Bandeira marítima
Uma bandeira marítima é uma bandeira especialmente concebida para ser usada em embarcações e, por extensão, nos portos e outras instalações costeiras. As bandeiras marítimas são importantes, existindo várias regulamentações que regem o seu uso. Em situações extremas, como guerras ou acidentes, podem ser a diferença entre a vida e a morte.
Conforme as funções, existem vários tipos de bandeiras marítimas: bandeiras ou pavilhões nacionais, jaques, flâmulas, bandeiras de sinalização e distintivos.
Devido à necessidade de sinalização e identificação das embarcações, o uso das bandeiras desenvolveu-se mais rapidamente no mar do que em terra. A maioria das bandeiras nacionais da actualidade, teve origem nas bandeiras marítimas.
Bandeiras nacionaisEditar
A bandeira nacional constitui a principal bandeira indicativa de nacionalidade arvorada numa embarcação. Ocasionalmente, a bandeira nacional para uso nas embarcações é referida como "pavilhão" (equivalente ao termos inglês "ensign" e francês "pavillon"), a fim de a distinguir da bandeira nacional para uso em terra.
O pavilhão é içado à popa quando o navio se encontra ancorado no porto. Quando a embarcação está a navegar, o pavilhão é içado no penol da carangueja ou, à falta desta, no mastro principal. Nos navios de guerra, o pavilhão é, normalmente, içado às 8h00 e arriado ao pôr do sol, excepto quando em combate, em que se deverá manter sempre arvorado.
Existem três tipos principais de pavilhões:
- Pavilhões civis ou mercantes (símbolo vexilológico: ), hasteados nas embarcações particulares, mercantes, de pesca ou de recreio;
- Pavilhões de estado ou de serviço público ( ), hasteados nas embarcações estatais desarmadas, como salva-vidas, fiscais e oceanográficas;
- Pavilhões navais ou de guerra ( ), hasteados nas embarcações armadas da marinha de guerra ou de outras instituições militares ou paramilitares navais.
Muitos países têm um único pavilhão de uso universal, que pode ser ou não idêntico à bandeira nacional para uso em terra. Por outro lado, alguns países têm vários subtipos dentro dos três tipos principais de pavilhões, como são os casos de pavilhões especiais para embarcações de recreio ou para certas instituições náuticas.
Exemplos de pavilhões mercantesEditar
Exemplos de pavilhões de serviço públicoEditar
Exemplos de pavilhões de guerraEditar
Exemplos de pavilhões especiaisEditar
Pavilhão para Iates dos Estados Unidos da América Pavilhão do National Yacht Club da Irlanda Pavilhão da Guarda de Fronteira da Rússia Pavilhão da Autoridade Alfandegária do Reino Unido Pavilhão do Iate Club de Oulun da Finlândia Pavilhão da Guarda Costeira da Ucrânia
Exemplos de pavilhões de uso universalEditar
JaquesEditar
Jaques ou jacos são as bandeiras indicativas de nacionalidade destinadas a serem hasteadas na proa das embarcações de guerra. Nos países onde o pavilhão nacional é diferente da bandeira nacional para uso em terra, muitas vezes o jaque é igual a esta. Os jaques apenas são arvorados quando as embarcações estão ancoradas no porto, ou por ocasião de cerimônias especiais. Alguns países dispõem de jaques especiais para as embarcações civis, mas o seu uso é, normalmente, facultativo.
Exemplos de jaquesEditar
Itália (militar) - Países Baixos (civil)
Reino Unido (militar)
FlâmulasEditar
As flâmulas são bandeiras longas, normalmente triangulares, com diferentes significações conforme o âmbito da sua utilização. No âmbito marítimo existem três tipos principais:
- Flâmulas nacionais ou de guerra: são arvoradas no mastro principal das embarcações de guerra, identificando a sua nacionalidade e indicando que o seu comandante é um oficial com patente de comando;
- Flâmulas de igreja: são arvoradas nas embarcações de certos países para indicar que se está a realizar um serviço religioso a bordo;
- Flâmulas de decoração: são utilizadas para decorar navios ancorados, por ocasião de celebrações, podendo ter ou não um significado especial.
Exemplos de flâmulasEditar
Distintivos de comandoEditar
O sinal ou distintivo de comando é a bandeira arvorada no navio-chefe de um grupo de embarcações de guerra, identificando o seu comandante. Por essa razão em inglês, chama-se flagship, literalmente "navio da bandeira", aos navios-chefe de uma frota. Este tipo de bandeira encontra a sua origem no período anterior à invenção das radiocomunicações, altura em que as mensagens eram transmitidas através de bandeiras. O distintivo de comando indicava, dentro de uma frota, qual o navio a observar para se receber as mensagens. Existem também distintivos honoríficos para significar a presença a bordo de uma alta autoridade como um chefe de estado ou um ministro. Com a evolução das telecomunicações, os distintivos de comando tornaram-se, essencialmente, honoríficos.
Os distintivos de comando são arvorados no mastro principal das embarcações, imediatamente abaixo da flâmula Nacional.
Exemplos de distintivos de comandoEditar
Rei da Suécia Vice-almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos Capitão de mar e guerra da Marinha da Noruega Secretário de Estado da Defesa dos Países Baixos Almirante da Marinha do Reino Unido Comandante de Flotilha da Marinha da Rússia
Distintivos de serviço, de armadores e de clubes náuticosEditar
Os distintivos de armadores são bandeiras que se destinam a identificar as empresas de navegação ou outros proprietário dos navios da Marinha Mercante. Antigamente eram arvorados no mastro principal das embarcações, mas, actualmente são, muitas vezes arvorados na proa.
Os distintivos ou galhardetes de clubes náuticos são bandeiras, normalmente de formato triangular, destinadas a identificar uma embarcação de recreio como sendo propriedade de um clube náutico ou de um membro daquele clube. É arvorado tanto no porto como no mar, podendo, contudo ser retirado durante uma corrida. Tradicionalmente, os galhardetes dos clubes são arvorados no mastro grande ou, alternativamente, à proa.
Os distintivos de serviço destinam-se a indicar que um navio privado está a prestar um serviço público especial, normalmente subsidiado pelo Estado, como o transporte de correio ou de imigrantes. Normalmente eram arvorados à proa, mas, hoje em dia, são raramente utilizados. Existem também distintivos arvorados em embarcações do estado, identificando que tipo de serviço é que estão a executar, como é o caso de policia marítima, pilotagem de portos, fiscalização aduaneira, etc.
Exemplos de distintivos de armadoresEditar
Exemplos de distintivos de clubes náuticosEditar
Galhardete do Yacht Club de Punta Ala (Itália)
Galhardete do Detroit Yacht Club (Estados Unidos)
Galhardete do Royal Ulster Yacht Club (Irlanda do Norte)
Galhardete do Yacht Club Italiano (Itália)
Galhardete da Associação Naval de Lisboa (Portugal)
Galhardete do Royal Yacht Squadron (Reino Unido)
Galhardete da Sociedade Náutica de Genebra (Suíça)
Exemplos de distintivos de serviçoEditar
Distintivo postal marítimo da Alemanha
Distintivo de serviço da Guarda Costeira dos Estados Unidos
Distintivo de serviço de pilotagem dos portos da Roménia
Bandeiras de sinaisEditar
As bandeiras de sinais destinam-se à transmissão de mensagens à distância. Em meados do século XIX, foi estabelecido um código internacional de sinais, em que existe uma bandeira específica para cada letra ou número. Algumas das bandeiras significando letras podem também transmitir, por si, uma mensagem específica.
Exemplos de bandeiras de sinaisEditar
Bandeiras nacionais com origem em bandeiras marítimasEditar
Várias das atuais bandeiras nacionais tiveram origem em pavilhões de uso marítimo, que, mais tarde, passaram também a ser usados em terra. Alguns exemplos:
- Reino Unido: era, originalmente o jaque da Marinha Britânica;
- Países Baixos: era o pavilhão nacional marítimo;
- Espanha: deriva do pavilhão de guerra estabelecido em 1785;
- França: era, originalmente, o pavilhão nacional;
- Grécia: era, originalmente, o pavilhão nacional.