Batalha de Areste (364)

A Batalha de Areste (em armênio: Առեստի ճակատամարտ) foi travada em 364 entre tropas do Reino da Armênia sob o general Bagoas Mamicônio e tropas do Império Sassânida sob o general Andicã. O conflito se deu no contexto da invasão da Armênia sob ordens do Sapor II (r. 309–379) após a assinatura da Paz de Nísibis de 363 com o imperador Joviano (r. 363–364) que fez com que o Império Romano deixasse de apoiar os armênios e seu rei cliente Ársaces II (r. 350–368). A fonte que cita a peleja, Fausto, o Bizantino, dá uma vitória decisiva aos armênios.

Batalha de Areste
Guerra Armeno-Sassânida de 363–371
Data 364
Local Areste, Aliovita (Armênia)
Desfecho Vitória armênia decisiva[1]
Beligerantes
Reino da Armênia Império Sassânida
Comandantes
Bagoas Mamicônio Andicã
Forças
Desconhecido Desconhecido
Baixas
Desconhecido Desconhecido

Antecedentes editar

Desde a morte do imperador romano Constantino (r. 306–337), seus sucessores imediatos disputaram com o Império Sassânida a supremacia sobre o Reino da Armênia. Em 363, Juliano (r. 361–363) conduziu uma invasão desastrosa na Pérsia que terminou em sua morte. A Paz de Nísibis assinada por Joviano (r. 363–364) momentaneamente retirou o apoio romano aos armênios, o que deixou o país livre à invasão persa.[2][3] Ainda no mesmo ano, o xainxá Sapor II (r. 309–379) conduziu em pessoa uma invasão em larga escala, que foi repelida.[4] Uma segunda invasão ocorreu no ano seguinte, na qual Sapor dividiu suas forças em três partes, das quais uma ficou a cargo do general Andicã. O rei Ársaces III fez o mesmo e encarregou uma das três partes de suas forças a Bagoas Mamicônio, que encontrou Andicã próximo dos pesqueiros de Areste.[5]

Batalha e rescaldo editar

A composição dos exércitos é desconhecida, salvo que os persas possuíam elefantes e os armênios possuíam algum contingente de cavalaria. Seja como for, assim que avistou o inimigo, Andicã preparou suas tropas para o combate, mas suas forças foram superadas e ele foi morto durante a luta. Bagoas, por sua vez, apercebeu-se dos elefantes do invasor e notou que um deles portava as insígnias reais. Acreditando que Sapor estivesse montado nele, desmontou seu cavalo, desembainhou sua espada e lançou-se contra o animal. Se arrastando por debaixo dele, o jarretou e provocou sua queda. No processo, Bagoas não teve tempo de sair do caminho e morreu esmagado pelo peso do elefante. De acordo com Fausto, o Bizantino, a morte de Bagoas foi a única baixa do lado armênio, enquanto nenhum persa sobreviveu.[5] Ainda que tenha sido uma vitória decisiva, a guerra prolongar-se-ia pelos anos seguintes.[6]

Referências

Bibliografia editar

  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Potter, David Stone (2004). The Roman Empire at Bay AD 180–395. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-10057-7