As Células sésseis são componentes de microrganismos que se aderem a uma matriz e resultam em uma comunidade bacteriana fisiologicamente integrada e aderida à superfície chamada de biofilme. Sabe-se que há intensa formação de biofilme em áreas de contato entre ar e água, devido à movimentação dos líquidos e do atrito mecânico, que possibilita o desprendimento de fragmentos deste biofilme para colonizarem outros ambientes.[1][2][3][4]

Dentro deste microambiente chamado biofilme, forças eletrostáticas e os nutrientes disponíveis recrutam os primeiros microrganismos, e em seguida essas células se multiplicam e produzem exopolissacarídeos, alterando assim as condições iniciais do meio, e desta forma sinalizam para a migração de outros microrganismos.[5]

Nesse microambiente podem-se destacar duas porções facilmente distinguíveis: o interior do biofilme, em que as condições são facilmente controladas, e o exterior deste, em que o controle nutricional é dificultado. Sabendo que há células nas duas porções, denominam-se células sésseis aquelas que se localizam na porção interna, e células planctônicas as exteriorizadas flutuantes.[6]

As células sésseis expressam genes profundamente diferentes daqueles expressos pelas células planctônicas, o que justifica parcialmente o enorme valor de sobrevivência da formação de biofilme.[1]

As células sésseis ganham importância à medida que, devido ao microambiente controlado que as protegem de agentes agressores externos como medicamentos, resultam na razão da resistência inata à antimicrobianos.[6][7]


Referências

  1. a b Moselio Schaechter, Encyplodia of Microbiology 3rd Edition, 2009
  2. OLIVEIRA, MAÍRA MACIEL MATTOS DE, BRUGNERA, DANILO FLORISVALDOPICCOLI, ROBERTA HILSDORF. Microbial biofilms in the food industry: a review. In:, 2010.
  3. Lawrence, JR, Korber, DR, Hoyle, BD, Costerton, JW, Caldwell, DE ( 1991 ) Seccionamento ótico de biofilmes microbianos . J. Bacteriol. 173 , 6558-6567.
  4. Harrison, J. J., Ceri, H. , Stremick, C. and Turner, R. J. (2004), Differences in biofilm and planktonic cell mediated reduction of metalloid oxyanions. FEMS Microbiology Letters, 235: 357-362.
  5. Busscher, H. J., & Van Der, H. C. (1997). Physico-Chemical Interactions in Initial Microbial Adhesion and Relevance for Biofilm Formation. Advances in Dental Research, 11(1), 24–32
  6. a b COSTA, J.C.M, ESPESCHIT, I.FPIERI, F.A et al. Perfil de sensibilidade de células sésseis e planctônicas de Escherichia coli a antimicrobianos usados no tratamento da mastite bovina. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec, v. 66, n. 1, p. 129-136, 2014.
  7. Angélica Dalla Costa, Karine & Ferenz, Mariane & Silveira, Sheila & Millezi, Alessandra. (2017). FORMAÇÃO DE BIOFILMES BACTERIANOS EM DIFERENTES SUPERFÍCIES DE INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes. 71. 75. 10.14295/2238-6416.v71i2.512.