Camarada é uma forma de tratamento amistosa e é usada para significar "companheiro", "colega" ou "aliado" e deriva do termo espanhol camarada, [1] que significa literalmente "companheiro de câmara", do latim "camara".[2]

Atualmente, possui forte conotação política, utilizada entre adeptos de uma mesma ideologia, membros de uma associação ou militantes de um partido. O termo ˜camarada˜, especialmente em certos partidos políticos e sindicatos, significa correligionário ou companheiro.

Este uso tem seu antecedente na época da Revolução Francesa, quando a abolição dos títulos de nobreza e dos tratamentos monsieur e madame ("senhor" e "senhora", respectivamente) foi seguida do emprego da forma citoyen (cidadão). Por exemplo, o rei Luís XVI, depois de deposto, passou a ser referido como "cidadão Luís Capeto".

Na Alemanha, a prática começou em 1875, com o estabelecimento dos Partido Socialista Operário da Alemanha.[3][4]

Originalmente, o termo carregava uma forte conotação militar. Depois da Revolução Russa de 1917, os comunistas empregaram-no profusamente como alternativa igualitária à forma de tratamento "senhor" e outras palavras similares. O termo podia acompanhar títulos para dar a eles um teor socialista, como por exemplo em Camarada General para dirigir-se a um general de exército. No entanto, o termo "camarada" é atribuído indevidamente a falantes de russo, já que os russos não dizem "camarada", mas sim "tovarisch".

Ainda assim, devido ao uso extensivo desta última palavra na URSS, a palavra "camarada" foi utilizada nos países lusofonos como uma espécie de tradução de "tovarisch" e hoje em dia o termo camarada está fortemente associado ao comunismo nos países de língua portuguesa, formando parte do estereótipo dos comunistas, como retratados nos filmes e séries de televisão. Na realidade, porém, o uso da palavra "tovarisch" não era tão comum, e era reservado a ocasiões formais ou oficiais, assim como nas forças armadas.

No caso dos partidos socialistas e outros movimentos de esquerda, e na América Latina principalmente por influência da Revolução Cubana, é mais habitual o emprego da saudação Compañero ou Companheiro. Isto é especialmente notável no caso do Partido dos Trabalhadores do Brasil e no movimento sindicalista do ABC, em São Paulo.

No entanto, o uso desta forma de tratamento não se restringe somente a sindicatos e partidos de esquerda, sendo também, muitas vezes, utilizado apenas como saudação cotidiana sem conotação ideológica.

Referências