O CASA/IPTN CN-235 é uma aeronave bimotor de transporte de médio alcance que foi desenvolvida em conjunto pela EADS CASA da Espanha e IPTN da Indonésia participando da aviação regional e no transporte militar. Com a extinção da EADS em janeiro de 2014, o modelo passou a ser produzido pela Airbus Defence and Space, uma divisão da Airbus voltada para os setores aeroespacial, defesa e aviação militar.[1] Suas primeiras versões militares são: patrulha marítima, vigilância, e transporte militar. O maior utilizador desta aeronave é a Turquia, que possui 61 SV-235.

CASA CN-235
CASA CN-235
Um CASA CN-235M-100 da Força Aérea Espanhola
Descrição
Tipo / Missão Aeronave de transporte civil e militar
País de origem Espanha
Fabricante CASA/IPTN
Período de produção 1983-presente
Quantidade produzida 273
Primeiro voo em 11 de novembro de 1983 (40 anos)
Introduzido em 1 de março de 1988
Tripulação 2
Soldados 51 passageiros ou
35 paraquedistas ou
18 macas ou
4 paletes HCU-6/E incluindo um na rampa
Carga útil 6 000 kg (13 200 lb)
Especificações
Dimensões
Comprimento 21,40 m (70,2 ft)
Envergadura 25,81 m (84,7 ft)
Altura 8,18 m (26,8 ft)
Área das asas 59,10  (636 ft²)
Alongamento 11.3
Peso(s)
Peso vazio 9 800 kg (21 600 lb)
Peso máx. de decolagem 15 100 kg (33 300 lb)
Propulsão
Motor(es) 2x turboélices General Electric CT7-9C3
Potência (por motor) 1 305 hp (973 kW)
Performance
Velocidade máxima 450 km/h (243 kn)
Alcance (MTOW) 4 355 km (2 710 mi)
Teto máximo 7 620 m (25 000 ft)
Razão de subida 7.8 m/s
Armamentos
Mísseis CN-235 MPA: 6x pontos duros para mísseis AM-39 Exocet ou torpedos Mk.46
Notas
Dados da Wikipédia anglófona - CN235

Design e desenvolvimento editar

O projeto foi um trabalho em conjunto entre a CASA e a fabricante indonésia IPTN, formando a Airtech para gerenciar o programa. A cooperação seguiu apenas até a série 10 e séries 100/110, com versões posteriores sendo desenvolvidas independentemente. Mais de 230 de todas as versões do CN-235 estão em serviço e acumularam já mais de 500.000 horas de voo.

O desenho se iniciou em Janeiro de 1980 realizando seu primeiro voo em 11 de Novembro de 1983. A certificação indonésia e espanhola foi apenas em 20 de Junho de 1986; O primeiro voo da primeira aeronave produzida (em série) foi em 19 de Agosto de 1986 e a certificação tipo da FAA foi dada em 3 de Dezembro de 1986. A aeronave entrou em serviço apenas no dia 1 de Março de 1988.

Em 1995, a CASA iniciou desenvolvimento de uma versão estendida do CN-235, conhecido como C-295. Em Dezembro de 2002, a Marinha Colombiana informou a compra de dois CN-235 para missões de patrulha e antitráfico de drogas.

Em Abril de 2005, a Venezuela comprou dois CN-235 para vigilância marítima mais 10 aeronaves para transporte mas a operação foi interrompida pelo fato de os Estados Unidos da América se recusarem a transferir tecnologia americana.[2]

Em Janeiro de 2006, a Tailândia solicitou uma compra com a Dirgantara de 10 aeronaves, seis para o Ministério da Defesa e quatro para o Ministério da Agricultura.

Em Dezembro de 2007, a Espanha encomendou duas aeronaves CN-235 para patrulha marítima para a Guardia Civil, com entrega estimada em 2008–2009.

Um CN-235 MPA foi entregue pela Dirgantara para o Ministério da Defesa da Indonésia em Junho de 2008.

 
Força Aérea Real da Malásia

O CN-235 foi selecionado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos como uma aeronave de Médio Alcance para Patrulha e Vigilância Marítima (MRSMPA), dos quais 36 estão sendo comprados para substituir o HU-25 Guardian da guarda costeira. Estes são designados como HC-144A Ocean Sentry .[3] O primeiro HC-144A foi entregue pela EADS CASA à Lockheed Martin para instalação de seus equipamentos de missões específicas em Dezembro de 2006.[4] O HC-144A recebeu a Homologação de Operação Inicial (IOC) em 2 de Abril de 2009. Oito HC-144A foram entregues para a guarda costeira em 1 de Julho de 2009.

Em Agosto de 2006, três CASA CN-235-10 continuavam em serviço de linha aérea, na Africa, dois com a Safair e um com a Tiko Air.[5] A Asian Spirit opera um único CN-235-220 nas Filipinas, com dados de Junho/Julho de 2007.

O Corpo Aéreo Irlandês opera duas aeronaves da CASA para serviços de Patrulha Marítima.

Há pelo menos dois CN-235 voando na Força Aérea dos Estados Unidos em uma versão não divulgada no 427º Esquadrão de Operações Especiais.[6][fonte confiável?]

No início de Julho de 2008, a Marinha Mexicana anunciou a compra de seis CASA CN-235 da Espanha.[carece de fontes?] Em Abril de 2010, Hervé Morin, Ministro da Defesa Francesa, anunciou o pedido de oito CN-235-300.[7]

Variações editar

 
Um CASA CN-235 da Força Aérea Espanhola
 
C-105A Amazonas Brasileiro
CN-235-10
Versão de produção inicial (15 fabricados por cada empresa), equipados com motores GE CT7-7A.
CN-235-100/110
Praticamente o mesmo que a série 10, mas com motores GE CT7-9C em novas naceles; substituiu a série 10 em 1988 a partir da 31ª aeronave produzida. A série 100 é produzido na Espanha e a série 110 na Indonésia, com elétrica melhorada, e sistemas de alerta também melhorados.
CN-235-200/220
Versão atualizada. Reforços estruturais foram realizados para aumentar os pesos operacionais, melhorias aerodinâmicas no bordo de ataque da asa e no leme, diminuição da pista necessária para operação e um alcance aumentado com carga máxima. A série 200 é produzida na Espanha e a série 220 na Indonésia.
CN-235-300
Modificação da CASA nas séries 200/220, com a suíte de aviônicos da Honeywell. Outras mudanças incluem um sistema de pressurização melhorado e a opção de instalação de um trem de pouso do nariz com duas rodas.
CN-235-330 Phoenix
Modificação das séries 200/220, oferecido pela IPTN com novos aviônicos da Honeywell, sistema ARL-2002 EW e 16.800kg de MTOW (Peso Máximo de Decolagem), para atingir o objetivo da Força Aérea Real Australiana, realizando o Projeto 'Air 5190 para levantamentos técnicos de cargas, mas foi forçado por restrições financeiras a cancelar o projeto em 1998.
CN-235 MPA (Maritime Patrol Aircraft)
Versão de Patrulha Marítima
HC-144 Ocean Sentry
Designativo da Guarda Costeira dos Estados Unidos para um pequeno número de aeronaves destinadas a substituir os pequenos HU-25 Guardian.

Operadores editar

Operadores militares editar

 
Operadores mundiais do CN-235:
  Operadores Militares
  Operadores Governamentais
  Operadores Iniciais
 
HC-144A Ocean Sentry da Guarda Costeira dos Estados Unidos (CN-235-300 MP Persuader).
  Áustria
  Botswana
  Bophuthatswana
  Brunei
  Burquina Fasso
  Chile
  Colômbia
  Equador
  França
  • Exército do Ar Francês 19 CN235-100, 18 atualizados na configuração CN235-200. 8 CN235-300 (solicitados em Abril de 2010)
  Gabão
  Indonésia
  Irlanda
  Jordânia
  Malásia
  México
  Marrocos
  Nigéria
  Paquistão
  Panamá
  Papua-Nova Guiné
  Portugal
  Coreia do Sul
  Arábia Saudita
  África do Sul
  Espanha
  Tailândia
  Turquia
  • Força Aérea da Turquia (50 x CN235-100M)
  • Marinha da Turquia (9 x CN-235 ASW/ASuW MPA com AMASCOS (Airborne Maritime Situation & Control System - Sistema de Controle Situacional Marítimo) da Thales)
  • Guarda Costeira da Turquia (3 x CN-235 MPA com AMASCOS (Airborne Maritime Situation & Control System - Sistema de Controle Situacional Marítimo) da Thales)
  Emirados Árabes Unidos
  Estados Unidos

Operadores governamentais e paramilitares editar

 
Um CASA CN-235-300 MPA do Serviço de Busca e Salvamento Espanhol
 
CN235 da Presidential Airways
  Espanha
  Tailândia

Operadores civis editar

Indonésia,

Merpati e Pelita.

Espanha

Binter Canarias e Binter Mediterraneo, ambas subsidiárias da Iberia, operaram quatro e cinco respectivamente entre 1989 e 1997.

Argentina ,

Inter Austral, subsidiária da Austral Líneas Aéreas, foi posteriormente integrada à Aerolíneas Argentinas.

África do Sul

Safair, que opera em Pretoria, África do Sul, possui dois CN-235s,

Madagascar

Tiko Air tinha um (C012),

Acidentes notáveis editar

Em 29 de Agosto de 2001, o Voo 8261 da Binter Mediterráneo (Matrícula EC-FBC) se acidentou próximo à N-340 (Rodovia ligando Cádiz-Barcelona), em torno de 200 metros próximo à pista 32 no Aeroporto Internacional Ruiz Picasso em Málaga, Espanha. O piloto reportou ao Controle de Tráfego Aéreo de Málaga, na aproximação final, que o motor esquerdo da aeronave havia falhado, e faria então um pouso de emergência. O avião desceu atingindo as primeiras luzes do canto da pista e parando bem próximo à N-340. A investigação subsequente ao acidente revelou que logo após a falha do motor esquerdo da aeronave, o Primeiro Oficial inadvertidamente desligou ambos os motores da aeronave, levando-a a uma perda total de potência. Quatro das 44 pessoas foram mortas, incluindo o piloto Capt. Fdez. Ruano.[13] A aeronave se fragmentou.[14]

 

Especificações (CN-235)

Dados de: Airbus Military.[nota 1]

Descrições gerais
Motorização
Performance
Armamentos
  • Número de pilones: 6x
  • Mísseis dos pilones:
    • CN-235 MPA: 6x pontos duros para mísseis AM-39 Exocet ou torpedos Mk.46

Ver também editar

Notas

  1. «Especificações do CN235»  airbusmilitary.com (em inglês)

Referências

Ligações externas editar

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