Braskem

empresa brasileira do ramo petroquímico, produtora de resinas termoplásticas

A Braskem é uma empresa petroquímica[7] de atuação global nas indústrias da química e do plástico.[7] Atualmente, detém a 18ª posição entre as 50 maiores empresas químicas e a nona posição entra as maiores petroquímicas do mundo e a liderança na produção de resinas termoplásticas e a líderança nas Américas — tendo atingido a marca de 15 milhões de toneladas em 2020 —, além de ser líder de mercado e pioneira na produção de biopolímero em escala industrial.[3][8][9]

Braskem
Braskem
Razão social Braskem S.A.[1][2]
empresa de capital aberto
Slogan Paixão por Transformar
Cotação B3BRKM3, BRKM5, BRKM6
NYSE: BAK
Latibex: XBRK
Atividade química
petroquímica
Gênero sociedade anônima
Fundação 16 de agosto de 2002 (21 anos)
Sede São Paulo
Proprietário(s) Novonor (38,32%)
Petrobras (36,15%)[3][4][5]
Presidente Roberto Lopes Pontes Simões (CEO)[6]
Pessoas-chave José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha (Presidente do Conselho de Administração)[6]
Empregados +8.300 (2021)[3]
Produtos
  • resinas polietileno (PE)
  • polipropileno (PP)
  • policloreto de vinila (PVC)
  • insumos químicos básicos (eteno, propeno, butadieno, benzeno, tolueno, cloro, soda e solventes)
Subsidiárias Cetrel
Valor de mercado Aumento US$ 8,22 bilhões (2021)[3][4]
Ativos Aumento R$ 92,56 bilhões (dez./2021)[4]
Lucro Aumento R$ 13,96 bilhões (2021)[4]
LAJIR Aumento R$ 17,96 bilhões (2021)[4]
Faturamento Aumento R$ 122,86 bilhões (2021)[4][5]
Website oficial www.braskem.com.br

Têm ações negociadas na B3 (Brasil), Bolsa de Valores de Nova Iorque (EUA) e no Latibex, da Bolsa de Madri (Espanha). A empresa conta com quarenta unidades industriais, das quais vinte e oito em território brasileiro, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.[10] Foi removida do índice de sustentabilidade da B3 após a crise do iminente colapso de uma mina de sal-gema em Maceió.[11]

Os principais produtos da Braskem são resinas polietileno (PE), polipropileno (PP), policloreto de vinila (PVC), eteno, propeno, butadieno, benzeno, tolueno, cloro, soda e solvente.[10]

Sua atuação na extração de sal-gema é responsável pelo afundamento do solo de Maceió, capital do estado brasileiro do Alagoas, há anos; o fato obteve repercussão nacional em dezembro de 2023.[12][13][14][15]

História editar

Em 1979, a multinacional brasileira Odebrecht (atual Novonor), que atuava no segmento da construção civil, começou a atuar no setor petroquímico ao comprar de 33% da Companhia Petroquímica de Camaçari (CPC), produtora de PVC.[16]

Em 1987, é criada a Odebrecht Química para administrar os investimentos do grupo no setor. Que tinha participações nas empresas Salgema, produtora de cloro soda; Poliolefinas, produtora de polietilenos; PPH, fabricante de polipropileno; e Unipar, holding de empresas petroquímicas.[16]

Com o processo de privatização do setor petroquímico, a Odebrecht assume o controle de PPH e se torna uma das controladoras da Copesul (Central de Matérias-Primas do Polo Petroquímico do Rio Grande do Sul) em 1992.[16]

Em 1995, é criada a OPP Petroquímica e adquirido o controle da Salgema, da CPC e de sua subsidiária Companhia Química do Recôncavo (CQR). No ano seguinte, é criada a Trikem, atuando de forma integrada à OPP Petroquímica, e a Odebrecht se associa ao Grupo Mariani para criar a Proppet.[16]

Em 2001, a Odebrecht adquire o controle da Copene (Central Petroquímica de Camaçari) em parceria com o Grupo Mariani, e da Polialden.[17][16]

Em 2002, a Braskem é criada a partir da integração das empresas Copene, OPP, Trikem, Proppet, Nitrocarbono e Polialden, se tornando a petroquímica líder na América Latina e tem suas ações listadas nas B3 e na NYSE.[18] No ano seguinte, ingressa na Bolsa de Madri.[16]

Em 2006, a Braskem adquiriu a Politeno. No ano seguinte, Petrobras, Grupo Ultra e Braskem fecham acordo para adquirir o Grupo Ipiranga.[16][19][20]

Em 2010, a Quattor é adquirida pela Braskem.[16]

Atuação editar

A empresa conta com quarenta unidades industriais, das quais vinte e oito em território brasileiro, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. [10]

A expansão das operações para o exterior levou a Braskem a adquirir uma unidade industrial na Filadélfia nos Estados Unidos em 2010, a comprar fábricas da Dow Chemical na Alemanha e nos Estados Unidos em 2011 e a formação em 2012 da joint-venture Braskem-Idesa no México para a construção e operação de um complexo petroquímico.[21][22][23]

Atualmente as unidades industriais no exterior estão distribuídas da seguinte forma: Seis nos Estados Unidos, duas na Alemanha e quatro no México, empregando cerca de oito mil trabalhadores em 11 países.[24][25][3] A empresa também conta com 14 escritórios comerciais, 6 centros de inovação, além de clientes em mais de 71 países.[3][26]

Controvérsias editar

Acordo de leniência editar

Em 2016, a Braskem celebrou Acordo de Leniência com autoridades do Brasil, EUA e Suíça, relacionado a fatos apurados envolvendo a companhia no âmbito das investigações da Operação Lava-Jato.[27]

Afundamento do solo de Maceió editar

 Ver artigo principal: Afundamento do solo de Maceió

Na tarde do dia 3 de março de 2018, após fortes chuvas no bairro do Pinheiro em Maceió, um tremor de terra de 2,5 na Escala Richter causou grandes rachaduras nos imóveis do bairro e causou grandes crateras no asfalto de várias ruas e começou a se expandir para outros bairros circunvizinhos.[28][29]

Depois de muitos estudos, foi descoberto que a causa das rachaduras e do afundamento dos imóveis era a exploração de sal-gema do solo do Pinheiro. Com isso, em 2019, a Braskem anunciou o encerramento da exploração de sal-gema em Maceió. Também foi iniciada a desocupação dos imóveis que estavam em áreas com risco de desabamento nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto. Foi iniciada também o tamponamento dos 35 poços de extração de sal-gema.[30][31][32][33]

Referências

  1. «Política de Dados | Braskem S.A.». Braskem. Consultado em 17 de julho de 2022 
  2. «Relatório de Produção e Vendas 2021». Braskem RI. 21 de fevereiro de 2022. Consultado em 17 de julho de 2022 
  3. a b c d e f «Relatório Integrado 2021». Braskem RI. 26 de maio de 2022. pp. 10, 11, 38. Consultado em 17 de julho de 2022 
  4. a b c d e f «Resultado 2021». Braskem RI. pp. 23, 42, 44, 47. Consultado em 17 de julho de 2022 
  5. a b «Demonstrações Financeiras 2021». Braskem RI. 16 de março de 2022. pp. 8, 9, 10, 17, 114. Consultado em 17 de julho de 2022 
  6. a b «Institucional | Conselhos e Diretoria». Braskem 
  7. a b «Braskem». www.braskem.com.br. Consultado em 19 de outubro de 2021 
  8. «Braskem». Exame. 2021. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  9. «C&EN's Global Top 50 chemical firms for 2022». Chemical & Engineering News. 24 de julho de 2022. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  10. a b c «Braskem» 
  11. Moliterno, Danilo. «B3 retira Braskem de índice de sustentabilidade após colapso em mina». CNN Brasil. Consultado em 5 de dezembro de 2023 
  12. «Entenda em 5 pontos o desastre ambiental causado pela Braskem em Maceió». Folha de S.Paulo. 4 de dezembro de 2023. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  13. «Área da Braskem em Maceió: cientistas alertam para risco de desastre ambiental há mais de 10 anos». Estadão. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  14. Agências (1 de dezembro de 2023). «Desastre da Braskem em Maceió gera passivo de R$ 30 bilhões, diz governo de AL | O TEMPO». www.otempo.com.br. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  15. «Leonardo Sakamoto: Meteoro Braskem abre cratera em Maceió em nosso maior desastre urbano». UOL. 1 de dezembro de 2023. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  16. a b c d e f g h «Perfil e história». www.braskem.com.br. Consultado em 22 de junho de 2023 
  17. «Odebrecht-Mariani leve Copene, sem ágio». Folha de São Paulo. 26 de julho de 2001. Consultado em 24 de junho de 2023 
  18. «Braskem é a 5ª maior indústria do país». Folha de São Paulo. 20 de agosto de 2002. Consultado em 24 de junho de 2023 
  19. «Petrobras, Braskem e Ultra compram Ipiranga por US$ 4 bilhões». G1. 19 de março de 2007. Consultado em 24 de junho de 2023 
  20. «ULTRA negócio». Revista Petro & Química. 2007. Consultado em 18 de julho de 2023. Cópia arquivada em 18 de julho de 2023 
  21. «Além dos derivados de petróleo». Revista Pesquisa. Junho de 2012. Consultado em 18 de fevereiro de 2023 
  22. «Brasileira Braskem inaugura complexo petroquímico de US$ 5,2 bi no México». UOL. 22 de junho de 2016. Consultado em 18 de fevereiro de 2023 
  23. «Braskem compra Sunoco Chemical por US$ 350 milhões». Gaúcha Zero Hora. 1 de fevereiro de 2010. Consultado em 18 de fevereiro de 2023 
  24. «História» 
  25. «Perfil e Histórico» 
  26. «Institucional | Braskem no Mundo». Braskem. Consultado em 17 de julho de 2022 
  27. «BRKM5 (BRASKEM PNA N1)» 
  28. «Tremor de terra é registrado e assusta moradores de Maceió». VEJA. Consultado em 11 de agosto de 2021 
  29. «Braskem já tem projeto de drenagem superficial para o bairro do Pinheiro». www.braskem.com.br. Consultado em 11 de agosto de 2021 
  30. Rossi, Marina (14 de janeiro de 2020). «O bairro com data para sumir do mapa em Maceió». EL PAÍS. Consultado em 11 de agosto de 2021 
  31. Minas, Estado de; Minas, Estado de (29 de abril de 2021). «Bairros fantasmas surgem em Maceió após afundamento de terra; entenda». Estado de Minas. Consultado em 11 de agosto de 2021 
  32. Pajuçara, TNH1 com TV (31 de outubro de 2020). «Áreas do bairro Mutange podem desaparecer até 2025, diz geólogo». TNH1. Consultado em 11 de agosto de 2021 
  33. «Afundamento de Maceió provoca êxodo urbano de 55 mil pessoas». Metrópoles. 23 de maio de 2021. Consultado em 11 de agosto de 2021 

Ligações externas editar