Beemote

criatura bíblica
 Nota: Para outros significados, veja Behemoth (desambiguação).

Beemote ou behemoth (em hebraico transcrito como בהמות, Bəhēmôth, Behemot, B'hemot; em Árabe بهيموث, Bahīmūth, ou بهموت, Bahamūt)[1] é uma criatura descrita na Bíblia, no livro de Jó, 40:15–24. Sua descrição é tradicionalmente associada à de um monstro gigante, podendo ser retratado como um Hipopótamo, apesar de alguns criacionistas o identificarem como um saurópode ou um touro gigante de três chifres. Esta criatura tem um corpo couraçado e é típica dos desertos (embora Behemoth também fosse como os hebreus chamavam os hipopótamos). Alguns criacionistas da Terra Jovem acreditam que é uma descrição de um dinossauro.

Behemoth e Leviatã, em gravura de William Blake
Leviatã, Behemoth e Ziz em iluminura de uma Bíblia de Ulm, 1238
Contemplas agora o beemote, que eu fiz contigo, que come a erva como o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre. Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos das suas coxas estão entretecidos. Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro. Ele é obra-prima dos caminhos de Deus; o que o fez o proveu da sua espada.

Em verdade os montes lhe produzem pastos, onde todos os animais do campo folgam. Deita-se debaixo das árvores sombrias, no esconderijo das canas e da lama. As árvores sombrias o cobrem, com sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam.

Eis que um rio transborda, e ele não se apressa, confiando ainda que o Jordão se levante até à sua boca. Podê-lo-iam porventura caçar à vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz?

O nome é o plural do hebraico בהמה, bəhēmāh, "animal", com sentido enfático ("animal grande", "animal por excelência"). Na tradição judaica ortodoxa, o Beemote é o monstro da terra por excelência, em oposição ao Leviatã, o monstro do mar, e Ziz, o monstro do ar.

Segundo a tradição judaica ortodoxa, a missão do Beemote é esperar pelo dia em que Deus lhe pedirá para matar o Leviatã, uma criatura marinha tida por alguns como parecida com uma baleia. As duas criaturas morrerão no combate, mas o Beemote será glorificado por cumprir a sua missão. Então, a carne dos dois monstros será servida em banquete aos humanos que sobreviverem.

Na literatura editar

Por volta de 1668, já quase com oitenta anos de idade, Thomas Hobbes terminava o manuscrito de Behemoth. Embora algumas edições piratas de Behemoth tenham sido publicadas nos finais de 1670, uma versão autorizada só apareceu em 1682, três anos após a morte do autor. No livro Behemoth or the Long Parliament, diferentemente dos anteriores trabalhos Leviatã e Do Cidadão, Hobbes desenvolve uma narrativa histórica sobre guerra civil na Inglaterra compreendida entre o período de 1640 e 1660. Se um dos significados simbólicos assumidos pelo Leviatã de Hobbes é o de um Estado garantidor da paz, o Behemoth simboliza a rebelião e a guerra civil (Hobess, 1990: ix).

É personagem do livro O Mestre e Margarida, de Mikhail Bulgakov, sobre a visita do diabo à Rússia stalinista. É referido ainda nas obras de John Milton (Paradise Lost - Book VII 470-472) e de James Thomson (The Seasons ). É referido ainda no livro de Enoque cap. 58 verso 8

Referências

  • A Bíblia em Bytes Online [1]
  • Jorge Luis Borges, O Livro dos Seres Imaginários [2]

Ver também editar

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