Bento António Gonçalves

Bento António Gonçalves | |
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2º Secretário Geral do PCP | |
Período | 1929-1942 |
Antecessor | José Carlos Rates |
Sucessor | Vacante |
Dados pessoais | |
Nascimento | 2 de março de 1902 |
Morte | 11 de setembro de 1942 (40 anos) |
Partido | Partido Comunista Português |
Bento António Gonçalves GOL (Montalegre, Fiães do Rio, 2 de março de 1902 – Tarrafal, 11 de setembro de 1942) foi um político português envolvido na luta contra o regime do Estado Novo e na reorganização do Partido Comunista Português segundo os princípios da Terceira Internacional.[1][2]
BiografiaEditar
Em 1915, após concluir a instrução primária, começa a trabalhar, em Lisboa, como torneiro de madeira. Dois anos depois, em 1917, é aprendiz de torneiro mecânico, sendo, em 1919, admitido como torneiro mecânico no Arsenal da Marinha.
Depois de desenvolver intensa actividade como sindicalista, Bento Gonçalves ingressa, em 1928, no Partido Comunista Português, participa activamente na reorganização de 1929, e é, nesse mesmo ano, eleito secretário-geral, cargo que ocupará até à sua morte.
Preso em 1930, foi deportado para os Açores e posteriormente para Cabo Verde.
Em 1933, de novo em liberdade, passou à clandestinidade e reassumiu as suas funções de secretário-geral. Em 1935, chefiou a delegação portuguesa ao VII Congresso da Internacional Comunista em Moscovo. Pouco depois do seu regresso, foi preso juntamente com os dois outros membros do Secretariado do PCP, José de Sousa[3] e Júlio Fogaça.
Em 1936 é enviado para o campo de concentração do Tarrafal. Do Tarrafal escreve ao ditador António de Oliveira Salazar, garantindo que o PCP estaria disposto a colaborar com o regime contra os poderes imperiais. Esta tentativa colaboracionista não obteve resposta.[4] Acaba por morrer no Tarrafal, vítima de uma biliose.[5][1][2]
A 30 de Junho de 1980 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade a título póstumo.[6]
Referências
- ↑ a b Bento Gonçalves na página do Museu do Aljube.
- ↑ a b Bento Gonçalves na página da Organização Regional de Lisboa do Partido Comunista Português.
- ↑ José de Sousa (1898-1967), na página Não Apaguem a memória.
- ↑ Santana, Emídio (1985). "Em perfeita convergência, em 1935, o VII Congresso da Internacional Comunista recomendou aos comunistas acorrerem aos sindicatos fascistas, certamente na intenção de os dominar por dentro, corpos sem alma adaptados à rotina demagógica e à subserviência. Quando um pouco mais tarde, no começo da guerra e no delírio do pacto germano-soviético, o mesmo Bento Gonçalves e no Tarrafal, lança a chamada "política nova" oferecendo ao governo salazarista, por intermédio do director do presidio, a "cooperação dos comunistas na luta contra as potencias imperialistas", era a conclusão iniludível da convergência", Memórias de um militante anarco-sindicalista: tempos de luta, de adversidade e de esperança. [S.l.]: Perspectivas & Realidades. p. 218
- ↑ A biliosa na página da União de Resistentes Antifascistas Portugueses.
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Bento Gonçalves". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 28 de fevereiro de 2015
BibliografiaEditar
- GONÇALVES, Bento. Palavras necessárias: a vida proletária em Portugal de 1872 a 1927. Porto, ed. de Virgínia Moura, 2.ª ed., 1973.
- GONÇALVES, Bento. Escritos (1927-1930). Recolha, introdução e notas de António Ventura. Lisboa, Seara Nova, 1976.
- GONÇALVES, Bento. Inéditos e testemunhos. Introdução, recolha e bibliografia de Alberto Vilaça. Lisboa, Editorial Avante!, 2003. ISBN 978-972-550-293-8.
- CUNHAL, Álvaro; GONÇALVES, Bento; VILARIGUES, Sérgio. O PCP e o VII congresso da Internacional Comunista. Lisboa : Avante, 1985.
Ligações externasEditar
Precedido por José Carlos Rates |
Secretário-Geral do Partido Comunista Português 1929 - 1942 |
Sucedido por Vacante Álvaro Cunhal só assume o cargo em 1961 |