Caniço (Santa Cruz)
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Freguesia | ||||
Símbolos | ||||
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Localização | ||||
Localização no município de Santa Cruz | ||||
Localização de Caniço na Madeira | ||||
Coordenadas | ||||
Região | ![]() | |||
Município | ![]() | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Presidente | Milton Marco Neto Teixeira | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 12,00 km² | |||
População total (2011) | 23 368 hab. | |||
Densidade | 1 947,3 hab./km² | |||
Código postal | 9125-014 | |||
Sítio | www.jf-canico.pt |
O Caniço é uma cidade e freguesia portuguesa do concelho de Santa Cruz, na ilha da Madeira. Tem 12 km² de área, 23 368 habitantes (2011) e uma densidade populacional de 1 947,3 hab/km². Localiza-se a uma latitude de 32,633 (32°38') Norte e a uma longitude de 16,85 (16°51') Oeste. É banhada pelo Oceano Atlântico a sul e é montanhoso a norte. Foi elevado à categoria vila a 19 de abril de 2000[1] e a cidade a 10 de junho de 2005.[2]
No Caniço, localiza-se a estátua do Coração de Jesus, mais conhecida por Cristo Rei, na ponta do Garajau.[2]
HistóriaEditar
A denominação da povoação vem do nome dado à planta Phragmites communis, vulgarmente chamada de carriço ou caniço, que existia abundantemente na zona à altura da descoberta da ilha da Madeira.[3]
Fora do Funchal e de Machico, o Caniço foi um dos dez primeiros lugares criados e povoados e, desde cedo, se procedeu ao arroteamento e cultivo das terras.[2][3]
Aquando da colonização, foi feita a divisão da ilha em duas capitanias, passando a linha divisória pela localidade do Caniço. Com efeito, a ribeira do Caniço constituía parte dessa linha, que partia da ponta da Oliveira e terminava na ponta do Tristão, no Porto Moniz.[2][3]
A Paróquia do Caniço foi fundada em 1438 ou 1440, sendo uma das mais antigas da ilha, e era constituída, a princípio, por duas igrejas. Uma na margem direita da ribeira, que tinha como orago o Espírito Santo, e outra na margem esquerda, a de Santo Antão. Com o tempo, a igreja de Santo Antão foi ganhando primazia em relação à outra. Em 1778, já as duas se encontravam em ruína e, em 1783, foi inaugurada a atual igreja paroquial do Caniço, cuja torre é mais recente e foi concluída em 1874.[2][3]
Os terrenos na margem direita da ribeira denominavam-se Caniço de Baixo para o Funchal e, mais tarde, Caniço de Baixo para a Cidade e pertenciam à capitania-donatária do Funchal, enquanto que os que ficavam na margem esquerda chamavam-se Caniço de Cima para Machico e pertenciam à capitania de Machico. Cada um dos sítios tinha o seu porto de mar, respetivamente, o dos Reis Magos, o mais antigo, e o do Portinho.[2][3]
Existia aqui um tabelião privativo, do qual existem registos desde 1488.[2]
Consta que o primeiro moinho que houve na Madeira, foi construído no Caniço, no sítio da Azenha, ainda em tempo de vida de João Gonçalves Zarco (c. 1390–1471).[2][3]
Em 1676, a freguesia da Camacha desmembrou-se do Caniço.[3]
Até 1835, a freguesia pertenceu ao concelho do Funchal e, nesse ano, foi incorporada no concelho de Santa Cruz.[3]
Em 19 de abril de 2000, a povoação do Caniço foi elevada a vila pelo Decreto Legislativo Regional n.º 10/2000/M, onde se pode ler, no preâmbulo: «A povoação do Caniço tornou-se no maior pólo de desenvolvimento turístico da Região Autónoma da Madeira, depois do Funchal, e é uma das zonas habitacionais mais apetecidas.»[1]
Em 10 de junho de 2005, a vila do Caniço foi elevada a cidade pelo Decreto Legislativo Regional n.º 8/2005/M, que a caracteriza, no preâmbulo, como «um dos maiores pólos de concentração de indústria e comércio regionais e uma das zonas habitacionais mais procuradas.[2]
Património edificadoEditar
Do património edificado do Caniço, constam a estátua do Coração de Jesus (Cristo Rei), na ponta do Garajau, o Forte da Atalaia de São Sebastião (de início do século XVII) e o Forte dos Reis Magos (construído no século XVIII com o propósito de defender a Ilha da Madeira de ataques de piratas e corsários).[4] Outros elementos culturais, classificados como imóveis de interesse público e local, são a Capela da Mãe de Deus, a Capela da Nossa Senhora da Consolação e o conjunto edificado dos Reis Magos.[2][3]
O monumento ao Coração de Jesus foi inaugurado a 30 de outubro de 1917, na ponta do Garajau, por ocasião das festas do Cristo Rei — nome pelo qual é mais conhecido —, em cumprimento de um voto do conselheiro Aires de Ornelas, filho do último morgado do Caniço.[2]
O Teleférico do Garajau, inaugurado em 2007, serve de transporte, para locais e turistas, de modo a se deslocarem de forma mais rápida e cómoda à Praia do Garajau e à Reserva Natural Parcial do Garajau. A viagem tem uma duração de 3 minutos, sendo possível fazer o trajeto só de descida ou subida, ou descida e subida.[5]
PopulaçãoEditar
Evolução da população, 1864/2011 | Grupos etários, 2001 | Grupos etários, 2011 |
População da freguesia do Caniço[6] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
2 351 | 2 703 | 3 806 | 3 789 | 4 739 | 4 936 | 6 274 | 7 035 | 7 580 | 7 394 | 5 791 | 6 805 | 6 876 | 11 586 | 23 368 |
Distribuição da População por Grupos Etários | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |||||
2001 | 2 344 | 20,2% | 1 519 | 13,1% | 6 713 | 57,9% | 1 010 | 8,7% | |
2011 | 4 805 | 20,6% | 2 379 | 10,2% | 14 615 | 62,5% | 1 569 | 6,7% |
Média do país no censo de 2001: 0/14 anos – 16,0%; 15/24 anos – 14,3%; 25/64 anos – 53,4%; 65 e mais anos – 16,4%
Média do país no censo de 2011: 0/14 anos – 14,9%; 15/24 anos – 10,9%; 25/64 anos – 55,2%; 65 e mais anos – 19,0%
Clima do CaniçoEditar
O Caniço apresenta um clima quente a maior parte do ano, com raras vagas de frio, que raramente descem dos 15°C. É um pouco ventoso, daí a sensação térmica ligeiramente mais baixa que em outras freguesias com o mesmo clima. As temperaturas mais baixas registadas no Caniço foram 1,1°C na Cancela, 3,5°C na Assomada, 6°C no Caniço Centro, 6,5°C no Caniço de Baixo, 0°C no Caniço de Cima, -0,7°C nas Eiras e 9°C nos Reis Magos, e a mais alta em todo o Caniço foi 41,5°C.
SítiosEditar
- Assomada
- Atalaia
- Azenha
- Barreiros
- Bis Bis
- Cabeço da Cancela
- Camarisco
- Cancela
- Caniço para a Cidade, Caniço para o Funchal ou Caniço de Baixo
- Caniço para Machico ou Caniço de Cima
- Castelo
- Contrata
- Cristo Rei
- Eiras
- Figueirinhas
- Fontes
- Galo
- Garajau
- Livramento
- Mãe de Deus de Baixo
- Mãe de Deus de Cima
- Moinhos
- Olaria
- Palheiro do Ferreiro
- Pedra Mole
- Pedra Sina
- Portinho
- Reis Magos
- Ribeira dos Pretetes
- Quinta
- Serralhal e Amoreiras
- Tendeira de Cima
Tendeira de Baixo
- Vale
- Vargem
- Zimbreiros
ImagensEditar
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ a b Decreto Legislativo Regional n.º 10/2000/M - Diário da República n.º 92/2000, série I-A de 2000-04-18
- ↑ a b c d e f g h i j k Decreto Legislativo Regional n.º 8/2005/M - Diário da República n.º 111/2005, série I-A de 2005-06-09
- ↑ a b c d e f g h i Silva, Fernando Augusto da, Pe; Azevedo de Meneses, Carlos (1978). Elucidário Madeirense (PDF). I. Funchal: Secretaria Regional da Educação e Cultura
- ↑ «Forte dos Reis Magos». www.visitmadeira.pt. Consultado em 4 de junho de 2019
- ↑ «Teleférico do Garajau». www.visitmadeira.pt. Consultado em 4 de junho de 2019
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes