Batalha de Dirráquio (1018)

 Nota: Para outras batalhas de mesmo nome, veja Batalha de Dirráquio.

A batalha de Dirráquio de fevereiro de 1018 foi parte da guerras bizantino-búlgaras. Aconteceu quando o tsar da Bulgária João Vladislau (r. 1015-1018) tentou estabelecer seu poder na costa sudoeste do mar Adriático. Ele liderou um exército contra Dirráquio (atual Durrës, na Albânia) e sitiou-a, mas foi morto durante um contra-ataque dos defensores da cidade. Esta foi a batalha final de longos séculos de luta entre o Primeiro Império Búlgaro e o Império Bizantino. Poucos meses após a morte de Vladislau muito de seu reino foi subjugado pelo imperador bizantino Basílio II Bulgaróctono (r. 960–1025), com a última região independente (Sirmio) dominada em 1019.[1]

Batalha de Dirráquio
Guerras bizantino-búlgaras
Data janeiro de 1018
Local próximo do Dirráquio, atual Albânia
Coordenadas 41° 19' 32" N 19° 27' 16" E
Desfecho Vitória bizantina
Beligerantes
Império Bizantino Primeiro Império Búlgaro Primeiro Império Búlgaro
Comandantes
Império Bizantino Nicetas Pegonita Primeiro Império Búlgaro João Vladislau
Forças
Desconhecida Desconhecida
Baixas
Desconhecida Desconhecida
Dirráquio está localizado em: Albânia
Dirráquio
Localização aproximada da Batalha de Dirráquio no que é hoje a Albânia

Contexto editar

Após a batalha de Clídio e a morte do tsar Samuel (r. 997–1014) o Estado búlgaro foi desestabilizado por turbulência interna. No ano que se seguiu, o tsar Gabriel Radomir (r. 1014–1015), filho e herdeiro de Samuel, foi morto por seu primo, João Vladislau, por instigação do imperador bizantino. O novo governante búlgaro negociou uma breve paz com a promessa de submeter a Basílio II o controle de Dirráquio.[2] Nenhum dos lados manteve suas promessas e a guerra eclodiu novamente no outono de 1015. Enquanto Vladislau atacou Dirráquio, Basílio II capturou sua capital Ohrid, mas mais tarde, como resultado da batalha de Bitola, foi forçado a abandoná-la.[3][4]

A guerra continuou por dois anos mais sem um resultado decisivo. Em 1017, Basílio II derrotou os búlgaros em Setina, próximo de Edessa, mas falhou em explorar sua vitória e retornou para Constantinopla.[5] Vladislau usou isto para lançar um assalto contra Dirráquio, que foi defendida pelo estratego Nicetas Pegonita. Na batalha que se seguiu após uma incursão da guarnição o tsar búlgaro foi morto e suas tropas foram forçadas a se retirar.[2][6] Este evento levou a maioria dos nobres búlgaros (boiardos) a se renderem à Basílio II. A resistência isolada foi suprimida e a Bulgária tornou-se uma província bizantina.[7][8][9]

Referências

  1. Runciman 1930, p. 262.
  2. a b Stephenson 2000, p. 74.
  3. Runciman 1930, p. 245-246.
  4. Treadgold 1997, p. 527.
  5. Runciman 1930, p. 247-248.
  6. Runciman 1930, p. 248.
  7. Runciman 1930, p. 248-251.
  8. Treadgold 1997, p. 527-528.
  9. Fine 1991, p. 198-199.

Bibliografia editar

  • Fine, John Van Antwerp (1991). The Early Medieval Balkans: A Critical Survey from the Sixth to the Late Twelfth Century. Ann Arbor, Michigan: University of Michigan Press. ISBN 978-0-472-08149-3 
  • Runciman, Steven (1930). A history of the First Bulgarian Empire (em inglês). Londres: G. Bell & Sons 
  • Stephenson, Paul (2000). Byzantium's Balkan Frontier: A Political Study of the Northern Balkans, 900–1204. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press. ISBN 0-521-77017-3 
  • Treadgold, Warren (1997). A History of the Byzantine State and Society (em inglês). Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-2630-2