Batalha de Carteia

Disambig grey.svg Nota: Não confundir com a Batalha do Guadalquivir (206 a.C.), também chamada de "Batalha de Carteia".

A Batalha de Carteia foi uma batalha naval entre a frota cartaginesa e a frota romana perto da cidade de Carteia, na Hispânia, em 206 a.C.. Os romanos, comandados por Caio Lélio, levaram a melhor sobre os cartagineses do almirante Aderbal.

Batalha de Carteia
Segunda Guerra Púnica
Data 206 a.C.
Local Carteia
Casus belli Controle da península Ibérica
Desfecho Vitória romana
Beligerantes
República Romana República Romana Cartago Cartago
Comandantes
República Romana Caio Lélio Cartago Aderbal
Forças
1 quinquerreme
7 trirremes
1 quinquerreme
8 trirremes
Carteia está localizado em: Espanha
Carteia
Localização de Carteia no que é hoje a Espanha

ContextoEditar

Depois da derrota cartaginesa na Batalha de Ilipa, os turdetanos se juntaram em massa aos romanos. Asdrúbal Giscão e Magão Barca acabaram confinados com suas tropas em Gadir, onde estavam protegidos de um ataque romano. Depois do motim de Sucro e da Revolta de Indíbil e Mandônio, Públio Cornélio Cipião (o futuro "Africano") enviou Lúcio Márcio Sétimo, com uma pequena força sem uma caravana de bagagem, o que lhe acelerou o passo, para descer até a foz do rio Guadalquivir. Ali, os romanos encontraram o general cartaginês Hanão, que estava tentando recrutar uma força de mercenários para o exército de Magão, que foi derrotado na Batalha de Guadalquivir.

Caio Lélio, comandante de uma pequena frota — um quinquerreme e sete trirremes — chegou perto de Carteia, onde os cidadãos cartagineses estavam tramando para desertarem para o lado dos romanos. A conspiração foi descoberta por Magão Barca e seus responsáveis foram detidos e deportados para Cartago na frota de Aderbal, governador de Gades, com um quinquerreme e oito trirremes.

BatalhaEditar

Quando a frota cartaginesa foi avistada perto de Carteia, a frota de Caio Lélio atacou de imediato, com o quinquerreme à frente, o que surpreendeu Aderbal, que acabou forçado a lutar, pois as correntes tornavam uma fuga impossível.

O combate foi caótico, já que os trirremes de ambos os lados manobravam com muita dificuldade, mas as investidas foram numerosas e o combate corpo-a-corpo foi geral, com ambos os lados equilibrados. Finalmente, o quinquerreme de Lélio conseguiu atacar os trirremes cartagineses, afundando dois e imobilizando um terceiro.

Aderbal, dando-se por vencido, virou para a costa africana e fugiu; Lélio voltou a Carteia, onde foi informado de que a conspiração em Gades havia sido descoberta e que os responsáveis haviam sido enviados para Cartago.

ConsequênciasEditar

Públio Cornélio Cipião (futuro "Africano") ordenou que Caio Lélio e Lúcio Márcio Sétimo, comandante na vitória de Guadalquivir, a ordem de retirada. Magão Barca embarcou suas últimas forças, alguns milhares de homens e alguns barcos, e, pela costa, chegou a Cartago Nova, onde desembarcou e iniciou um cerco, rechaçado pelos romanos na Segunda Batalha de Cartago Nova[1].

Magão Barca retornou derrotado a Gadir, mas encontrou as portas fechadas e os habitantes já em plena negociação com os romanos. Ele abandonou a cidade [2] e seguiu para as ilhas Baleares, onde passou o inverno em Porto Magão (moderna Maó). No ano seguinte, zarpou para o norte da Itália para tentar insuflar uma revolta entre os lígures.

Referências

  1. Lívio, Ab Urbe Condita, XXVIII 36.7-9
  2. Revista Cartagena Historica, La conquista Bárcida