Bom Conselho

município do Estado de Pernambuco, Brasil
(Redirecionado de Bom Conselho (Pernambuco))
 Nota: Para a devoção mariana, veja Nossa Senhora do Bom Conselho. Para o município baiano anteriormente assim denominado, veja Cícero Dantas.

Bom Conselho é um município brasileiro do estado de Pernambuco, localizado na Região Nordeste do país. Pertence à Mesorregião do Agreste Pernambucano e a Microrregião de Garanhuns. Dista aproximadamente 282 km da capital do estado, Recife, 36 km de Garanhuns, 28 km de Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas e 176 km da capital alagoana, Maceió. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de 58 336[3] habitantes.

Bom Conselho
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Bom Conselho
Bandeira
Brasão de armas de Bom Conselho
Brasão de armas
Hino
Gentílico bonconselhense
Localização
Localização de Bom Conselho em Pernambuco
Localização de Bom Conselho em Pernambuco
Localização de Bom Conselho em Pernambuco
Bom Conselho está localizado em: Brasil
Bom Conselho
Localização de Bom Conselho no Brasil
Mapa
Mapa de Bom Conselho
Coordenadas 9° 10' 11" S 36° 40' 47" O
País Brasil
Unidade federativa Pernambuco
Municípios limítrofes Norte: Terezinha, Saloá e Iati
Sul: Quebrangulo, Palmeira dos Índios e Minador do Negrão
Leste: Iati e Minador do Negrão
Oeste: Lagoa do Ouro e Quebrangulo
Distância até a capital 282 km
História
Fundação 23 de julho de 1712 (311 anos)
Administração
Prefeito(a) João Lucas da Silva Cavalcante[1] (PSB, 2021 – 2024)
Vereadores 13
Características geográficas
Área total [2] 792,181 km²
População total (estimativa IBGE/2018[3]) 67 336 hab.
 • Posição PE: 36°
Densidade 85 hab./km²
Clima Semiárido (BSh)
Altitude 654 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 55330-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,563 baixo
 • Posição PE: 143°
PIB (IBGE/2012[5]) R$ 322 775 mil
 • Posição PE: 42°)
PIB per capita (IBGE/2012[5]) R$ 7 019,43
Sítio Prefeitura Municipal de Bom Conselho (Prefeitura)
Câmara Municipal de Bom Conselho (Câmara)

História editar

Primeiros povos e invasão holandesa (1630-1654) editar

As terras onde atualmente localizam-se o município de Bom Conselho, foram inicialmente habitadas pelas tribos Xucuru e Fulni-ô.

Em 1630, no período da invasão holandesa, organizou-se na localidade um quilombo, conhecido como Quilombo de Pedro Papa-Caça que atualmente chama-se Quilombo de Angico.[6] O nome se referia à estratégia utilizada pelos habitantes de esconderem-se nas matas, cultivando mais a caça do que a agricultura.

Sabe-se que durante vários meses, o Capitão holandês Johannes Blaer van Rijnbach ou João Blaer (em português) permaneceu nas terras onde atualmente correspondem a região do Bulandi, em Bom Conselho, com o objetivo de descrever e destruir o Quilombo dos Palmares, juntamente com Bartolomeu Lintz e sob ordem do Governo de Johan Maurits van Nassau-Siegen ou Maurício de Nassau, como era conhecido. Era a “Guerra do Mato”, já em 1645.[7]

Em 1645, a comunidade foi desmantelada pela expedição militar chefiada por Johannes Blaer van Rijnbach, que estabeleceu ali uma colônia holandesa. Com o triunfo da Insurreição Pernambucana, que levou às duas batalhas do Guararapes, a primeira em 19 de abril de 1648 e a segunda em 19 de fevereiro de 1649, respectivamente, terminou o domínio holandês sobre o Nordeste brasileiro, culminando na partida dos últimos navios holandeses em 1654. No entanto, é de conhecimento público que boa parte dos colonizadores oriundos dos Países Baixos decidiram permanecer no Brasil, como o caso da família Holanda, ainda existente no município.

Final do século XVII até atualmente editar

Durante o final do século XVII e início do século XVIII, espalharam-se rumores que Johannes Blaer van Rijnbach teria enterrado um tesouro nesta região, e em meados de 1680, um grupo de holandeses sob a liderança de René Belosch, que tinha posse de um suposto mapa que revelava a localização deste tesouro, vieram para Bom Conselho, onde por sua vez começaram a cavar e construir abrigos no topo de uma serra. Após alguns anos morando em cavernas, esse grupo, tendo sido perseguido por portugueses e luso-brasileiros, fugiram para Alagoas e de lá seguiram rumo desconhecido, abandonando sua busca.

As terras do atual município se tornaram uma uma sesmaria concedida a Jerónimo de Burgos de Sousa e Eça e, em 23 de julho de 1712, foi vendida para o português de origem judia e convertido ao cristianismo Manuel da Cruz Vilela, que deu início à organização da fazenda Papa-Caça.[8] É também especulado que a família Vilela teria vindo para a localidade a fim de procurar ao suposto tesouro de van Rijnbach, e que por muitos anos e gerações se dedicou a esta tarefa, no entanto sem obter sucesso.

Após o falecimento de Manuel da Cruz Vilela, seu filho Antônio Anselmo da Costa Vilela assumiu as fazendas e associando-se a Joaquim Antônio da Costa, deu início ao povoamento de Bom Conselho. Com o crescimento da população, em 1887, transformou-se em freguesia.

A partir de 1860 passou a denominar-se Bom Conselho em razão da construção do monumental Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, o primeiro educandário de grande porte para a educação feminina no Nordeste e por sugestão de Frei Caetano de Messina, capuchinho italiano, natural de Messina. É célebre sua frase: "Educando-se uma menina, educa-se uma mãe; educando-se uma mãe, transforma-se uma sociedade".

Em 3 de agosto de 1892, Bom Conselho tornou-se município autônomo, através da Lei provincial nº 52. Seu primeiro governo municipal foi empossado em 28 de dezembro do mesmo ano, data em que ocorre anualmente a festa de emancipação de Bom Conselho.

Geografia editar

Localiza-se a uma latitude 09º10'11" sul e a uma longitude 36º40'47" oeste, estando a uma altitude de 654 metros. Possui uma área de 786,2 km².

O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005.[9] Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.

O município está inserido em sua maior parte no Planalto da Borborema, com relevo suave e ondulado. Ao sul, parte da área insere-se na Depressão Sertaneja. A vegetação nativa é composta por caatinga hiperxerófila com trechos de floresta Caducifólia.

Segundo a APAC - Agência Pernambucana de Águas e Clima, o município está inserido no Grupo de Bacias de Pequenos rios interiores 1 - GI1, tendo como principais cursos d´água, os rios Traipu, Paraíba e o Riacho Seco, com extensões aproximadas de 12 km, 46 km e 90 km, respectivamente. O riacho Seco constitui o principal afluente do rio Paraíba, servindo de divisa entre os municípios de Bom Conselho e Lagoa do Ouro. Uma parte dos cursos d’água originários do GI1, situados a oeste do rio Paraíba, escoam para o rio São Francisco, a exemplo do rio Traipu, enquanto os demais deságuam no Oceano Atlântico.

O microclima do município possui três regiões distintas: o sertão, o agreste e a mata. O sertão ocorre próximo aos municípios de Saloá, Iati (PE), Minador do Negrão e Palmeira dos Índios (AL) e aí desenvolve-se a agricultura de sequeiro. O clima característico do agreste é observado próximo aos municípios de Terezinha e Saloá. As principais atividades econômicas neste microclima são a pecuária, o extrativismo e a cultura de café, algodão, milho, feijão e leguminosas nativas. Na fronteira com Lagoa do Ouro (em Pernambuco) e Palmeira dos Índios e Quebrangulo (Alagoas), observa-se clima próprio da zona da mata possui nascentes e remanescentes da mata atlântica.

Distritos editar

O município é formado por 7 distritos, além da sede, são eles:

  • Barra do Brejo
  • Cachoeira do Pinto
  • Caldeirões dos Guedes
  • Igreja Nova
  • Lagoa de São José
  • Logradouro dos Leões
  • Rainha Isabel

Bairros editar

  • Alto do Vera Cruz;
  • Boa Vista - Parmalat;
  • Cohab;
  • José Araújo Tenório - Vavá;
  • Nossa Senhora de Fátima - 50 casas;
  • Novo Jardim;
  • Avenida Santa Teresinha - Serra;
  • São Rafael - Cigano;
  • São Vicente;
  • Ceru;
  • Cidade de Deus;
  • Santiago.

Potencialidades de turismo, visitação e economia editar

  • Corredeira "Poço da Nêga"
  • Açude da Nação;
  • Cavalgada de Nossa Senhora do Bom Conselho - Inicio do ano;
  • Carnaval de Zé Puluca
  • Forrobom - (Junho);
  • Caverna dos Holandeses;
  • Cachoeira do Pinto;
  • Cachoeira da Rainha Isabel;
  • Igreja do Colégio de Nossa Senhora do Bom Conselho;
  • Furna de Maria Dantas;
  • Mirante de Santa Terezinha;
  • Lactalis indústria de lacticínios.

Cidadãos Célebres editar


Referências

  1. Prefeito e vereadores de Bom Conselho tomam posse Portal G1 - acessado em 2 de janeiro de 2021
  2. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. a b «Estimativa populacional 2018 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de agosto de 2018. Consultado em 14 de outubro de 2018 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 1 de outubro de 2013 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2012». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2014 
  6. SEPPIR (27 ago. 2014). «Quilombolas do Sítio Angico recebem chaves de 87 imóveis do Minha Casa, Minha Vida». Consultado em 30 de maio de 2017 
  7. História Brasileira (18 dez. 2009). «Guerra dos Palmares - a destruição do Quilombo dos Palmares». Consultado em 30 de maio de 2017 
  8. IBGE. «infográficos: histórico». Consultado em 30 de maio de 2017 
  9. «Ministério da Integração Nacional, 2005. Nova delimitação do semiárido brasileiro» .

Ligações externas editar

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