Bossa é o décimo sétimo disco da cantora e compositora brasileira Zizi Possi, lançado em 2001.[2]

Bossa
Bossa (álbum)
Álbum de estúdio de Zizi Possi
Lançamento 28 de setembro de 2001[1]
Gênero(s) MPB
Idioma(s) Português, inglês, espanhol
Formato(s) CD
Gravadora(s) Universal Music
Direção Zizi Possi
Cronologia de Zizi Possi
Puro Prazer
(1999)
Para Inglês Ver... e Ouvir
(2005)

Inspirado no movimento da bossa nova dos anos 50 e 60, o disco apresenta uma capa que remete à estética da época, com referências ao calçadão de Copacabana e às fotos das moças que ilustravam os LPs daquele período.

Após o sucesso da turnê de seu álbum anterior, "Puro Prazer" (1999), que recebeu disco de ouro, Possi decidiu gravar um novo disco. A gravadora sugeriu um álbum com clássicos da bossa nova, mas ela optou por gravar canções pop de diversos artistas, como The Beatles, Cazuza e Gilberto Gil, com arranjos inspirados na bossa nova.

Possi gravou as músicas em seu sítio, buscando opiniões de todos ao seu redor para encontrar a interpretação e sonoridade ideais. Para promover o álbum, embarcou em uma turnê por diversas cidades brasileiras, acompanhada por uma banda. Um videoclipe para a música "Eu Só Sei Amar Assim" foi lançado como parte da promoção.

As resenhas da crítica foram mistas. Enquanto alguns elogiaram a abordagem elegante e original de Zizi, outros criticaram a diversidade de temas e idiomas, considerando que prejudicou a coesão do álbum. No geral, o disco foi considerado mediano como uma obra de bossa nova, mas ressaltou-se a qualidade vocal e a presença de Zizi como uma diva única.

Antecedentes editar

Após a turnê promocional de seu álbum anterior, Puro Prazer, de 1999, que conseguiu um disco de ouro,[3] a cantora achou que seria o momento ideal para mais um disco.[4] A gravadora sugeriu que ela fizesse um álbum com clássicos da bossa nova,[5] no entanto, a artista rejeitou, em partes, a ideia, resolvendo gravar canções pop de artistas diversos, tais como: The Beatles, Cazuza, Gilberto Gil, Herbert Vianna, entre outros, com arranjos do gênero supracitado.[4]

Produção e gravação editar

Junto ao violinista Camilo Carrara e o pianista Jether Garotti Jr., retirou-se para seu sítio onde gravou várias fitas cassetes com as canções.[4] Após terminadas, perguntava a opinião de todos que a cercavam, incluindo cozinheira e faxineira, a fim de encontrar o tom exato para interpretação e sonoridade.[4] Em entrevista, disse: "Quis cantar músicas nas quais detecto células da bossa nova, como canções de Sting e Sade, ou "Yesterday", de Lennon e McCartney".[5]

O álbum adota o nome e algo da retórica do movimento carioca, bossa nova, da virada dos anos de 1950 para os de 1960.[6]

A capa remete às fotos das moças anônimas que nos anos de 1960 ilustravam LPs e compactos,[7] bem como ao calçadão de Copacabana.[5]

Lançamento e divulgação editar

Para promoção, embarcou em uma turnê que percorreu várias cidades brasileiras, em 2002, a pré-estreia ocorreu no Teatro da Caixa, em Brasília.[8] Acompanhando-a estavam Jether Garotti Junior (piano), Edmilson Capelupe (violão), Keko Brandão (teclado), Pedro Baldanza (baixo), Edu Sjaimbum (bateria) e Ari Colares (percussão).[5]

Um videoclipe promocional para a canção "Eu Só Sei Amar Assim", foi lançado.[9]

Recepção crítica editar

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
IstoÉ Favorável[7]
Folha de S.Paulo Mista[6]
Cliquemusic      [10]

As resenhas da crítica especializada foram mistas.

Apoenan Rodrigues, da revista , disse que a abordagem que a cantora utilizou difere-se das que tentam homenagear o gênero (que segundo ele são de um "jeito chato"), pois ela "toma emprestada a sutileza e a incensada batida de violão do papa João Gilberto – que permeia várias das canções – para criar algo novo, com elegância e sem nenhuma artificialidade".[7]

Pedro Alexandre Sanches, do jornal Folha de S.Paulo, escreveu que embora as versões de algumas das faixas sejam "elegantes", a diversidades de temas e idiomas que pareciam ter mais foco no comercial e, dessa forma, "agradar a vários tipos de freguês", prejudicou o resultado de maneira geral.[6] Ele deu ao álbum uma avaliação de "vale, mas não muito".[nota 1]

Marco Antonio Barbosa, do site Cliquemusic, avaliou com duas estrelas de cinco, descrevendo-o como "mediano como disco de bossa nova e meio frustrante como viagem criativa" e ainda firmou que "o novo CD é, mais do que tudo, ótimo em um gênero no qual a cantora é única: o ser Zizi Possi", pelo fato de "o que impera em Bossa é a diva, cantora de técnica impecável e eternamente no fio entre a dramaticidade do canto e a aspiração cool dos arranjos que a cercam", ao invés de uma homenagem ao estilo em si.[10]

Lista de faixas editar

Créditos adaptados do CD Bossa, de 2001.[11]

N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Preciso Dizer que Te Amo"  Cazuza, Bebel Gilberto 4:17
2. "Yesterday"  John Lennon, Paul McCartney 3:53
3. "Sabrás Que Te Quiero"  Teddy Fregoso 3:22
4. "Qualquer Hora"  João Linhares 5:42
5. "Capim"  Djavan 4:28
6. "Caminhos Cruzados"  Tom Jobim, Newton Mendonça 4:55
7. "Yo Tengo un Pecado Nuevo"  Alberto Martinez, Marianito Moraes 3:42
8. "Eu Só Sei Amar Assim"  Herbert Vianna 3:41
9. "Haja o Que Houver"  Pedro Ayres Magalhães  
10. "So Many Stars"  Alan Bergman, Marilyn Bergman, Sergio Mendes 4:15
11. "Preciso Aprender a Ser Só"  Gilberto Gil 3:46
12. "Preciso Dizer Que Te Amo"  Cazuza, Bebel Gilberto 5:09

Notas

  1. A seção de críticas do jornal Folha de S.Paulo da época, qualificava o álbum com três possíveis selos, a saber: o primeiro, de cor verde e um polegar para cima, indica "pode ir, nós garantimos"; o segundo, de cor amarela, indica "vale, mais não muito"; e o terceiro, a qualificação mais baixa, é de cor vermelha e traz um polegar para baixo, indica "se quiser arriscar...".[6]

Referências

  1. «Zizi Possi - Bossa». iTunes. Consultado em 17 de janeiro de 2015 
  2. «Zizi Possi ‎– CD Bossa». Instituto Memória Musical Brasileira. Consultado em 14 de dezembro de 2021 
  3. «CERTIFICADOS - Pro-Música Brasil: Zizi Possi». Pro-Música Brasil. Consultado em 14 de dezembro de 2021. Cópia arquivada em 14 de dezembro de 2021 
  4. a b c d Mendonça, Renato (25 de outubro de 2001). «Zizi Possi, da Itália a Ipanema». O Pioneiro: 64. Consultado em 16 de dezembro de 2021 
  5. a b c d Lima, Irlam Rocha (26 de abril de 2002). «Bossa em várias línguas». Correio Braziliense: 10. Consultado em 16 de dezembro de 2021 
  6. a b c d Sanches, Pedro Alexandre (27 de setembro de 2001). «Zizi Possi desliza entre a geleira e a perfeição no álbum "Bossa"». Folha de S.Paulo. UOL HOST. Consultado em 17 de janeiro de 2015. Cópia arquivada em 22 de janeiro de 2015 
  7. a b c Rodrigues, Apoenan (10 de janeiro de 2001). «Toque pessoal». IstoÉ. Consultado em 16 de dezembro de 2021. Arquivado do original em 4 de janeiro de 2010 
  8. «Bossa de Zizi». Correio Braziliense: 8. 21 de abril de 2002. Consultado em 16 de dezembro de 2021 
  9. Zizi Possi (2001). Eu Só Sei Amar Assim. Brasil: Universal Music. Consultado em 16 de dezembro de 2021 
  10. a b Barbosa, Marco Antonio. «Cliquemusic: Disco: Bossa». Cliquemusic. Universo Online. Consultado em 16 de dezembro de 2021. Arquivado do original em 4 de janeiro de 2010 
  11. (2001) Créditos do álbum Bossa por Zizi Possi [CD]. Brasil: Universal Music (73145488602).