Campanha de Envio ao Campo

uma política chinesa instituída na década de 1960 na República Popular da China

Campanha de Envio ao Campo (chinês simplificado: 上山 下乡 运动) foi uma política instituída na República Popular da China no final da década de 1960 e início dos anos 1970. Como resultado do pensamento anti-burguesia predominante durante a Revolução Cultural, Mao Tse-tung declarou que certos jovens urbanos privilegiados (Zhiqing) seriam enviados para as zonas montanhosas ou aldeias agrícolas, a fim de aprenderem com os trabalhadores e camponeses dali. No total, aproximadamente 17 milhões de jovens foram enviados para áreas rurais como resultado do movimento.[1]

A política de Mao diferia da política de envio de Liu Shaoqi no início da década de 1960 em seu contexto político. Liu Shaoqi, instituiu a primeira política de envio para redistribuição populacional devido ao excesso da população urbana após os Três Anos de Desastres Naturais e do Grande Salto Adiante. O objetivo declarado de Mao para a política era garantir que os estudantes urbanos pudessem "desenvolver seus talentos ao máximo" através da educação entre a população rural.[2]

De 1968 até final da década de 1970, jovens das cidades chinesas são enviados para o campo. Este é um fenômeno único, exceto talvez a programa de envio organizada pelo regime do Khmer Vermelho no Camboja (onde toda a população foi transferida para o campo, com consequências dramáticas). Na China, o grupo quis transformar a juventude urbana em agricultores para o resto de suas vidas.

Como resultado, muitos novos graduados do ensino médio, que ficaram conhecidos como a "juventude rústica da China" (os zhiqing), foram forçados a sair das cidades e exilarem em áreas remotas da República Popular da China. Mao fez uso desta política para enviar aos campos a Guarda Vermelha. Essencialmente, Mao usou o movimento para acabar com tumultos e remover de vista o embaraço do início da Revolução Cultural. Assim, os guardas vermelhos foram enviados para os campos longínquos, a fim de conhecer a realidade camponeses. Alguns analistas consideram estas pessoas, muitas das quais perderam a oportunidade de frequentar a universidade, como a "geração perdida" da China.[3] Autores famosos que escreveram sobre suas experiências durante o movimento incluem o Prêmio Nobel Liu Xiaobo, Jiang Rong, Ma Bo e Zhang Chengzhi, todos os quais foram para a Mongólia Interior. Balzac e a Costureirinha Chinesa de Dai Sijie recebeu muitos elogios por sua visão da vida dos jovens enviados para as aldeias rurais da China durante o movimento. (ver literatura de cicatriz).

Notas editar

  1. Ebrey, Patricia Buckley (2005). China: A Cultural, Social, and Political History 1st ed. [S.l.]: Wadsworth Publishing. p. 294. ISBN 978-0618133871 
  2. Dietrich, Craig (1997). People's China: A Brief History 3rd ed. [S.l.]: Oxford University Press. p. 199. ISBN 978-0195106299 
  3. «'Down to the Countryside'». Alpha History 

Referências editar

  • Schoppa, R. Keith (2006), Revolution and Its Past: Identities and Change in Modern Chinese History, ISBN 0-13-193039-7, Pearson Education, pp. 349–356 
  • Benson, Linda (2002), China Since 1949, ISBN 0-582-43739-3, Semnar Studies in History, Pearson Education, pp. 38–44 
  • Zhong, Xueping; et. al. (2001), Some of Us: Chinese Women Growing Up in the Mao Era, ISBN 0-8135-2969-7, Rutgers University Press