Lista sucessória dos patriarcas de Jerusalém
As primeiras comunidades cristãs de Jerusalém eram lideradas por um Conselho de Anciãos e se considerava parte de uma comunidade maior judaica. Este sistema colegiado de governo em Jerusalém é atestado em Atos 11:30 e em Atos 15:22. Os líderes passaram, numa data posterior, a serem chamados de "bispos".
Anciãos de Jerusalém
editarEusébio de Cesareia provê os nomes de uma linha sucessória contínua de trinta e seis "bispos de Jerusalém", até o ano de 324 d.C.[1]. Os primeiros dezesseis destes bispos eram cristãos de origem judaica - de Tiago, o Justo até Judas (†135) - e o restante eram gentios[2]:
“ | Mas uma vez que os bispos da circuncisão terminaram nesta época [após a Revolta de Barcoquebas ], é apropriado dar aqui uma lista de seus nomes desde o princípio. O primeiro, então, foi Tiago, o chamado irmão do Senhor; o segundo, Simeão; o terceiro, Justo; o quarto, Zaqueu; o quinto, Tobias; o sexto, Benjamim; o sétimo, João; o oitavo, Matias; o nono, Filipe; o décimo, Senecas; o décimo-primeiro, Justo; o décimo-segundo, Levi; o décimo-terceiro, Efram; o décimo-quarto, José; e, finalmente, o décimo-quinto, Judas. Estes foram os bispos de Jerusalém que viveram na era dos apóstolos e no tempo já citado, todos eles pertencendo à circuncisão. | ” |
- Tiago, o Justo (até 62 d.C.)
- Simeão I (62-107)
- Justus de Jerusalém (107-113)
- Zaqueu (113-???)
- Tobias (???-???)
- Benjamim I (???-117)
- João I (117-???)
- Matias I (???-120)
- Filipe (???-124)
- Senecas (???-???)
- Justo II (???-???)
- Levi (???-???)
- Efram (???-???)
- José I (???-???)
- Judas (???-135)
Bispos de Élia Capitolina
editarComo resultado da Revolta de Barcoquebas em 135, o imperador romano Adriano estava determinado a eliminar o judaísmo da província da Judeia. Ela foi renomeada como Síria Palestina e Jerusalém foi deixada em completa ruína, com uma nova cidade sendo construída nas redondezas, chamada Élia Capitolina. Os bispos gentios (os judeus estavam proibidos pisar na cidade, exceto no dia de Tisha B'Av), foram apontados sob a autoridade do bispo metropolitano de Cesareia[4][5].
16. Marcos (135 - ???)[4][5]
17. Cassiano (???-???)[4][5]
18. Póplio (???-???)[4][5]
19. Máximo I (???-???)[4][5]
20. Juliano I (???-???)[4][5]
21. Caio I (???-???)[4][5]
22. Símaco (??? - ???)[5]
23. Caio II (???-???)[4] ou (???-162)[5]
24. Juliano II (???-???)[4] ou (162-???)[5]
25. Capião (???-???)[4][5]
26. Máximo II (???-???)[4][5]
27. Antonino (???-???)[4][5]
28. Valente (???-???)[4][5]
29. Doliquiano (???-185)[4][5]
30. Narciso (185-211)[4] ou (185-213)[5]
34. Alexandre (213-251)[4][6] ou (211-249)[5]
35. Mazabanis (251-266)[6] ou (251-260)[4] ou (249-260)[5]
36. Imeneu (266-298)[6] ou (260-298)[4] ou (260-276)[5]
37. Zamudas (298-300)[4][6] ou (276-283)[5]
38. Ermon (300-314)[6][4] ou (283-314)[5]
39. Macário I (314-333)[6][4][5]. A partir de 325 d.C., bispo de Jerusalém.
Bispos de Jerusalém
editarJerusalém recebeu um reconhecimento especial no cânon 7 do Primeiro Concílio de Niceia, em 325 d.C., sem ainda conseguir se tornar uma sé metropolitana[7]. Além disso, o concílio, pela primeira vez, estabeleceu os patriarcados e determinou que os bispos de Jerusalém fossem apontados pelo patriarca de Antioquia.
Patriarcas de Jerusalém
editarO Concílio de Calcedônia, em 451 d.C., elevou o bispo de Jerusalém ao status de patriarca. Porém, a política bizantina determinava agora que Jerusalém saísse da jurisdição do patriarca de Antioquia e passasse para as mãos das autoridades gregas em Constantinopla. Por séculos, o clero ortodoxo, como a Irmandade do Santo Sepulcro, dominou a Igreja de Jerusalém.
44. Juvenal (422-458)[6]
45. Anastácio I (458-478)[6]
46. Martírio (478-486)[6]
47. Salustiano (486-494)[6]
48. Elias I (494-513)[6]
49. João III (513-524)[6]
50. Pedro (524-544)[6]
51. Macário II (544-552)[6]
52. Eustóquio (552-564)[6]
- Macário II (564-575)[6]
- Macário II (564-575)[6]
53. João IV (575-594)[6]
54. Amós (594-601)[6]
55. Isaque (601-609)[6]
56. Zacarias (609-632)[6]
57. Modesto (632-634)[6]
58. Sofrônio I (634-638)[8][6]
- vago (638-691)
- vago (638-691)
59. Anastácio II (691-706)[6][8]
60. João V (706-735)[6][8]
61. João VI (735-760)[6] ou (838-842)[8]
62. Teodoro (760-782)[6] ou (745-770)[8]
- Eusébio de Jerusalém (782-782)[6]
63. Elias II (782-800)[6] ou (770-797)[8]
64. Jorge (800-807)[6] ou (797-807)[8]
65. Tomé I (807-821)[6][8]
66. Basílio (821-842)[6] ou (820-838)[8]
67. Sérgio I (842-859)[6] ou (842-855)[8]
68. Salomão (859-864)[6] ou (855-860)[8]
- vago (860-864)
- vago (860-864)
69. Teodósio (864-879)[6] ou (860-878)[8]
70. Elias III (879-907)[6][8]
71. Sérgio II (908-911)[6][8]
72. Leôncio I (911-929)[6][8]
73. Atanásio I (929-937)[6][8]
74. Nicolau (937-937)[6]
75. Cristódulo (937-950)[6][8]
76. Agatão (950-964)[6][8]
77. João VII (964-966)[6][8]
78. Cristódulo II (966-969)[6][8]
79. Tomé II (969-978)[6][8]
- vago (978-981)[6]
- vago (978-981)[6]
80. José II (981-985)[6] ou (978-983)[8]
81. Orestes (986-1006)[6] ou (984-1005)[8]
- vago (1006–1012)[8]
- vago (1006–1012)[8]
82. Teófilo I (1012–1020)[6][8]
83. Nicéforo I (1020-1048)[6] ou (1020-1036)[8]
84. Joanicío (1048-1059)[6] ou (1036-1058)[8]
85. Sofrônio II (1059-1070)[8]
86. Marcos I (II) (1070-1084)[6][8]
87. Eutímio I (1084-1092)[6] ou (1096-1099)[8]
88. Simeão II (1092–1096)[6] ou (1084-1096)[8]
Patriarcado de Jerusalém no exílio
editarComo resultado da Primeira Cruzada, em 1099, um Patriarcado Latino foi criado, com sede em Jerusalém entre 1099 e 1187. Os patriarcas ortodoxos continuaram a ser apontados, mas moravam em Constantinopla.
- Savas (1106–1156)
- João VIII (1106–1156)
- João IX (1156–1166)
- Nicéforo II (1166–1170)
- Leôncio II (1170–1190)
Retorno do Patriarcado a Jerusalém
editarEm 1187, o Patriarcado Latino foi forçado a fugir da região. O cargo de patriarca latino de Jerusalém continuou a existir e as nomeações continuaram a ser feitas pela Igreja Católica, com o patriarca a residir em Roma até aos tempos modernos. Enquanto isso, o patriarca grego ortodoxo retornou a Jerusalém.
- Dositeu I (1190–1191)
- Marcos II (III) (1191-???)
- vago (???-1223)
- Eutémio II (1223)
- Atanásio II (1224–1236)
- Sofrônio III (1236-???)
- Gregório I (???-1298)
- Tadeu (1298)
- vago (1298–1313)
- Atanásio III (1313–1314)
- vago (1314–1322)
- Gregório II (1322)
- vago (1322–1334)
- Lázaro (1334–1368)
- Guilherme IV (1369-1371)
- Guilherme V (1371-1374)
- Doroteu I (1376–1417)
- Teófilo II (1417–1424)
- Teófanes I (1424–1431)
- Joaquim (1431-???)
- vago (???-1450)
- Teófanes II (1450)
- vago (1450–1452)
- Atanásio IV (1452-???)
- vago (???-1460)
- Jacob II (1460)
- vago (1460–1468)
- Abraão I (1468)
- Gregório III (1468–1493)
- vago (1493–1503)
- Marcos III (IV) (1503)
- vago (1503–1505)
- Doroteu II (1505–1537)
- Germano (1537–1579)
- Sofrônio IV (1579–1608)
- Teófanes III (1608–1644)
- Paiseu (1645–1660)
- Nectário I (1660–1669)
- Dositeu II (1669–1707)
- Crisântio (1707–1731)
- Melécio (1731–1737)
- Parténio (1737–1766)
- Efraim II (1766–1771)
- Sofrônio V (1771–1775)
- Abraão II (1775–1787)
- Procópio I (1787–1788)
- Antêmio (1788–1808)
- Policarpo (1808–1827)
- Atanásio V (1827–1845)
- Cirilo II (1845–1872)
- Procópio II (1872–1875)
- Jeroteu (1875–1882)
- Nicodemos I (1883–1890)
- Gerásimo I (1891–1897)
- Damião I (1897–1931)
- Timóteo I (1935–1955)
- vago (1955–1957)
- Bento I (1957–1980)
- Deodoro I (1981–2000)
- Irineu I (2001–2005)
- Teófilo III (2005–atual)
Referências
- ↑ Eusébio de Cesareia (1965). A. G. Williamson, ed. História Eclesiástica. Appendix A (em inglês). [S.l.]: Penguin Books. ISBN 0-14-044535-8
- ↑ Ver também "Jerusalem (A.D. 71-1099)" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
- ↑ «5». História Eclesiástica. The Bishops de Jerusalém from the Age of our Saviour to the Period under Consideration (em inglês). IV. [S.l.: s.n.]
|nome1=
sem|sobrenome1=
em Authors list (ajuda) - ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad «Lista de patriarcas» (em grego). Patriarcado de Jerusalém. Consultado em 20 de maio de 2012. Arquivado do original em 23 de dezembro de 2008
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae «Greek Orthodox and Latin Patriarchs of Jerusalem» (em inglês). Spirit Restoration.org. Consultado em 20 de maio de 2012. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2012 line feed character character in
|título=
at position 19 (ajuda) - ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi bj bk bl «A História da Igreja de Jerusalém» (em inglês). More Who is Who. Consultado em 26 de maio de 2012
- ↑ Em Schaff. Seven Ecumenical Councils. First Nicaea: Canon VII (em inglês). [S.l.: s.n.], o autor cita o cânon: "Como lá prevalece uma tradição e um costume antigos que resultam no bispo de Élia Capitolina sendo honrado, que lhe seja dado tudo o que concerne a esta honra e, com exceção da dignidade apropriada apenas à Metropolis, tenha o próximo lugar de honra". Ele continua: "É muito difícil determinar o que era a 'precedência' concedida ao bispo de Élia e também não é claro qual é a metropolis referida na última frase. A maior parte dos autores, incluindo Hefele, Balsamon, Aleixo Aristeno e Beveridge consideram-na como sendo Cesareia, enquanto que Zonaras acredita que a intenção era Jerusalém, um ponto de vista recentemente adotado - e defendido - por Fuchs; outros ainda supõem que seja Antioquia a referida."
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag Moshe Gil. «A History of Palestine, 634-1099» (em inglês). Google Books. p. 455. Consultado em 27 de maio de 2012
Ligações externas
editar- "Jerusalem (A.D. 71-1099)" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
- «Site oficial» (em inglês). Patriarca Grego Ortodoxo de Jerusalém. Consultado em 21 de agosto de 2011
- «The Greek Orthodox Patriarchate in the Greek-Israeli-Palestinian Triangle» (PDF) (em inglês). Site oficial de Haifa. Consultado em 21 de agosto de 2011. Arquivado do original (PDF) em 21 de julho de 2011