Caneca

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Caneca
Tipo
Características
Material
Forma
Composto de
Utilização
Uso

A caneca é um recipiente de líquidos semelhante a um copo, porém com uma alça denominada "asa". Ao contrário da xícara ou chávena, é geralmente maior e não necessita de pires, pois sua forma nunca é cunhada. Ela normalmente é usada para beber bebidas quentes, como café, chocolate quente ou chá.[1] Normalmente, uma caneca comporta entre 240 e 350 ml.[2]

História editar

 
Uma caneca feita em uma roda de oleiro no final do período neolítico (ca. 2500–2000 AC) em Zhengzhou, China

Canecas de madeira provavelmente vêm sendo produzidas desde os primórdios da manipulação da madeira, mas a maioria delas não sobreviveu intacta.[3][4]

Os primeiros objetos em cerâmica foram moldados à mão. Entre 6.500 e 3.000 a.C., sua fabricação foi facilitada com a invenção da roda de oleiro. Foi relativamente fácil adicionar uma alça a uma xícara no processo de produção, criando, assim, a caneca. Um exemplo desse tipo de artefato foi encontrado na Grécia. Ele é uma caneca de argila decorada de forma bastante rebuscada e foi datado de 4000–5000 a.C.[5]

A maior desvantagem dessas canecas de barro era que suas paredes grossas eram impróprias para a boca. As paredes foram ficando mais finas com o desenvolvimento de técnicas de usinagem. Canecas de metal foram produzidas em bronze,[6] prata, ouro[7] e até mesmo chumbo.[8]

A invenção da porcelana por volta de 600 d.C. na China abriu uma nova era de canecas de paredes finas adequadas para líquidos frios e quentes, que são apreciadas até o século XXI.[3]

Tipos de canecas editar

 
Caneca de barbear

Canecas e scuttle de barbear editar

A caneca e a scuttle de barbear foram desenvolvidos por volta do século XIX, sendo que a primeira patente para uma caneca de barbear é datada de 1867.[9] Como a água quente não era comum em muitas casas, uma forma de fazer espuma quente era usar um balde ou caneca. Um scuttle tradicional se assemelha a um bule de chá com um bico largo onde a água quente é despejada. Ele difere de uma caneca de barbear, que não tem bico. Tanto as scuttle de barbear quanto as canecas geralmente têm uma alça, mas algumas não têm. As canecas de barbear costumam se parecer com uma caneca padrão, no entanto, algumas também têm um descanso para pincel embutido, para que a escova não faça espuma. Versões modernas do scuttle têm produção limitada, geralmente por oleiros independentes que trabalham de forma artesanal.[10]

 
Um scuttle de barbear, patente de 1867.[11]

No topo da scuttle ou caneca há um saboneteira. Tradicionalmente, era usado um bloco rígido de sabão de barbear, em vez de espuma de barbear ou um creme macio como no século XX-XXI. Existia também orifícios de drenagem na parte inferior para escoar a água. Os scuttle e canecas posteriores não incluem os orifícios e, portanto, podem ser usados com cremes e espumas de barbear. Algumas scuttles e canecas têm círculos concêntricos na parte inferior, que retêm um pouco de água ajudando a formar espuma.[12]

Canecas tiki editar

 
Canecas Tiki

Canecas Tiki são recipientes para beber geralmente feitos de cerâmica. Elas originaram-se em restaurantes tropicais temáticos e bares tiki em meados do século XX. O termo "canecas Tiki" é uma denominação genérica para recipientes de bebidas em forma de esculturas que retratam imagens da Melanésia, Micronésia ou Polinésia e, mais recentemente, qualquer coisa tropical ou relacionada ao surfe. Muitas vezes elas são vendidas como souvenirs e são altamente colecionáveis. Os fabricantes modernos incluem Muntiki e Tiki Farm. Artistas, como Van Tiki, também produziram canecas exclusivas que imitam esculturas feitas à mão.[13]

Canecas térmicas editar

As canecas térmicas foram introduzidas na década de 1980. Elas geralmente possuem propriedades de isolamento térmico para transportar líquidos quentes ou frios. Semelhante a uma garrafa térmica, elas geralmente são bem isoladas e completamente fechadas para evitar derramamento do líquido.[14] As canecas térmicas em possuem uma tampa à prova de respingos com uma abertura para beber.[15]

Design geral e funções editar

Grande parte do design da caneca visa o isolamento térmico. As suas paredes grossas, em comparação com as paredes mais finas das xícaras de chá, isolam a bebida para evitar que esfrie ou aqueça rapidamente. O fundo da caneca geralmente não é plano, mas côncavo ou tem uma borda extra para reduzir o contato térmico com a superfície na qual a caneca é colocada. Essas características geralmente deixam uma mancha circular característica na superfície. Finalmente, a alça de uma caneca mantém a mão longe dos lados quentes do recipiente. A pequena seção transversal da alça reduz o fluxo de calor entre o líquido e a mão. Pela mesma razão de isolamento térmico, canecas são geralmente feitas de materiais com baixa condutividade térmica, tais como a cerâmica, a porcelana ou vidro.[16][17]

Aparência editar

Esse objeto pode possuir formatos diversos. A caneca se difere do copo e da xícara, pois possui tipo de "asa" anelar para facilitar seu manuseio.

Composição editar

As canecas são feitas geralmente de porcelana, porém algumas são produzidas a partir de um vidro resistente a choques térmicos com a marca Pyrex, e outras de plástico, de metais (como aço e alumínio) alguns esmaltados ou cerâmica.

Na matemática editar

 
Uma deformação contínua entre uma caneca de café e um donut ilustrando que eles são homeomórficos (topologicamente equivalente)

A caneca é um dos exemplos mais populares de homeomorfismo em topologia . Dois objetos são homeomórficos se um puder ser deformado no outro sem cortar ou colar. Assim, em topologia, uma caneca é equivalente homeomórfica a um donut (toro), pois pode ser remodelada para assumir o seu formato por uma deformação contínua, sem cortar, quebrar, perfurar ou colar.[18] Outro exemplo topológico é uma caneca com duas alças, que equivale a um toro duplo - um objeto semelhante ao número 8.[19]

Referências

  1. «mug, n.1». OED Online. Oxford University Press. Dezembro de 2014. A drinking vessel, freq. cylindrical (and now usually with a handle), generally used without a saucer. 
  2. Shearlock, Carolyn; Irons, Jan (14 de setembro de 2012). The Boat Galley Cookbook: 800 Everyday Recipes and Essential Tips for Cooking Aboard : 800 Everyday Recipes and Essential Tips for Cooking Aboard: 800 Everyday Recipes and Essential Tips for Cooking Aboard. [S.l.]: McGraw Hill Professional. ISBN 9780071782364 
  3. a b «Porcelain». Columbia Encyclopedia Sixth Edition. 2008. Consultado em 27 de junho de 2008 
  4. G. J. Monson-Fitzjohn, B.Sc., F.R.Hist.S. Drinking Vessels of Bygone Days. [S.l.: s.n.] Cópia arquivada em 19 de julho de 2010 
  5. «Ceramic Web Page Tutorials». Ceramicstudies.me.uk. Consultado em 16 de novembro de 2012 
  6. «The Collection – Archaeology». Thomaslayton.org.uk. Consultado em 16 de novembro de 2012 [ligação inativa]
  7. «Mycenean Art». Visual-arts-cork.com. Consultado em 16 de novembro de 2012 
  8. «Lead drinking cup». Nicks.com.au. Consultado em 16 de novembro de 2012. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2012 
  9. J. P. Brooks and J. McGrady "Improvement in shaving-cups" Patente E.U.A. 66 788 Issue date: July 1867
  10. «Moss Scuttle». Sarabonnymanpottery.com. Consultado em 16 de novembro de 2012. Cópia arquivada em 9 de maio de 2008 
  11. J. P. Brooks and J. McGrady "Improvement in shaving-cups" Patente E.U.A. 66 788 Issue date: July 1867
  12. «Moss Scuttle». Sarabonnymanpottery.com. Consultado em 16 de novembro de 2012. Cópia arquivada em 9 de maio de 2008 
  13. Strongman, Jay; Westland, Holden (2008). Tiki Mugs: Cult Artifacts of Polynesian Pop. [S.l.]: Korero Books. ISBN 978-0-9553398-1-3 
  14. Morry Karp "Travel mug" Patente E.U.A. 5 249 703 Issue date: October 5, 1993
  15. Jackson, Joe (22 de dezembro de 2014). «Q: What's the Best Insulated Travel Mug? We tested five of the best. Here's how they stacked up.». Outside 
  16. Steve Farrow (1999). The really useful science book: a framework of knowledge for primary teachers. [S.l.]: Routledge. ISBN 0-7507-0983-9 
  17. David M. Buss (2005). The handbook of evolutionary psychology. [S.l.]: John Wiley and Sons. ISBN 0-471-26403-2 
  18. Howie M. Choset (2005). Principles of robot motion: theory, algorithms, and implementation. [S.l.]: MIT Press. ISBN 0-262-03327-5 
  19. Janna Levin (1 de janeiro de 2000). «In space, do all roads lead to home?» 

Ver também editar

 
Wikcionário
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