missão do Banco é implementar projetos de trabalho e geração de renda através de sistemas de economia solidária, primariamente focada na superação da pobreza urbana e rural. O objetivo é garantir microcréditos para produção e consumo local, com taxas de juros mínimos e sem requisitos para inscrição, comprovante de renda, ou fiador (a confiabilidade do tomador é garantida por vizinhos). A missão é também para fornecer acesso a serviços bancários para os moradores das comunidades mais pobres, que normalmente não teriam acesso a eles nos bancos tradicionais, com base na falta de histórico de crédito ou de garantia financeira e/ou distância física.
HistóriaEditar
A origem do Conjunto Palmeira remonta à década de 1970. Devido às iniciativas de remodelação da beira mar de Fortaleza decretadas pelo governo municipal, as comunidades de pescadores e outros habitantes foram forçadas a se mudar para o interior. O distrito do interior, hoje conhecido como Conjunto Palmeira, era desprovida de infraestrutura básica como água, estradas, e eletricidade, deixando o bairro vulnerável a inundações e outros problemas de estabilidade natural e econômico. Além disso, a mudar para o interior deixou a comunidade principalmente de pescadores sem uma fonte estável de renda. Em 1981, os moradores se uniram para melhorar a comunidade, criando assim ASMOCONP.
Em janeiro de 1998, ASMOCONP criou o Banco Palmas como uma estratégia para enfrentar o desemprego, criando trabalho e oportunidades de renda para os moradores. Como tal, o Banco Palmas foi criado como uma ferramenta popular de financiamento sob os princípios e valores da economia solidária.[2]
Em 2000, o Banco Palmas Palmas criou a moeda social “palmas” que circula no comércio local.
Em março de 2003, ASMOCONP também estabeleceu o Instituto Palmas de Desenvolvimento e Socioeconômica Solidária (também conhecido como Instituto Palmas), uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada da experiência de ASMOCONP.
Em 2003, a metodologia de finanças solidárias dos BCDs estava sendo discutida em vários municípios como um instrumento eficaz na geração de renda para os pobres. Um ano depois, em setembro de 2004, o segundo BCD abriu sob o nome Banco Par, no município de Paracuru, no Ceará, a 70 quilômetros de Fortaleza.
Em 2005, mais dois bancos foram criados no estado do Espírito Santo: Banco Bem (município de Vitória) e Banco da Terra (município de Vila Velha). Até 2008, havia 34 bancos comunitários em operação. Em fevereiro de 2011, existiam 52 bancos comunitários em 12 estados do Brasil.
Em janeiro de 2006, o Banco Popular do Brasil se tornou um dos parceiros da Rede Brasileira de Bancos Comunitários de Desenvolvimento como avalista de linhas de crédito para os BCDs, através um convênio da Secretaria Nacional de Economia Solidária do MTE. O acordo permitiu não só o Banco Palmas, mas toda a rede de bancos comunitários para ter acesso ao crédito e para atuar como correspondentes bancários do Banco Popular do Brasil. Durante esse mesmo ano, a Petrobras decidiu apoiar a criação de novos BCDs em dois outros municípios, somando a um total de doze BCDs funcionando no Brasil até o final de 2006.
Recentemente,[quando?] os bancos Caixa Econômica Federal (também conhecido simplesmente como “Caixa”) e BNDES tornaram-se as principais parcerias do Banco Palmas - a Caixa oferece serviços de correspondente bancário e de crédito limitado, e BNDES oferece crédito e apoio desenvolvimento institucional a partir de 2011. Zurich Brasil também tem tomado um papel importante no desenvolvimento da nova linha de produtos de seguros do Banco, começando com seguro de vida (lançado em setembro de 2010) e se expandindo para outros programas nos próximos anos. A partir de 2008, o Programa Nacional de Bancos Comunitários - lançado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária - tornou-se responsável pelo crescimento da Rede Brasileira de Bancos Comunitários.[3]
TeoriaEditar
A teoria principal do Banco Palmas, suas ações, suas realizações e sua história, é que não existe nenhum território inerentemente pobre (seja uma região, bairro, nem município). Territórios ficam pobres depois de perder, várias vezes, a própria poupança. Apesar do nível de pobreza de um território, será sempre capaz de alcançar o desenvolvimento econômico. Esse desenvolvimento deve ser autônomo, do dentro; se não, nunca será sustentável.
Moeda socialEditar
Moeda social local em circulação, também chamada de "moeda local" ou "moeda social", é uma moeda complementar ao real do Brasil e criada por cada banco comunitário. Os bancos oferecem empréstimos em quantidades pequenas em reais e também na moeda local, que circula somente dentro do bairro. (A moeda social do Banco Palmas é a "palma, " por exemplo. Cada comunidade tem as próprias moedas com os próprios nomes.) Uma unidade de moeda local é igual a um real, e ambas as moedas podem ser trocadas livremente a qualquer hora. Incentivos locais para comerciantes e consumidores existem para usar a moeda local (por exemplo, a oferta dos descontos aos usuários.)
A moeda social dirige a fazer o "dinheiro" circular na comunidade, ampliando o poder do comércio local, aumentando a riqueza da comunidade, e gerando emprego e renda no total. A moeda social, portanto, torna-se um componente essencial nas estratégias dos bancos comunitários. Os créditos podem ajudar no crescimento econômico do distrito ou região através da criação da nova riqueza. As moedas locais garantem desenvolvimento, promovendo que a riqueza circule na própria comunidade.
Serviços microfinanceirosEditar
MicrocréditoEditar
Microcréditos são dados àqueles que normalmente não pode acessar fontes de financiamento oficias por causa da burocracia; requisitos de fiador, nível de renda, e bens; e outros regulamentos bancários.
Formas de Microcrédito
1. Crédito para Produção, Comércio, ou Serviço
Para ampliação ou criação de micro e pequenos empreendimentos, formais e informais. Baseado no aval de vizinhança e no acompanhamento do Agente Comunitário de Crédito, necessita da aprovação de um comitê que avalia e aprova os créditos. Valor máximo de R$ 15.000,00, em até 12 parcelas. Os juros variam de 0,5% a 3,5% a.m., definido menores taxas de juros para os menores valores. Em março de 2011, o Banco tinha uma média de 50 contratos por mês.
2. Crédito para Inclusão Produtiva
Crédito rápido, de contratação imediata, possibilitando ao tomador aproveitar as oportunidades de mercado que surgem no dia a dia. Destinado a: Famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família (valor máximo de R$ 150,00), revendedores de produtos de beleza (até R$ 400,00), e sacoleiras (até 200,00). Pagamento em até 4 parcelas. Juros de 1,5% a 2,5% a.m. Os tomadores de crédito têm que apresentar comprovação do ofício e justificar a finalidade do crédito. Em março de 2011, o Banco Palmas tinha uma média de160 contratos por mês.
3. Casa Produtiva
Crédito rápido, de contratação imediata destinada à reforma de moradia, com objetivo de criar ou melhorar uma iniciativa de geração de renda. Valor máximo de R$ 450, em até 6 parcelas. Juros de 2,5% a.m.
4. Credito para Consumo Local
Realizado em moeda social palmas com circulação interna no bairro. Máximo de R$ 600,00, pagos em até 4 parcelas. O comércio local oferece descontos para quem compra com a moeda palmas. Em março de 2011, 240 empreendimentos do bairro aceitavam a moeda social e ofereciam um desconto médio de 5% para quem compra com a moeda social. O palmas é indexado ao real, lastreado na moeda oficial e permite o câmbio entre as duas moeda. Em março de 2011, 42.000 palmas circulavam no comércio do bairro.
Palmas microsseguroEditar
Seguro de vida destinado à população de baixa renda. O valor do prêmio é R$ 27,30 ao ano. Cobertura: auxílio funeral (R$ 1.000); indenização por morte natural ou acidental (R$ 3.000,00); sorteio mensal pela Loteria Federal (R$ 5.000,00). Quem compra acima de 3 certificados pode parcelar em até 6 vezes (há um empréstimo especial por estes casos). Em março de 2011, o Banco tinha uma média de 130 certificados vendidos por mês.
Correspondente bancárioEditar
O Banco palmas tem uma forte atuação como correspondente bancário possibilitando a comunidade realizar, no próprio bairro, pagamentos e recebimentos (como bolsa família, aposentadoria, e outros), abrir conta corrente, poupança, e outros serviços bancários. Em março de 2011, o Banco executava uma media de 17.000 transações por mês.
Instituto PalmasEditar
Em março de 2003, ASMOCONP também estabeleceu o Instituto Palmas de Desenvolvimento e Socioeconômica Solidária (também conhecido como Instituto Palmas), uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada da experiência de ASMOCONP para:
- Negociar novas parceiras financeiras e gerenciar as existentes
- Apoiar na implementação de bancos comunitários em outras comunidades
- Coletar dados sobre as pessoas e as operações em toda a Rede
- Divulgar publicações oficiais sobre a experiência dos bancos comunitários no Brasil
- Oferecer treinamentos para os funcionários e membros das comunidades em toda a rede
- Desenvolver novos produtos financeiros e gerenciar as existentes
Legalmente, o Instituto Palmas funciona como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) de microcrédito. Ele atua como uma organização de gestão da rede e fornece apoio jurídico a todos os bancos comunitários, muitos dos quais são apenas “associações locais” sem estrutura institucional. Como uma OSCIP, o Instituto Palmas pode estabelecer parcerias com o setor público e os bancos oficiais, gerando recursos e tecnologias para o benefício dos bancos comunitários que fazem parte da rede.
Marco legalEditar
Do ponto de vista legal, o Banco Palmas (e a maioria dos Bancos Comunitários) funcionam resguardados pelo marco legal do Instituo Palmas. O Instituto Palmas é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) de Microcrédito e atua como um guarda-chuva que dá suporte legal a todos os outros Bancos Comunitários, que, na sua maioria, são associações locais sem estrutura institucional. Enquanto OSCIP, o Instituto Palmas pode estabelecer contratos e convênios com o poder público e bancos oficiais, captando recursos e tecnologias para os Bancos Comunitários.
A cooperação com o Banco Central intensificou-se nos últimos 4 anos, culminando em novembro de 2009, com a assinatura de um termo de parceria entre o Banco central e a Secretaria Nacional de Economia Solidária-SENAES/Ministério do Trabalho (Governo Federal), para criar uma nota técnica para as moedas sociais, criando uma espécie de “posição oficial” do governo Brasileiro sobre as moedas sociais locais circulantes. O processo ainda está em andamento, mas, a relação do Banco Central com a rede Brasileira de bancos comunitários, no tocante ao uso das moedas sociais, tem sido significativamente positiva.
Rede Brasileira de Bancos ComunitáriosEditar
O Banco Palmas integra a Rede Brasileira de Bancos Comunitários (veja abaixo), a Rede Cearense de Socioeconômica Solidária (RCSES), do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES).
A Rede Brasileira de Bancos Comunitários compõe a organização que articula as experiências dos bancos comunitários implantados no país.
Não há dados oficiais sobre o número de bancos comunitários vinculados à Rede Brasileira de Bancos Comunitários, em atividade no Brasil. A pesquisa de Resgala (2019) levantou uma previsão de existirem de 45 a 56 bancos em atividade durante o primeiro semestre de 2019 (ver gráfico na página 123 do estudo) . A pesquisa apresenta ainda que de 1998 à 2019 foram criados 146 bancos comunitários no país.
Dos 146 BCs (bancos comunitários) implantados até 2019, levantados pela pesquisa, cerca de 30% (42 BCs) localizam-se no estado do Ceará. Após o Ceará, os estados com maior número de bancos criados seriam até 2019: Pará (14), Espírito Santo (13) e Bahia (12).
O estudo traz ainda mapas e gráficos com os números de Bancos Comunitários criados no país, por estado, até 2019 (p. 121 e 122) e gráfico com número de Bancos em funcionamento em 2019 (p. 123).
Um banco comunitário não é uma divisão de um banco central; é parte de uma rede, segundo a referência e os métodos de trabalho comuns definidos pela Rede Brasileira de Bancos Comunitários. Veja as informações básicas seguintes sobre os bancos comunitários de desenvolvimento:
O que é um banco comunitário de desenvolvimento?
Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs) fornecem serviços de finanças solidárias em uma rede associativa e comunitária, voltada para a geração de emprego e renda, tendo em base os princípios da economia solidária.
Quais são as características principais de um BCD?
- A comunidade mesmo decide criar o banco, agindo como o seu próprio gerente e proprietário;
- Sempre atua com duas linhas de crédito: uma em reais (R$) e outra em moeda social circulante;
- Suas linhas de crédito estimulam a criação de redes de consumo e produção locais, promovendo o autodesenvolvimento do bairro;
- Suporta as empresas como uma estratégia de comercialização (lojas solidárias, feiras solidárias, escritório central de comercialização, etc.);
- Atua em áreas caracterizadas por exclusão e desigualdade social;
- É destinado para um público caracterizado por vulnerabilidade social, em particular os beneficiários dos programas governamentais;
- Tem ter a intenção de tornar-se sustentável financeiramente em curto prazo, obtendo subsídios justificados pela sua utilidade social.
Qual é o objetivo de um BCD?
Para promover o desenvolvimento de áreas de baixa renda através da criação de redes locais de produção e consumo. Ele opera com o apoio das iniciativas econômicas da economia solidária, tais como empresas sócio-produtivas, provedores de serviços, apoio para iniciativas sócio-comerciais (mercados, feiras de solidariedade), e organizações de consumidores.
Qual é a estrutura de gestão de um BCD?
CDBs são gerenciados dentro das estruturas das organizações comunitárias (associações, conselhos, fóruns, etc.) e outros tipos de iniciativas da sociedade civil que são reconhecidos dentro da comunidade, tais como sindicatos, ONGs, e igrejas. Sua gestão envolve uma dimensão compartilhada com componentes fortes de controle social local, com base nos mecanismos da democracia direta.
Como é que o financiamento de um BCD?
O financiamento dos BCDs é feito através do acesso a recursos públicos, bem como um fundo de solidariedade para investimentos comunitários. Este fundo é formado a partir de várias fontes: privado, doações pessoais ou de fontes legais; taxas de adesão (de entidades privadas ou legais), serviços comerciais (desde que eles não enfrentam nenhuma concorrência); e outros tipos de serviços fornecidos.
Quem são os clientes potenciais principais dos BCDs?
Devido à sua condição como uma iniciativa de cidadãos voltada para o desenvolvimento do bairro, BCDs são destinados a um público caracterizado por vulnerabilidade social, em particular incluindo (mas não limitado a): mulheres, jovens, comerciantes, empreendedores, etc .
Qual é a capacidade dos BCDs?
Para permitir que a metodologia funcionasse corretamente, BCDs operam principalmente nas comunidades de até 50.000 habitantes. É possível ter mais de um BCD funcionando na mesma comunidade ou bairro.
Projetos sociaisEditar
Bairro Escola de TrabalhoEditar
Bairro Escola de Trabalho é um projeto de capacitação profissional e geração de trabalho e renda para jovens de 16 a 24 anos onde os próprios empreendimentos do bairro (comércios, industrias e serviços) capacitam e empregam os jovens da comunidade. Em tres anos serão atendidos 1.000 (mil) jovens do Conjunto Palmeira e adjacências.
O objetivo do Projeto visa a capacitação e a geração de renda para jovens de famílias empobrecidas, independente da situação em que se encontrem perante a justiça. Por outro lado, a Associação de Moradores/Banco Palmas e os empreendimentos do bairro, estarão dialogando com essa juventude que vive em situação de exclusão social, criando um ambiente favorável para uma cultura de paz, reforçando a organização comunitária e sua capacidade de luta. Acredita-se que essas ações reduziram os índices de violência entre os jovens, a partir do momento que estes se veem valorizados, integrados a vida econômica e social da comunidade e co-reponsáveis pelo bem viver da região onde moram.
A filosofia do Projeto inspira-se nas ações do sistema ASMOCONP/Banco Palmas que prima pelo desenvolvimento endógeno das comunidades, a partir de sua lógica de incentivo à produção e ao consumo local, fortalecendo a Economia Solidária Dentro desta linha o Banco Palmas vem trabalhando o protagonismo juvenil e geração de trabalho e renda através de vários projetos: Comunidade Solidária, Consórcio Social da Juventude, Campanha Compre do Bairro, Projeto Jovens DIFERENTES e agora o Bairro Escola de Trabalho.
Aspectos Inovadores do Projeto:
- Oferece uma grande variedade de cursos profissionalizantes aos jovens;
- A capacitação é personalizada. Cada empreendimento capacitador só pode receber, no máximo, dois jovens de cada vez;
- Aumentam as possibilidades de empregabilidade, pois os jovens serão capacitados de acordo com as necessidades e características dos empreendimentos;
- O processo de capacitação profissional é ao mesmo tempo uma oportunidade de encontro/integração entre os diversos seguimentos da comunidade;
- Relação direta financiamento x aluno, reduzindo os custos da capacitação, possibilitando o atendimento de um número maior de jovens.
Componentes do Projeto:
- CAPACITAÇÃO/ESTÁGIO Capacitação profissional para os jovens-alunos nos próprios empreendimentos do bairro (comércio, indústria e serviços). São chamados de Empreendimentos Capacitadores.
- FINANCIAMENTO Uma linha de microcrédito de até R$ 3.000,00 (três mil reais), concedida pelo Banco Palmas, em parceria com o Banco Popular do Brasil, para ampliação dos empreendimentos-capacitadores e outra linha de crédito de ate R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para a incubação de novos negócios de jovens-alunos que desejarem iniciar um empreendimento produtivo (coletivo).
- INCUBAÇÃO Novos negócios coletivos criados pelos alunos desenvolvendo novos elos de cadeias produtivas.
Incubadora FemininaEditar
Incubadora Feminina que vem sendo desenvolvido desde 2001 pelo Instituto Palmas. A Incubadora Feminina é direcionada a mulheres moradoras do Conjunto Palmeira e adjacências. A estratégia consiste em reintegrá-las no mercado de trabalho ou apoiá-las para a criação de empreendimentos auto-gestionários, de forma a garantir-lhes renda e cidadania. A Incubadora Feminina já realizou a capacitação de 165 mulheres ao longo dos últimos nove anos, promovendo a inserção de 60% delas no mercado de trabalho. Em cada turma é definido um foco para a formação profissionalizante inclusive 12 meses de capacitação com um total média de 940 horas/atividade.
Companhia Bate PalmasEditar
A Companhia Bate Palmas é um empreendimento na área de arte, educação e cultura, que tem como participantes jovens do Conjunto Palmeiras, sob a coordenação do cantor e compositor Parahyba e o apoio do Banco Palmas. A Cia Bate Palmas resgate em suas músicas os valores e a historia do Conjunto Palmeira, dando ênfase a cultura do nosso povo. Não é uma instituição com regras e estatutos, mas é um movimento que vai em frente norteado pela partilha de bens e responsabilidades. Gera, dentro dos princípios da economia solidária, trabalho e renda para cerca de trinta adolescentes da comunidade, com a comercialização de seus produtos artísticos e culturais, tais como: fabricação de instrumentos musicais, gravação de CDs em estúdio próprio, oficinas de arte, montagens de espetáculos e apresentações artísticas.
Com grande ênfase na percussão, é formada por um batuque de cerca de quinze integrantes, guitarra, baixo elétrico, bateria, bandolim, violino, violão e vocais. O resultado é um espetáculo cheio de ritmos, com bastante influência do Coco, Frevo, Bumba-Meu-Boi, Maracatu, Ciranda, Rap, Repente, Carimbó, Rock, Reggae, Samba, Baião e todo esse universo de diversidade cultural, de constante criação e recriação rítmica, sonora e poética. Durante a sua existência de 4 anos, sua produção multicultural realiza um intercâmbio entre o campo e a cidade, que vai desde o mapeamento de grupos artísticos e realização de oficinas no interior do Estado, até a organização de eventos e apresentações conjuntas com os grupos locais.
Curso de consultores comunitáriosEditar
O Curso de Consultores Comunitários é um programa de por volta de 400 horas promovido pelo Instituto Palmas com objetiva capacitar grupos de jovens da comunidade para oferecerem pequenas consultorias aos empreendimentos do bairro, orientando quanto ao acesso ao crédito, utilização das moedas sociais circulantes, oportunidades de comercialização nas feiras e lojas solidárias da comunidade, valorização dos produtos locais, participação na rede de economia solidária, preço, marketing, estoque, e outros. Além dos ensinamentos práticos do curso, dirige também a reforçar as ações da Rede de Economia Solidária, favorecendo a geração de emprego e renda na comunidade, com o aumento da capacidade produtiva dos empreendimentos locais, e reforçar o Fórum Socioeconômico Local como estratégia de gestão democrática do bairro e controladoria social do Banco Palmas. Serve também como processo formativo para os futuros trabalhadores e voluntários do Banco Palmas. Muitos funcionários do banco têm vindo a trabalhar pelo Banco através este programa.
Academia de Moda PeriferiaEditar
Academia de Moda Periferia é um espaço de formação e produção na área de moda destinado a mulheres e jovens da periferia de Fortaleza e Região Metropolitana. O objetivo da Academia de Moda Periferia é melhorar a qualidade técnica e profissional de mulheres e jovens, promovendo a inclusão social destes no mundo do trabalho, baseado nos princípios da economia solidária.
Aspectos Inovadores:
- Direcionada a mulheres e jovens em situação de risco, portadores de deficiência, negros, homossexuais, indígenas;
- Oferece uma grande variedade de cursos profissionalizantes na área da moda em máquinas industriais avançadas;
- Possibilidades de formação técnica e profissional de qualidade na área da moda na periferia e para a periferia;
- Ampliação da visão crítica da realidade, através de conhecimentos e práticas de economia solidária;
- Participação e envolvimento da comunidade no processo de comercialização das peças, maximizando a renda local.
Componentes da Academia de Moda:
1) Capacitação/Estágio
- Aulas teóricas e práticas no laboratório da própria academia com professores qualificados e estudantes do último ano do curso de estilismo e moda da Universidade Federal do Ceará e da Faculdade Marista. O alunos também poderão realizar estágios diretamente em empresas de confecção parceiras do projeto.
- Oficinas sobre redes de economia solidária, gestão de negócios, empreendedorismo, associativismo, e formação de lideranças
2) Financiamento
- Concessão de crédito para egressos da Academia que queiram criar, individual ou coletivamente, seu próprio empreendimento relacionado ao mundo da moda.
3) Incubação
- Acompanhamento técnico para novos negócios que viabilizem a formação de grupos setoriais produtivos de mulheres e jovens no mundo da moda.
4) Comercialização
- Pontos de vendas (lojas, mercados, feiras) para comercializar as peças produzidas pelos alunos durante a formação e após criarem seus próprios empreendimentos.
PalmaTechEditar
PalmaTech é um espaço, localizado na sede da Associação, que oferece oficinas e cursos variados na área de capacitação profissional, gestão de empresas solidárias, criação de redes e instrumentos de Economia Solidária enfatizando a cultura da cooperação. A escola é encarregada pela gestão do conhecimento do Banco Palmas, elaborando materiais pedagógicos, publicações e relatórios. Tem como valor central o controle da sociedade sobre a economia e o mercado como espaço de cooperação, colaboração e satisfação das necessidades humanas.
Escola Popular Cooperativa PalmasEditar
A Escola Popular Cooperativa Palmas - EPC Palmas - consiste em um projeto do Instituto Palmas voltado para a juventude do Conjunto Palmeiras, com o objetivo maior de fazer a juventude do bairro ingressar na universidade. Atua com uma pedagogia libertadora que oferecesse aos alunos: conhecimentos teóricos para obterem sucesso no vestibular, desenvolvimento da capacidade empreendedora, e sensibilização para a participação nas atividades comunitárias e de proteção ambiental. Cada turma tem 06 meses de capacitação, 600 horas de sala de aula. Os professores geralmente são ex-alunos, alunos universitários e professores das escolas públicas do bairro.
1.000 Jovens, 10 IdeiasEditar
Em junho 2009, a comunidade discutia sobre a violência no bairro contra a juventude, tanto na abordagem policial como na ocasionada pelo consumo das drogas. No Conjunto Palmeira não existia cinema, teatro quadras esportivas, clubes, nem outros espaços prazerosos de diversão. A partir dessa reflexão surgiu a ideia de fazer um grande encontro na qual a juventude do bairro pudesse pensar em ideias para melhorar a comunidade. O tema do primeiro ano de 2009 foi apontado a formas de tornar o bairro mais prazeroso, as 10 ideias de que foram ajudados a ser realizados pelo Governo do Estado do Ceará. O tema deste ano para 2010 foi “1.000 Jovens, 10 Ideias para Incluir Meu Bairro na Copa de 2014.” Este ano o evento, que aconteceu no 27 de julho de 2010, levou propostas aprovadas cerca desse objetivo. Desde a introdução do programa, Conjunto Palmeira tem realizado varias ideias da comunidade. Praças foram reformadas, muros foram restaurados e decorados, cursos para capacitação foram planejados e executados, e um espaço de arte para jovens foi criado, "Palmeira das Artes."
Empreendimentos solidários produtivos da redeEditar
- São pequenas unidades produtivas, formais e informais, financiadas pelo Banco Palmas, direcionadas para o atendimento de demandas locais, articuladas em um sistema de rede. Os empreendimentos são independentes e interligados por instrumento e regras de solidariedade do sistema Palmas, sendo acompanhados diariamente pela equipe do banco. Utilizam o logotipo e as estruturas de funcionamento do banco.
PalmaTurEditar
- Promover o Conjunto Palmeira como um destino turístico em Fortaleza, fortalecendo o desenvolvimento econômico local através da hospedagem solidária na pousada comunitária, tendo por base os princípios da sustentabilidade e da solidariedade, e
- Garantir trabalho e renda para as mulheres do bairro encaminhado-as para o mercado formal de trabalho.
Palma FashionEditar
O Palma Fashion foi pensado para ajudar mulheres que por causa de vício em drogas, extrema violência doméstica, entre outros, vivem excluídas da sociedade. O Palma Fashion produz uma coleção variada de confecções, bolsas, sapatos, e mais.
Palma LimpeEditar
PalmaLimpe é uma microempresa que produz materiais de limpeza: detergente, desinfetante, água sanitária, amaciante e cera líquida, formada por 05 jovens comunidade. A capacitação foi realizada pela Prefeitura Municipal e os recursos garantidos pelo Banco Palmas. É uma microempresa devidamente legalizada.
Loja SolidáriaEditar
A Loja Solidária funciona na própria sede do Banco, expondo e vendendo os produtos fabricados no bairro. Produtos são vendidos também na Feira do Banco Palmas, um espaço público onde são comercializados semanalmente produtos feitos no próprio bairro. É também um instrumento de reforço a cultura popular, dando oportunidade para apresentação de artistas, cantadores, emboladores, repentistas e outras representações da cultura local. Propicia um momento de encontro entre as famílias e de troca de experiências entre os feirantes. Inclusive na feira e o Clube de Trocas Solidárias com Moeda Social que é uma articulação entre produtores, prestadores de serviço e consumidores do bairro, que se reúnem semanalmente para trocarem seus bens e serviços utilizando uma moeda social.
PalmaNatusEditar
PalmaNatus é um empreendimento produtivo que está ligado a rede do sócio-economia solidária do Banco Palmas. Criada no 2005 e trabalha com sabonetes artesanais e fitoterápicos.
FECOLEditar
- O Fórum Socioeconômico Local – FECOL – é um espaço de articulação da sociedade civil, criado pelos grupos organizados do Conjunto Palmeira, plural, apartidário, de dialogo e proposição sobre os aspectos relativos às questões socioeconômicas e culturais do Conjunto Palmeira e adjacências, com o intuito de promover o desenvolvimento endógeno do território.
Dentre as várias decisões do FECOL em 2010, algumas das mais importantes foram:
- A realização do “Comício Inverso” – um evento realizado em praça pública, durante o período eleitoral onde os candidatos a prefeito e vereadores escutaram e o povo falou. Durante o evento os candidatos ficaram sentados e a população do bairro subiu no palanque para relatar seus problemas e apontar soluções. Após os depoimentos os candidatos receberam a “Plataforma do Conjunto Palmeira” que consistiu em um documento com um diagnóstico do bairro e um conjunto de soluções para os principais problemas.
- Deliberação em priorizar duas lutas para os próximos dois anos:
- 1) a regularização fundiária para todas as casas do bairro, e
- 2) a implantação do sistema convencional de esgoto em substituição do atual sistema condominial, que já se encontra completamente saturado.
Referências
- ↑ «Primeiro banco comunitário do País surgiu em 1998 - São Paulo»
- ↑ «Creating Community Cohesion through Creative Financing» (em inglês). Consultado em 28 de setembro de 2012
- ↑ «Senaes lança Programa Nacional de Apoio a Bancos Comunitários». Fórum Brasileiro de Economia Solidária. 12 de março de 2008. Consultado em 2 de setembro de 2012
Ligações externasEditar
- Site Oficial
- Blog do Instituto Palmas
- «Microcredit, the Case of Brazil» (PDF) (em inglês)
- «Banco Palmas França». (em francês)
- Seminário Bancos Comunitários