Biblioteca Daniel Cosío Villegas
A Biblioteca Daniel Cosío Villegas, também conhecida pela sigla BDCV, é uma biblioteca universitária, de investigação, especializada em ciências sociais, pertencente ao Colégio de México. Começou em 1940 e possui uma das colecções mais destacadas em América Latina sobre ciências sociais e humanidades. Em 1976 deu-se-lhe o nome que possui actualmente: o nome de um de seus fundadores e presidente da instituição sede.[1]
Biblioteca Daniel Cosío Villegas | |
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Tipo | biblioteca acadêmica, biblioteca de pesquisa, biblioteca especializada |
Inauguração | 1940 (84 anos) |
Parte de | El Colegio de México |
Geografia | |
Localização | Cidade do México |
País | México |
Website oficial | |
Antecedentes históricos editar
Os antecedentes da biblioteca remontam à Casa de Espanha em México, a qual só funcionou um ano e meio e em 1940 mudou seu nome para Colégio de México. Até 1939 a biblioteca era uma colecção de livros doada por vários membros e colaboradores da Casa de Espanha. Estava sob a coordenação de Francisco Giner de los Ríos (homónimo de seu avô pedagogo e fundador da Instituição Livre de Ensino) e não foi até finais do ano 1940 que se montou formalmente a biblioteca na rua Pánuco, 63.[2]
A primeira direção da biblioteca ficou a cargo do poeta exilado Francisco Ginner (1939-1945).[2] Geriu as primeiras aquisições bibliográficas, atividade que compartilhava com Alfonso Reis, e foi responsável pelas primeiras publicações editadas pelo Fundo de Cultura Económica.
No início, o acervo esteve composto principalmente por coleções sobre filosofia e literatura, livros adquiridos pela Casa de Espanha e por doações de bibliotecas mexicanas.[2] Durante a gestão de Giner, a coleção chegou a ter um pouco mais de 7.000 volumes.[3]
Em 1945, a biblioteca deveu mudar-se a seu novo local, localizado na rua de Sevilla, 30. Aí, foram fundidas a coleção do Centro de Estudos Históricos (CEH) e a do Centro de Estudos Sociológicos (CES).[2]
Após a direcção de Francisco Giner de los Ríos, a biblioteca esteve a cargo da historiadora e bibliotecária Susana Uribe e Ortiz, de 1945 a 1965. No momento em que Uribe assumiu a direcção, a biblioteca se encontrava localizada na esquina das ruas de Durango e Praça Río de Janeiro, em Condesa.[2] No final da gestão de Uribe, a biblioteca contava com uma coleção de mais de 45.000 volumes.[4]
Posteriormente, estiveram a cargo da direção da biblioteca: Ario Garza Mercado (1966-1989) e Álvaro Quijano Solís (1989-2003). Micaela Chávez Villa, diretora desde 2004, recebeu a homenagem ao Bibliotecário na Feira Internacional do Livro (FIL) de Guadalajara em 2017, por sua trajetória destacada com mais de 40 anos no exercício da profissão.[5] Detalhes interessantes encontram-se na entrevista Uma vida entregada aos livros.[6]
Coleções editar
Obras de referência editar
A coleção de obras de referência está conformada por títulos em formato físico e digital. Entre os tipos de documentos com os quais conta se encontram os seguintes:[7]
- Bibliografias
- Enciclopédias
- Diretórios
- Dicionários
- Guias de informação estatística
- Anuários
- Catálogos de bibliotecas
Coleção CIDOC editar
Em 1979, o Centro Intercultural de Documentação (Cidoc) entregou ao Colégio de México sua biblioteca, que continha aproximadamente 7.000 títulos, repartidos nas temáticas de igreja e sociedade, história eclesiástica, disciplina, administração e política eclesiástica, ação e reforma social, entre outras.[7]
O catálogo de microfichas "The History of Religiosity in Latin America ca. 1830-1970" foi criado a partir da digitalização de ao redor de mil títulos da coleção Cidoc.[7]
Coleção especial editar
Nesta coleção conserva ao menos uma instância de:[7]
- Toda obra editada pelo Colégio de México
- Toda tese apresentada na instituição
- Fascículos publicados nos centros de estudo.
Há também livros com valor patrimonial ou que precisam um resguardo especial, normalmente editados antes de 1920.[7]
Coleção asiática e africana editar
Para a conformação desta colecção foram de grande importância as doações dos programas Window on Korea (WOK) da Biblioteca Nacional de Coreia, Library Support Program da Fundação Japão e diversas doações da embaixada Chinesa.[7]
Entre as línguas asiáticas e africanas que compõem esta colecção se encontram o chinês, árabe, coreano, japonês, hindi e swahili. Cobre temáticas como arte e literatura, economia, estudo e ensino do idioma, história, política e sociedade de África, Chinesa, Índia, Japão, Meio Oriente e o Área do Pacífico.[7]
Publicações periódicas editar
A biblioteca está associada a 3.500 títulos de publicações periódicas, destas quase 300 se encontram disponíveis em texto completo em formato eletrônico. Ademais, ao redor de 90 bancos de dados dão acesso a aproximadamente 70.000 títulos de publicações periódicas em texto completo.[7]
Organismos internacionais editar
O Colégio de México é uma das instituições governamentais que recebem publicações da Organização das Nações Unidas (ONU).[7]
A BDCV atua como instituição de guarda de documentos tanto oficiais como provisórios das áreas de estudo do Colégio, informação produzida por:[7]
- Assembleia Geral
- Conselho de Administração Fiduciária
- Conselho Econômico e Social
- Conselho de Segurança
- Secretaria Geral
Nesta coleção há também algumas publicações das seguintes instituições, às quais a biblioteca está vinculada:[7]
- Banco Mundial
- Fundo Monetário Internacional
- Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico
- Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
- Organização Mundial da Saúde
Mapas editar
A coleção de mapas contém 800 mapas geográficos, históricos e políticos de todo o mundo. Ademais conta com múltiplos atlas históricos, urbanos, linguísticos, geográficos, estatísticos e etnográficos.[7]
Audiovisuais editar
A coleção de aproximadamente 8.000 títulos de micropelículas contém:[7]
- 425 rolos de vídeo da Embaixada de Espanha no México sobre informação relativa aos séculos XIX e XX
- 2.059 rolos do National Archives de Estados Unidos sobre América Latina
- 476 rolos do Foreign Office de Grã-Bretanha sobre o México
Conta com cerca de 3.000 teses sobre América Latina.[7]
Com respeito à colecção de videoteipes contém cursos elaborados pelo Banco de México, além de material produzido pelo Colégio de México para o canal 11 e outros programas.[7]
Colecções pessoais editar
- Alfonso Awed
- Ramón Beteta
- Daniel Cosío Villegas
- Gerard K Boon
- José Gaos
- Celestino Herrera Frimont
- Jacinto Huitrón
- Norma e Emile Jacobs
- Prodyot Mukherjee
- Carlos Pellicer
- Nicolás Pizzarro Suárez
- Tomás Segovia
- Pedro Urbano González da Rua
- Pombo Valencia
- Eduardo Villaseñor
- Antonio Martínez Baez
- Glória Ruíz de Bravo Ahuja
- Adriana Vidal de Vilalta
Edifício editar
O edifício principal recebe a biblioteca desde o ano 1976, num espaço de 731.70 m² e uma capacidade de armazenamento de 2.188 estantes.[8][9] Como a biblioteca ocupa seu edifício principal desde os anos 70, esta estava a chegar ao limite de sua capacidade. Desde 2003 foi evidente a saturação do acervo, pelo que Ario Garza Mercado foi encarregado de fazer um "Programa de Necessidade para a Ampliação da Biblioteca do Colégio de México, 2004-2024", mas não se realizaram por enquanto ações sobre isso.
A construção do novo edifício Mario Ojeda Gómez, anexo ao edifício principal da BDCV, responde à necessidade de continuar recebendo as crescentes colecções que resguarda a biblioteca.[8]
No fim de 2012 o Colégio conseguiu o financiamento para levar a cabo o projecto. Javier Garciadiego convidou ao arquiteto Teodoro González de León para realizar a obra. Teve-se como assessores Michel Keller, diretor do Academic Information Resources e Adán Grego, especialista da América Latina. Ambos de Stanford University.[8]
O novo edifício representa uma ampliação de quatro mil metros quadrados distribuídos em quatro níveis, um sótão, dois andares com estantes e uma planta principal que funciona como sala de leitura, consulta e trabalho em equipe. Na parte de acima conta com um terraço que liga ao pátio principal do Colégio.[9]
Seu nome está dado em homenagem a Mario Ojeda Gómez, que foi presidenta do Colégio de 1985 a 1995, experiente em teorias de relações internacionais e política exterior. Esse novo edifício encontra-se inscrito no registro de obras do património cultural e artístico de México.[8]
Detalhes adicionais encontram-se disponíveis na Biblioteca Daniel Cosío Villegas: preparada para o futuro.[10]
O novo edifício está planejado para receber o acervo em crescimento por ao menos 23 anos a partir de sua inauguração.[11]
Referências
- ↑ Información General - Biblioteca Daniel Cosío Villegas. [en línea] Biblioteca.colmex.mx. Disponible en: http://biblioteca.colmex.mx/index.php/informacion-general [Consultado 9 nov 2017].
- ↑ a b c d e Escobar Vallarta, Claudia, sustentante (2016). La biblioteca “Daniel Cosío Villegas” de El Colegio de México (1939-2003): apuntes para su historia. [en línea] Disponible en: http://132.248.9.195/ptd2016/marzo/097304089/Index.html
- ↑ Garza Mercado, A. (1984). ‘’La Biblioteca Daniel Cosío Villegas [documento mimeografiado]. Citado en: Escobar Vallarta, Claudia, sustentante (2016). La biblioteca “Daniel Cosío Villegas” de El Colegio de México (1939-2003): apuntes para su historia.
- ↑ Garza Mercado, A. (1984). La Biblioteca Daniel Cosío Villegas: Información General [Documento de archivo. 14 de mayo de 1984]. Citado en: Escobar Vallarta, Claudia, sustentante (2016). La biblioteca “Daniel Cosío Villegas” de El Colegio de México (1939-2003): apuntes para su historia.
- ↑ FIL. «Feria Internacional del Libro de Guadalajara». www.fil.com.mx (em espanhol). Consultado em 23 de janeiro de 2018
- ↑ «Login Grupo Reforma». www.reforma.com. Consultado em 23 de janeiro de 2018
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o Nuestras Colecciones - Biblioteca Daniel Cosío Villegas. [en línea] Biblioteca.colmex.mx. Disponible en: http://biblioteca.colmex.mx/index.php/nuestras-colecciones [Consultado el: 10 Nov. 2017].
- ↑ a b c d Adobe Spark. (2017). La Biblioteca Daniel Cosío Villegas: preparada para el futuro. [en línea] Disponible en: https://spark.adobe.com/page/qXmdR/%20 [Consultado 10 Nov. 2017].
- ↑ a b El Universal. (2017). Crece la Biblioteca de El Colegio de México. [en línea] Disponible en: http://www.eluniversal.com.mx/articulo/cultura/letras/2016/05/20/crece-la-biblioteca-de-el-colegio-de-mexico#imagen-1 [Consultado 10 Nov. 2017].
- ↑ «La Biblioteca Daniel Cosío Villegas: preparada para el futuro» (PDF). Boletín editorial de El Colegio de México. Setembro–outubro de 2015
- ↑ YouTube. (2017). Inauguración del edificio Mario Ojeda Gómez de la Biblioteca Daniel Cosío Villegas. [online] Available at: https://www.youtube.com/watch?v=23NUiqqnUsQ&feature=youtu.be [Accessed 10 Nov. 2017].