Cabo da Cruz

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O Cabo da Cruz ou Cape Cross (em africâner: Kaap Kruis; em alemão: Das Kreuzkap) é um cabo na parte central da costa da Namíbia, na região de Erongo, a cerca de 60 km a norte de Henties Bay e 120 km a norte de Swakopmund.[1]

Cabo da Cruz (Cape Cross)
Cabo da Cruz
Duas cruzes de pedra no Cabo da Cruz
País Namíbia
Região Erongo
Mar(es) Oceano Atlântico
Coordenadas 21° 46' 21" S 13° 57' 6" E
Cabo da Cruz (Cape Cross) está localizado em: Namíbia
Cabo da Cruz (Cape Cross)
Localização de Cabo da Cruz (Cape Cross) em Namíbia

História editar

 
Selos do Sudoeste Africano Alemão com o carimbo Cap Cross 1900

O cabo foi descoberto pelo navegador português Diogo Cão[2] que ergueu uma grande cruz de pedra (um padrão) em 1486, para marcar o ponto mais meridional até então alcançado pelos europeus em África.

Em 1893, quando aquela zona fazia parte do império colonial alemão, o padrão foi levado para a Alemanha, onde permaneceu em exibição no Museu de História de Berlim. Em 2019 foi devolvido à Namíbia.

Durante os seguintes 400 anos foram muitos os navios que naufragaram na costa da Namíbia. A zona também foi alvo da exploração comercial de guano, que se utilizava como fertilizante.[3]

A cruz erguida por Diogo Cão foi descoberta pela missão do capitão de corveta Gottlieb Becker, em 1893, que comandava o SMS Falke numa época em que o lugar era parte da colónia do Sudoeste Africano Alemão.

Reserva natural editar

 
Colónia de lobos-marinhos-do-cabo.
 
Cópia moderna da inscrição do Cabo da Cruz, no sítio original.

O Cabo da Cruz é uma área protegida, propriedade do governo da Namíbia, sob o nome de Reserva de focas de Cape Cross (Cape Cross Seal Reserve), sendo habitat de uma das maiores colónias de lobos-marinhos-do-cabo (Arctocephalus pusillus) no mundo, e uma das 15 colónias existentes no país (que conta com mais de 6,5 milhões de exemplares).[4] A colónia é enorme e em dezembro, na época de reprodução, conta com cerca de 100 000 membros. A reserva foi fundada em 1968 e protege 60 km², sendo gerida pelo Ministério do Meio Ambiente e Turismo. Está classificada como reserva natural e reserva faunística (categoria III da IUCN), ficando dentro do Parque nacional da Costa Oeste (West Coast National Park).

O Cabo da Cruz é um dos principais sítios na Namíbia em que focas são sacrificadas, em parte para venda das suas peles e em parte para proteger as populações de peixes. O impacto económico das focas nos recursos pesqueiros é polémico: enquanto um estudo do governo afirmou que as colónias de focas consomem mais peixe do que toda a indústria pesqueira possa capturar,[5] a sociedade de proteção animal «Seal Alert South Africa» estimou as perdas em menos de 0,3% do total da pesca comercial.[6]

Ver também editar

Referências

  1. capecross.org. «Cape Cross» (em inglês). Consultado em 30 de maio de 2010 
  2. Swaney, Deanna (1992). Lonely Planet: Zimbabwe, Botswana & Namibia. 1st Edition. Published by Singapore National Printers Ltd.
  3. Ver: Republic of Namibia Ministry of Environment and Tourism: Cape Cross Seal Reserve.
  4. namibian.org. «Cape Cross - Namibia» (em inglês). Consultado em 30 de maio de 2010 
  5. The Namibian, Brigitte Weidlich (28 de junho de 2007). «Seal quota down for this season» 
  6. The Namibian (17 de junho de 2010). «Time for Namibia to see the tourism value of seals» 

Ligações externas editar

 
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  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Cabo Cross».