Capela de Santo Antônio do Engenho Novo

igreja em Pernambuco, Brasil

A Capela de Santo Antônio do Engenho Novo fica na Usina Nossa Senhora das Maravilhas em Goiana, Pernambuco, nela foi sepultado o herói da Restauração Pernambucana, André Vidal de Negreiros.

Capela de Santo Antônio do Engenho Novo
Capela Santo Antônio Goiana
Capela na região da Usina Nossa Senhora das Maravilhas
Tipo
Construção Século XVI
Geografia
País Brasil
Coordenadas 7° 38' 20" S 34° 49' 31" O

A construção iniciada no século XVI num engenho do próprio André Vidal de Negreiros e não apresenta nenhum estilo próprio. O oratório é simples e não possui muitas imagens. A capela é considerada Patrimônio Histórico Nacional pelo IPHAN desde 1938.[1][2]

História editar

O local editar

Goiana está localizada na região da Mata Norte de Pernambuco, estando aproximadamente à 60km do Recife. Em seus tempos antigos era habitada por índios caetés e Potiguares e pode ser considerada como um dos núcleos de colonização mais antigos do nordeste brasileiro. Por volta de 1568 foi considerada como freguesia, seguindo de vila em torno de 1711 e de cidade em 1840, elevando sua categoria respectivamente. Também foi feita de sede da capitania de Itamaracá diversas vezes.[3]

Participando de diversos movimentos libertários da Província de Pernambuco, foi a primeira cidade brasileira a libertar todos os seus escravos por decreto. Este fato ocorreu em 25 de março de 1888, antes mesmo da Lei Áurea.

Contexto do Brasil Colônia e Império editar

O patrimônio arquitetônico religioso de Goiana contém diversas igrejas que datam do século XVII, sendo 8 delas tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, desde 1938. Além dos oito templos religiosos, também é considerada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a capela de Santo Antônio do Engenho Novo, localizada na zona rural do município, no engenho que um dia pertenceu à um dos principais líderes da luta contra os holandeses, André Vidal de Negreiros.

Próxima ao engenho novo está localizada a Usina Nossa Senhora das Maravilhas, que deu origem a vila que foi construída por Diniz Peryllo de Albuquerque Melo. Estas terras pertenciam a um engenho que esteve habitado por holandeses durante a invasão. Em meados do século XX uma linha férrea foi construída no local, acompanhando o curso do Rio Capibaribe Mirim até sua foz no rio Goiana.

Durante o processo de locação dos primeiros engenhos, são explícitos diversos fatores que influenciam na escolha da respectiva localização, como

  • A proximidade com a água corrente e perene pois a água era a maior fonte de energia e poderia facilitar o transporte de produtos
  • A proximidade com as matas devido a extração de combustível das fornalhas dos engenhos
  • A distância dos índios pois em seu processo de formação e durante grande parte da sua existência, os engenhos não tinham proteção contra possíveis ataques.

Os engenhos de Pernambuco, onde está localizada a Capela de Santo Antônio, não eram muito grandes em termos geográficos.[4]

Características editar

 
Torre lateral da Capela Santo Antônio

Arquitetura Colonial Religiosa editar

Durante o período colonial brasileiro, as igrejas ou as construções de cunho religioso tinham como principal objetivo a realização de atividades como a catequese e a doutrina. Em termos de localização estavam preferencialmente em frente à terreiros abertos, onde a população poderia se reunir e andar livremente. Em sua organização espacial, era mais comum encontrar esse tipo de edificação afastados de casas, justamente para permitir uma maior interação com os arredores do local.[5]

A Capela de Santo Antônio não é diferente. A construção datada do século XVIII está localizada com uma distância significativa da vila mais próxima, podendo ser encontrada em meio a morros e descampados de maior altitude. Desta forma, no local é possível ter uma visão periférica do que hoje é a cidade de Goiana.

 
Croqui da fachada frontal da Capela de Santo Antônio

Pertencente ao Engenho Novo, cujo atual proprietário é a Usina de Santa Tereza, a capela apresenta um estilo eclético com grande influência neogótica em suas fachadas e principalmente nas torres. É importante ressaltar que a construção sofreu diversas alterações, internas e externas, ao longo dos anos. Logo, a maneira que ela é vista atualmente pode não ser condizente com a forma em que foi concebida. Atualmente exibe os aspectos de uma reforma realizada em 1654.[6]

A capela possui três fachadas principais e um conjunto de três portas que permitem o acesso ao seu interior. No seu interior, no início da nave, encontra-se uma placa indicando o sepultamento de um herói da restauração pernambucana, André Vidal de Negreiros, fato ocorrido em 1680. André Vidal lutava contra a colonização holandesa no Brasil.

 
Pedra indicando o sepultamento do General André Vidal de Negreiros

É uma capela de nave única contendo apenas um oratório simples. Em geral não possui muitas imagens. Em seu estado atual não possui forro no teto e estão presentes coro e escada em madeira, além de cruzeiro e cruz feitos em pedra, estando localizados em frente a capela.

Programa editar

A grande maioria dos edifícios religiosos no Brasil feitos no período colonial tem como principal finalidade a utilização para a realização de cultos religiosos e atividades relacionadas. Em termos arquitetônicos, foram muito utilizadas plantas rígidas ligadas ao estilo maneirista, com naves e capelas retangulares ou quadradas. Não eram comuns elementos orgânicos, como plantas curvas ou poligonais diversas.

Materiais editar

O emprego de materiais como o tijolo em Pernambuco ocorreu muito antes do domínio holandês, apesar de que afirmam o contrário. Em locais onde se era possível encontrar barro de qualidade e não houvesse a presença de pedra e cal, utilizava-se a taipa de pilão como método construtivo para a realização das obras da época. Entende-se que a Capela de Santo Antônio do Engenho Novo é feita de tijolos devido ao seu contorno bem definido. As construções feitas de camadas de barro não apresentam sua estrutura bem definida e precisa. É provável que a capela não utilizou essa técnica.[7]

 
Capela Santo Antônio em processo de reforma

Conservação editar

Atualmente se encontra em meio de poucas casas de trabalhadores locais e está rodeada de canaviais e árvores frutíferas. Não foi feita nenhuma restauração definitiva após se tornar patrimônio e o estado de conservação é crítico.

Patrimônio Histórico Nacional editar

A capela é considerada Patrimônio Histórico Nacional pelo IPHAN desde 1938. As restaurações dos monumentos religiosos de Goiana foram iniciadas pelo IPHAN em 1991. Atualmente, já foram restaurados a Igreja Matriz do Rosário dos Homens Brancos, a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a Igreja da Soledade e seu convento, este último em trabalho realizado pelos próprios frades.[8][9]

Referências de Tombamento Federal Livro de Belas Artes
Inscrição: 228
Data: 25/10/1938
Processo: 0147-T-3B
O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a

Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao

Processo Administrativo no 13/85/SPHAN.

Referências

  1. «Inventário do Patrimônio Cultural» (PDF). Consultado em 20 de julho de 2013 
  2. «Goiana, PE: patrimônio histórico e cultural». Consultado em 20 de julho de 2013 
  3. «Pesquisa Escolar Fundaj». basilio.fundaj.gov.br. Consultado em 23 de abril de 2017 
  4. Silva, Geraldo Gomes da (1998). Engenho & arquitetura: tipologia dos edifícios dos antigos engenhos de açúcar de Pernambuco. [S.l.]: Fundação Gilberto Freyre 
  5. «CAPELA DE SANTO ANTÔNIO DO ENGENHO NOVO | Goiana dos Caboclinhos». goianadoscaboclinhos.com.br. Consultado em 23 de abril de 2017 
  6. «Patrimônio Material e Imaterial | AD Goiana». adgoiana.pe.gov.br. Consultado em 23 de abril de 2017 
  7. Buarque de Holanda, Sérgio (1987). O semeador e o Ladrilhador. [S.l.]: J.O. Editora 
  8. «Home - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 23 de abril de 2017 
  9. Albuquerque, Marcos; Veleda, Lucena (1 de setembro de 2017). «Diagnóstico e Avaliação de Impactos sobre o Patrimônio Cultural na área do Projeto de terraplanagem de 440 hectares a margem da BR 101 N, em Goiana, PE.» 


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