Carambola, também conhecida como fruta-estrela, é o fruto da Averrhoa carambola, uma espécie de árvore nativa do Sudeste Asiático tropical.[1][2][3] A fruta comestível tem cristas distintas descendo pelos lados (geralmente 5–6).[1] Quando cortada em seção transversal, assemelha-se a uma estrela, dando-lhe o nome de fruta-estrela.[1][2] A fruta inteira é comestível, geralmente crua, e pode ser cozida ou transformada em condimentos, conservas, enfeites e sucos.[1] É comumente consumido no Sudeste Asiático, Sul da Ásia, Pacífico Sul, Micronésia, partes do Leste Asiático, Estados Unidos, partes da América Latina e Caribe. A árvore é cultivada em todas as áreas tropicais do mundo.[2]

Carambolas verdes na árvore
Carambola antes da poda
Carambola depois da poda

As frutas da carambola contêm ácido oxálico e a neurotoxina caramboxina. Consumir grandes quantidades da fruta, especialmente para indivíduos com alguns tipos de doença renal, pode resultar em sérios efeitos adversos à saúde.

Origens e distribuição editar

 Ver artigo principal: Averrhoa carambola
 
Carambolas fatiadas com sete, seis e os habituais cinco pontos

O centro de diversidade e distribuição original da Averrhoa carambola é o sudeste asiático tropical, onde tem sido cultivada ao longo dos séculos.[1][3][4][5] Foi introduzido no subcontinente indiano e no Sri Lanka por comerciantes austronésios, juntamente com antigos cultivos austronésios como cocos, langsat, noni e santol.[6] Eles permanecem comuns nessas áreas e no leste da Ásia e em toda a Oceania e nas Ilhas do Pacífico.[1][2] Eles são cultivados comercialmente na Índia, sudeste da Ásia, sul da China, Taiwan e sul dos Estados Unidos. Eles também são cultivados na América Central, América do Sul e no estado americano do Havaí, no Caribe e em partes da África.[1][2] São cultivados como plantas ornamentais.[1] A carambola é considerada em risco de se tornar uma espécie invasora em muitas regiões do mundo.[2]

Características editar

De sabor agridoce, com coloração variando do verde ao amarelo, dependendo do grau de maturação, rica em sais minerais (cálcio, fósforo e ferro) e contendo vitaminas A, C e do complexo B, a carambola é considerada uma fruta febrífuga (que serve para combater a febre), antiescorbútica (que serve para curar a doença escorbuto - carência de vitamina C, e que se caracteriza pela tendência a hemorragias) e, devido à grande quantidade de ácido oxálico, estimulador do apetite. Seu suco pode ser usado para tirar manchas de ferro, de tintas e ainda limpar metais. Sua casca é utilizada como antidisentérico, por possuir alto teor de tanino - cujo poder adstringente pode prender o intestino.

 
Averrhoa carambola

É considerada uma fruta de quintal, pois seu cultivo não é feito em escala, sendo produzida essencialmente em sítios, quintais, granjas e pomares de fazendas. Começa a produzir frutos em torno de quatro anos de existência, dando em média duzentos frutos, podendo durar de cinquenta a setenta anos. A fruta parece uma estrela quando cortada e tem cinco gomos.

Pode ser consumida ao natural ou no preparo de geleias, caldas, sucos e conservas. Cortada em fatias e deixada no fogo brando com açúcar, fica quase da mesma consistência e sabor do doce de ameixa-preta. Na Índia e na China são bastante consumidas como sobremesa, assim como as flores e os frutos verdes, que são utilizados nas saladas.

Pessoas portadoras de insuficiência renal crônica não podem comer carambola, pois esta fruta possui uma toxina natural, a caramboxina, que não é filtrada pelos rins destas pessoas, ficando retida no organismo e atingindo o cérebro, podendo induzir crises de soluços, vômito, confusão mental, agitação psicomotora, convulsões prolongadas (estado de mal epiléptico), coma e levar inclusive, à morte. Portadores de diabetes devem consultar o médico antes de comer, pois podem sofrer de insuficiência renal e não saber. Pessoas com problemas renais devem evitar o abuso no consumo da carambola. Isso porque seu teor de ácido oxálico pode eventualmente produzir cálculos renais em indivíduos mais sensíveis.[7][8]

Referências

  1. a b c d e f g h Julia F. Morton (1987). «Carambola (Averrhoa carambola); In: Fruits of Warm Climates». NewCROP, New Crop Resource Online Program, Center for New Crops & Plant Products, Purdue University. pp. 125–128 
  2. a b c d e f «Averrhoa carambola (carambola)». CABI. 27 de setembro de 2018. Consultado em 5 de outubro de 2018 
  3. a b Gepts, Paul (2008). «Tropical environments, biodiversity, and the origins of crops». In: Moore, Paul H.; Ming, Ray. Genomics of Tropical Crop Plants. [S.l.]: Springer. pp. 1-20. ISBN 9780387712192 
  4. Duke, James A.; duCellier, Judith L. (1993). CRC Handbook of Alternative Cash Crops. [S.l.]: CRC Press. pp. 59–60. ISBN 9780849336201 
  5. Arora, R.K. (2014). Diversity in Underutilized Plant Species – An Asia-Pacific Perspective (PDF). [S.l.]: Bioversity International. p. 59. ISBN 9789292550073 
  6. Blench, Roger (2009). «Remapping the Austronesian expansion». In: Evans, Bethwyn. Discovering history through language: Papers in honour of Malcolm Ross (PDF). [S.l.]: Research School of Pacific and Asian Studies, Australian National University 
  7. Uma cidade proíbe o consumo de carambola
  8. Jornal Gazeta do Povo, Suplemento Viver Bem - Saúde & Bem-estar. Curitiba/PR, p. 29, dez. 2013.