Campo de concentração de Dachau
O campo de concentração de Dachau foi construído em 1933 pelos nazistas em uma antiga fábrica de pólvora, próxima a cidade de Dachau, cerca de dezesseis quilômetros ao norte de Munique, no sul da Alemanha Nazista, e inicialmente destinava-se a presos políticos. Foi libertado pelo Exército dos Estados Unidos em abril de 1945.[1]
Dachau | |
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Campo de concentração | |
Entrada do campo de concentração de Dachau, foto de 1945 | |
Outros nomes | Alemão: Konzentrationslager (KZ) Dachau , IPA: [ˈdaxaʊ] |
Localização | Dachau, Alemanha |
Construído por | Alemanha Nazista |
Operado por | Schutzstaffel (SS) |
Uso original | Prisão política |
Atividade | Março de 1933 - abril de 1945 |
Câmaras de gás | Possuía câmara de gás |
Detentos | Presos políticos, poloneses, ciganos, judeus, homossexuais, testemunhas de Jeová, padres católicos, comunistas |
Mortos | 41 500 (pelo site Dachau) |
Libertado por | Exército americano |
Inaugurado por Heinrich Himmler, foi transformado depois num campo de trabalho. No auge, o campo chegou a ter mais de 188 mil presos. Os nazistas documentaram a morte de 31 951 pessoas, embora estudiosos digam que o número de fatalidades pode ter sido bem maior.[2]
História
editarDachau foi o primeiro campo de concentração nazista.[1] Projetado pelo Kommandant Theodor Eicke, foi o modelo para os outros campos construídos. Dachau chegou a abrigar mais de duzentos mil prisioneiros de mais de trinta países e, a partir de 1941, foi usado para o extermínio de cerca de trinta mil pessoas. Muitas outras pessoas pereceram em virtude das condições do campo. O campo possuía uma câmara de gás, que parece no entanto não ter sido muito utilizada, por motivos difíceis de conhecer.[3]
Segundo cálculos da Igreja Católica, pelo menos três mil religiosos entre padres, bispos e outros foram mantidos lá. Um dos prisioneiros, Karl Leisner, foi beatificado pelo Papa em 1996 (ver: Anticatolicismo e Religião na Alemanha Nazista). Após rumores se espalharem pelo campo em relação a uma directiva de Heinrich Himmler de executar todos os prisioneiros, um dos presos mais célebres do campo, Oskar Müller, enviou mensageiros até o exército norte-americano para que estes dispersassem o campo. A 28 de abril, um alto comissário da Cruz Vermelha, Victor Mauer, tentou convencer o último comandante do campo, Heinrich Wicker, a se render. Wicker decidiu antes retirar a maioria dos guardas SS.[carece de fontes]
No dia seguinte, a 29 de abril de 1945, a 42ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos foi encarregada de libertar o campo de concentração.
Massacre de Dachau
editarA primeira visão que os soldados tiverem, ao chegar ao campo, foi de centenas de mortos, empilhados, junto a um comboio de 39 carruagens. Segundo consta, os mortos estavam lá havia dias (alguns já em avançado estado de decomposição). Tinham sido retirados apressadamente de outro campo de concentração, Buchenwald, e a maioria morrera de fome durante a viagem.[carece de fontes]
Os soldados, totalmente em estado de choque com a visão, tomaram para eles o lema Take no Prisoners ("Não fazer prisioneiros") e começaram a executar os primeiros SS que encontraram. Há vários registos de execuções, na maioria actos de vingança individuais de soldados e até de alguns prisioneiros, que atacaram os seus antigos opressores.[carece de fontes]
A situação durou apenas alguns minutos; o tenente da companhia, Felix Sparks, rapidamente tentou controlar a situação, de modo a evitar um banho de sangue desnecessário. Ao todo, morreram cerca de 50 SS (entre a tomada do campo e as já referidas execuções). Foram levados cativos cerca de duzentos guardas.[carece de fontes]
As execuções de Dachau levaram alguns militares da 42ª Divisão a tribunal marcial, acabando todos ilibados (ver: crimes de guerra dos Aliados).[carece de fontes]
Imagens da libertação de Dachau. | Sobreviventes de Dachau demonstram o funcionamento do crematório empurrando um cadáver para um dos fornos.[4] |
Suposta execução de soldados da SS por tropas estadunidenses na área de Dachau durante a sua libertação, em 29 de Abril de 1945 [5] (fotografia de exército dos Estados Unidos).[6] |
Pós-guerra
editarApós a libertação do campo, os 32 000 prisioneiros que lá se encontravam saíram num espaço de seis semanas. Durante essa altura, formou-se um Comité de prisioneiros, que funcionando como um governo, se encarregou de evitar fugas de prisioneiros e melhorar as condições dos campos.[carece de fontes]
A libertação dos prisioneiros foi morosa: além dos habituais problemas de desnutrição e dificuldades em arranjar transporte dos presos para o seu país natal, havia uma epidemia de Febre Tifóide que dizimou milhares de presos. Como tal, de modo a evitar uma pandemia europeia, foram curados e vacinados todos os presos.[carece de fontes]
A partir de 1948, o campo de Dachau foi usado como campo de refugiados, situação que perdurou até cerca da década de 1960, onde se erigiu o memorial que hoje existe.[carece de fontes]
Dachau é célebre não só por ter sido um dos maiores campos de concentração nazis, mas também por ter sido o primeiro a ser construído no regime hitleriano, cerca de cinco semanas após a ascensão de Hitler ao poder.[7]
Fotos
editarA ala de prisioneiros de Dachau. | A entrada de Dachau, em 1945. | Dachau em 1991. |
Ver também
editarReferências
- ↑ a b History.com Editors (9 de novembro de 2009). «Dachau Concentration Camp». History.com (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ «Station 11: Crematorium - Dachau Concentration Camp Memorial Site». www.kz-gedenkstaette-dachau.de. Consultado em 28 de setembro de 2019
- ↑ «The Dachau gas chamber as seen by tourists today». www.scrapbookpages.com. Consultado em 28 de setembro de 2019
- ↑ United States Holocaust Memorial Museum, courtesy of R. Harrison (4 de maio de 1945). «Survivors of the Dachau concentration camp demonstrate the operation of the crematorium by pushing a corpse into one of the ovens.». Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2020
- ↑ Villani, Gerry. Voices of the Waffen SS. Lulu.com, 2019, pǵ. 38, (em inglês) ISBN 9780359496891 Consultado em 24 de julho de 2021.
- ↑ Arland B. Musser (29 de abril de 1945). «American soldiers execute SS camp guards who have been lined up against a wall during the liberation of the Dachau concentration camp». Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos (em inglês). Consultado em 24 de julho de 2021
- ↑ Kiner, Deb (29 de abril de 2020). «Prisoners 'lived like cattle and died like beasts': The liberation of Dachau concentration camp in 1945». Pennlive.com (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2020