A Batalha de Romani realizou-se entre 3 e 5 de Agosto de 1916 e representou o último grande ataque terrestre no Canal do Suez durante a Primeira Guerra Mundial.

Batalha de Romani
Primeira Guerra Mundial

8.ª Cavalaria Ligeira em Romani
Data 3-5 de Agosto de 1916
Local A leste do Canal do Suez e a norte de Ismailia - Península do Sinai, Egipto
Desfecho Vitória do Império Britânico
Beligerantes
Reino Unido Império Britânico Império Otomano
Império Alemão Império Alemão
Áustria-Hungria
Comandantes
Reino Unido Archibald Murray
Reino Unido Henry Lawrence
Harry Chauvel
Império Alemão Friedrich Kreß von Kressenstein
Forças
14 000 homens: 1.ª Brigada de Cavalaria Ligeira da Divisão Montada Anzac
2.ª Brigada de Cavalaira Ligeira
52.ª Divisão (Lowland)
14 000 homens: 3.ª Divisão
Pasha I
Camelos otomanos
Batalhão de metralhadoras
Baixas
1 130 9 200, incluindo 4 000 prisioneiros

História editar

A batalha teve lugar a 37 km a leste do canal, perto da cidade egípcia de Romani, local da antiga Pelúsio, na Península do Sinai. A vitória da 52.ª Divisão (Lowland) e da Divisão Montada Anzac da Força Expedicionária Egípcia (FEE), sobre uma força conjunta otomana e alemã, que tinha marchado através do Sinai, marcou o fim da campanha de Defesa do Canal do Suez, também designada por Offensive zur Eroberung des Suezkanals e İkinci Kanal Harekâtı, que começou a 26 de Janeiro de 1915. Esta vitória do Império Britânico, a primeira contra o Império Otomano na guerra, garantiu a segurança do Canal do Suez contra ataques terrestres, e acabou com as ambições das Potências Centrais de causar problemas ao tráfego que ali passava, ao ganhar o controlo das importantes vias de acesso ao Canal. A perseguição efectuada pela Divisão Montada Anzac (DMA), a qual terminou em Bir el Abd, a 12 de Agosto, marcou, também, o início da Campanha do Sinai e da Palestina. Daí em diante, a (DMA), apoiada pela Brigada Corpo Imperial a Camelo, passou para a ofensiva, perseguindo os exércitos alemão e otomano por muitos quilómetros pela Península do Sinai, revertendo de forma muito marcante a derrota sofrida em Katia três meses antes.[1]

A partir do final de Abril de 1916, depois de uma força otomana liderada pelos alemães ter atacado yeomanry britânicos em Katia, as forças do Império britânico na região duplicaram, de início, de uma para duas brigadas, crescendo, a partir daí, tanto quanto as infraestruturas o podiam suportar. A construção de um caminho-de-ferro e de um sistema de fornecimento de água, permitiram que uma divisão de infantaria se juntasse à cavalaria ligeira australiana e a uma brigada montada armada em Romani. Durante a época de maior calor do Verão, foram realizadas patrulhas a cavalo a partir da base em Romani, enquanto a infantaria construía uma extensa série de redutos defensivos. A 19 de Julho, foi relatado o avanço de uma força alemã, austríaca e otomana a norte do Sinai. Desde 20 de Julho até ao começo da da batalha, as 1.ª e 2.ª Brigadas de Cavalaria Ligeira australianas realizaram operação de pressão sobre o avanço daquela coluna de tropas.

Durante a noite de 3 para 4 de Agosto de 1916, a força em avanço, que incluía a formação de German Pasha I e 3.ª Divisão de Infantaria otomana, lançou um ataque desde Katia a Romani. As tropas avançadas rapidamente entraram em confronto utilizando tácticas de cavalaria, aplicadas pela 1.ª Brigada de Cavalaria Ligeira (Divisão Montada Anzac). A 4 de Agosto, durante um duro combate pouco antes do dia nascer, a cavalaria australiana foi forçada a retirar aos poucos. Quando o dia nasceu, a sua linha foi reforçada pela 2.ª Brigada de Cavalaria Ligeira e, a meio da manhã, a 5.ª Brigada Montada e a Brigada Montada Armada neozelandesa juntaram-se à batalha. Juntas, estas quatro brigadas da Divisão Montada Anzac conseguiram deter e empurrar os atacantes para uma área de areia. Aqui, a força atacante ficou ao alcance da 52.ª Divisão (Lowland), que se encontrava entrincheirada a defender Romani e o caminho-de-ferro. A resistência coordenada de todas as formações da FEE, a areia e o calor e a sede foram mais fortes, detendo a força conjunta alemã, austríaca e otomana. Apesar da força atacante tivesse lutada com determinação para manter as suas posições na manhã seguinte, à noite foram forçados a regressar ao seu ponto de partida, Katia. A força em retirada foi perseguida pela Divisão Montada Anzac entre 6 e 9 de Agosto, durante a qual as forças otomanas e alemãs foram entrando em acções de retaguarda contra a cavalaria ligeira australiana, yeomanry britânicos e brigadas montadas neozelandesas. A perseguição terminou no dia 12 de Agosto quando as forças alemãs e otomanas abandonaram a sua base em Bir el Abd, e retiraram para El Arish.

Referências

  1. Battles Nomenclature Committee 1922 p. 31

Bibliografia editar

  • «3rd Light Horse Brigade War Diary». First World War Diaries AWM4, 10-3-15. Canberra: Australian War Memorial. Abril de 1916 
  • The Official Names of the Battles and Other Engagements Fought by the Military Forces of the British Empire during the Great War, 1914–1919, and the Third Afghan War, 1919: Report of the Battles Nomenclature Committee as Approved by The Army Council Presented to Parliament by Command of His Majesty. London: Government Printer. 1921. OCLC 29078007 
  • Bostock, Harry P. (1982). The Great Ride: The Diary of a Light Horse Brigade Scout World War 1. Perth: Artlook Books. OCLC 12024100 
  • Bou, Jean (2009). A History of Australia's Mounted Arm. Col: Australian Army History. Port Melbourne: Cambridge University Press. OCLC 320896150 
  • Bowman-Manifold, M. G. E. (1923). An Outline of the Egyptian and Palestine Campaigns, 1914 to 1918 2nd ed. Catham: The Institute of Royal Engineers, W. & J. Mackay & Co. Ltd. OCLC 224893679 
  • Bruce, Anthony (2002). The Last Crusade: The Palestine Campaign in the First World War. London: John Murray Ltd. ISBN 978-0-7195-5432-2 
  • Carver, Michael, Field Marshal Lord (2003). The National Army Museum Book of The Turkish Front 1914–1918: The Campaigns at Gallipoli, in Mesopotamia and in Palestine. London: Pan Macmillan. ISBN 978-0-283-07347-2 
  • Cutlack, F.M. (1941). The Australian Flying Corps in the Western and Eastern Theatres of War, 1914–1918. Col: Official History of Australia in the War of 1914–1918 Volume VIII. Canberra: Australian War Memorial. OCLC 220900299 
  • Dennis, Peter; Jeffrey Grey, Ewan Morris, Robin Prior with Jean Bou (2008). The Oxford Companion to Australian Military History 2nd ed. Melbourne: Oxford University Press, Australia & New Zealand. OCLC 489040963 
  • Downes, R. M.; A. G. Butler (1938). The Campaign in Sinai and Palestine. Col: Official History of the Australian Army Medical Services, 1914–1918 Part II in Volume 1 Gallipoli, Palestine and New Guinea. Canberra: Australian War Memorial. OCLC 156587074 
  • Erickson, Edward J. (2001). Ordered to Die: A History of the Ottoman Army in the First World War. Forward by General Hüseyiln Kivrikoglu. Col: No. 201 Contributions in Military Studies. Westport Connecticut: Greenwood Press. OCLC 43481698 
  • Falls, Cyril; G. MacMunn (1930). Military Operations Egypt & Palestine: From the Outbreak of War With Germany to June 1917. Col: Official History of the Great War Based on Official Documents by Direction of the Historical Section of the Committee of Imperial Defence. 1. London: HM Stationary Office. OCLC 610273484 
  • Gullett, Henry (1941). The Australian Imperial Force in Sinai and Palestine, 1914–1918. Col: Official History of Australia in the War of 1914–1918 Volume VII 10th ed. Canberra: Australian War Memorial. OCLC 220901683 
  • Hill, A. J. (1978). Chauvel of the Light Horse: A Biography of General Sir Harry Chauvel, GCMG, KCB. Melbourne: Melbourne University Press. OCLC 5003626 
  • Keogh, E. G.; Joan Graham (1955). Suez to Aleppo. Melbourne: Directorate of Military Training by Wilkie & Co. OCLC 220029983 
  • Kinloch, Terry (2007). Devils on Horses: In the Words of the Anzacs in the Middle East 1916–19. Auckland: Exisle Publishing. OCLC 191258258 
  • McPherson, Joseph William (1983). Barry Carman & John McPherson, eds. The Man Who Loved Egypt: Bimbashi McPherson. Selection and compilation of 26 volumes of letters written by Joseph McPherson to his family between 1901 and 1946. [S.l.]: Ariel Books British Broadcasting Corporation. OCLC 10372447 
  • Moore, A. Briscoe (1920). The Mounted Riflemen in Sinai & Palestine: The Story of New Zealand's Crusaders. Christchurch: Whitcombe & Tombs Ltd. OCLC 561949575 
  • Powles, C. Guy; A. Wilkie (1922). The New Zealanders in Sinai and Palestine. Col: Official History New Zealand's Effort in the Great War, Volume III. Auckland: Whitcombe & Tombs Ltd. OCLC 2959465 
  • Preston, R. M. P. (1921). The Desert Mounted Corps: An Account of the Cavalry Operations in Palestine and Syria 1917–1918. London: Constable & Co. OCLC 3900439 
  • Pugsley, Christopher (2004). The Anzac Experience: New Zealand, Australia and Empire in the First World War. Auckland: Reed Books. OCLC 56521474 
  • Wavell, Field Marshal Earl (1968). E.W. Sheppard, ed. The Palestine Campaigns. Col: A Short History of the British Army 3rd ed. London: Constable & Co. 
  • Woodward, David R. (2006). Hell in the Holy Land: World War I in the Middle East. Lexington: The University Press of Kentucky. ISBN 978-0-8131-2383-7 
 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Batalha de Romani
  Este artigo sobre batalhas (genérico) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.