Camilo Mortágua (político)
Camilo Tavares Mortágua[1] GOL (Oliveira de Azeméis, 29 de janeiro de 1934) é um antifascista português que lutou contra a ditadura do Estado Novo, tendo militado na Liga de Unidade e Acção Revolucionária (LUAR). Em junho de 2005, foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade da República Portuguesa[2].
| Camilo Mortágua | |
|---|---|
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| Dados pessoais | |
| Nome completo | Camilo Mortágua |
| Nascimento | 29 de janeiro de 1934 (90 anos) Oliveira de Azeméis |
| Nacionalidade |  Portugal
|
| Filhos(as) | Joana Mortágua, Mariana Mortágua |
| Partido | Bloco de Esquerda |
| Ocupação | Político |
Nota: Não confundir com Camilo Mortágua.É pai das deputadas à Assembleia da República Joana Mortágua e Mariana Mortágua[3].
Biografia editar
Primeiros anos editar
Nasceu em Oliveira de Azeméis, a 29 de janeiro de 1934[4]. Aos 12 anos segue com os pais e as duas irmãs para Lisboa. Em 1951, emigra para a Venezuela[5].
Assalto ao Santa Maria editar
Camilo Mortágua participou de um dos golpes mais famosos contra ditadura do Estado Novo: a “Operação Dulcineia”, iniciada na madrugada de 22 de janeiro de 1961, sob o comando do capitão Henrique Galvão e inspirada pelo general Humberto Delgado[4]. Orquestrada pela Direção Revolucionária Ibérica de Libertação, consistiu em tomar de assalto o paquete Santa Maria, que transportava 600 turistas em viagem para Miami e mais de 300 tripulantes.
Desvio de um avião da TAP editar
A 10 de novembro de 1961, com Palma Inácio e outros colaboradores, desvia à mão armada um avião da TAP, no voo Casablanca-Lisboa, com o objetivo singelo de sobrevoar Lisboa e outras cidades portuguesas a baixa altitude para lançar milhares de folhetos subversivos[4][6]. Mais de 100 mil panfletos foram largados sobre as cidades de Lisboa, Setúbal, Barreiro, Beja e Faro.
Assalto ao Banco de Portugal editar
A 17 de maio de 1967[7], Camilo Mortágua, Palma Inácio, António Barracosa e Luís Benvindo assaltam a filial do Banco de Portugal na Figueira da Foz[8] com o objetivo de financiar acções contra o regime encabeçado por António de Oliveira Salazar. Esta acção está na origem da fundação da Liga de Unidade e Ação Revolucionária, no mês seguinte, como reconheceu Emídio Guerreiro, um dos fundadores[4].
Ocupação da Herdade Torre Bela editar
Já deposto o regime fascista em Portugal em consequência da Revolução dos Cravos, Camilo Mortágua participa em abril de 1975 na ocupação da herdade da Torre Bela, a maior área de terra agrícola murada de Portugal, com 1700 hectares, propriedade do Duque de Lafões, processo documentado no filme Torre Bela realizado por Thomas Harlan, filho do cineasta Veit Harlan, no qual aparecem personalidades como o cantor José Afonso[4].
Grande Oficial da Ordem da Liberdade editar
O Presidente da República Jorge Sampaio atribuiu a condecoração de Grande Oficial da Ordem da Liberdade a Camilo Mortágua a 10 de junho de 2005.
Atualidade editar
Reside atualmente no Alvito, Alentejo, onde é empresário[4].
Referências
- ↑ PROCESSO DE QUERELA HENRIQUE CARLOS MALTA GALVÃO E OUTROS
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Camilo Mortágua". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 18 de maio de 2020
- ↑ «Camilo Mortágua terrorista?». El País. 17 de Maio de 2019. Consultado em 17 de Maio de 2020
- ↑ a b c d e f «Isto é um assalto – Filha de Camilo Mortágua no Parlamento». O Diabo. 20 de Outubro de 2014. Consultado em 17 de Maio de 2020
- ↑ «El hombre que tomó un trasatlántico, secuestró un avión y atracó un banco sin pegar un tiro». El País. 29 de Agosto de 2019. Consultado em 17 de Maio de 2020
- ↑ «Camilo Mortágua Entrevistado Pelo El Pais». O Observador. 30 de Agosto de 2019. Consultado em 17 de Maio de 2020
- ↑ «Novo livro faz revelações sobre assalto à Figueira». Jornal Expresso. Consultado em 15 de setembro de 2021
- ↑ «Faz 50 Anos que Camilo Mortágua Assaltou um Banco Na Figueira da Foz». https://www.noticiasaominuto.com/pais/794849/faz-50-anos-que-camilo-mortagua-assaltou-banco-na-figueira-da-foz. 16 de Maio de 2017