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Caramujo (borrelho, burgau ou burrié, em Portugal)[4] é a denominação vernácula, em português (BRA), para vários moluscos marinhos e não-marinhos da classe Gastropoda, possuidores de brânquias ou de pulmões, dada corretamente para as espécies com concha e cujos habitats sejam os ambientes aquáticos como a zona costeira, oceanos, mares, mangues, estuários, lagos, pântanos, rios, córregos e riachos ao redor do mundo.[6][8] O agrônomo Eurico Santos, divulgador da fauna do Brasil, afirma que "não devemos usar indiferentemente a palavra caramujo e caracol. O primeiro nome designa todos os gasterópodes aquáticos, quer pulmonados, quer providos de brânquias, sejam da água doce ou salgada, o segundo (caracol) qualifica com mais justeza os pulmonados terrestres";[9][10] embora alguns erros de denominação sejam dados para estes últimos moluscos citados, como é o caso das espécies Lissachatina fulica (Bowdich, 1822),[11] o caramujo-gigante-africano, algumas espécies do gênero Orthalicus H. Beck, 1837 (O. pulchellus e O. phlogerus), conhecidas como caramujo-do-café, e algumas espécies do gênero Megalobulimus K. Miller, 1878 (M. oblongus e M. ovatus), conhecidas como caramujo-berrador, caramujo-boi, caramujo-do-mato ou aruá-do-mato.[6][12][13][14] Rodolpho von Ihering comenta, no seu Dicionario dos Animais do Brasil, esta denominação para "designar particularmente as espécies grandes, de casca grossa, enquanto que caracol é aplicado aos moluscos da mesma ordem, porém de casca fina e de dimensões menores. Aquêles abrangem as formas marinhas, inclusive as espécies miúdas, que então são caramujinhos".[15] Eurico Santos especifica o termo, na obra Moluscos do Brasil, principalmente para as espécies de Heterobranchia, paludícolas ou límnicas, da família Planorbidae Rafinesque, 1815, dotadas de concha enrolada em espiral plana, sem opérculo, e que são vetores da esquistossomose.[16][17][18] Outro gênero de moluscos a frequentar o mesmo tipo de ambiente, Pomacea Perry, 1810, recebe a denominação caramujo-maçã ou caramujo-do-banhado.[6][19][20] Espécie introduzida é o caramujo-trombeta, Melanoides tuberculata (O. F. Müller, 1774), de concha variável, encontrada em ambientes aquáticos degradados, hipóxicos e poluídos, na zona tropical e subtropical, podendo ser coletado em locais com salinidade, próximos do mar.[21][22] Dentre as formas costeiras existem as de concha achatada e não-enrolada, da espécie Lottia subrugosa (d'Orbigny, 1841) - ex Acmaea subrugosa -, denominada caramujo-tigela.[6][7][23]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaCaramujo
Na região sudeste e região sul do Brasil, uma das maiores espécies de caramujos é Adelomelon beckii (Broderip, 1836);[1] também considerada um dos maiores gastrópodes marinhos do mundo.[2]
Na região sudeste e região sul do Brasil, uma das maiores espécies de caramujos é Adelomelon beckii (Broderip, 1836);[1] também considerada um dos maiores gastrópodes marinhos do mundo.[2]
Em Portugal a denominação caramujo é principalmente aplicada ao molusco costeiro Littorina littorea (Linnaeus, 1758),[3] também denominado borrelho, burgau ou burrié; espécie comestível,[4] encontrada em diversas regiões europeias.[5]
Em Portugal a denominação caramujo é principalmente aplicada ao molusco costeiro Littorina littorea (Linnaeus, 1758),[3] também denominado borrelho, burgau ou burrié; espécie comestível,[4] encontrada em diversas regiões europeias.[5]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Ilustração de Lottia subrugosa (d'Orbigny, 1841) em vista superior (esquerda), lateral (centro) e inferior (direita); o caramujo-tigela.[6][7]

Portugal

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Em Portugal a denominação caramujo é principalmente aplicada ao molusco costeiro Littorina littorea (Linnaeus, 1758), também denominado borrelho, burgau ou burrié; espécie comestível pertencente à família Littorinidae; mas também podendo tal denominação ser aplicada a certos moluscos da família Trochidae.[3][4][6][24][25] Ela é encontrada em diversas regiões europeias, em rochas e algas da zona entremarés.[5] Outra espécie marinha portuguesa, Phorcus sauciatus (Koch, 1845), também da família Trochidae, é denominada caramujo-da-Madeira.[25][26]

Castelhano

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Sendo um idioma latino próximo ao português, vale ressaltar que a palavra caramujo não está presente em língua castelhana, onde temos os verbetes caracol para designar molusco gasterópodo de concha en espiral, seja marinho ou continental, e caracola para uma concha de caracol marino grande.[27]

Referências

  1. «Adelomelon beckii» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  2. Carranza, Alvar; Martínez, Gastón; Arim, Matias (2017). «An endangered gigant marine gastropod : Adelomelon beckii (Broderip, 1836) in Uruguayan waters» (PDF) (em inglês). Pan-American Journal of Aquatic Sciences, 12(2). (PanamJAS). pp. 117–122. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  3. a b «Littorina littorea» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  4. a b c «caramujo». Infopédia - Dicionários Porto Editora. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  5. a b CAMPBELL, Andrew C.; NICHOLLS, James (1980). The Hamlyn Guide to the Seashore and Shallow Seas of Britain and Europe (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 150. 320 páginas. ISBN 0-600-34019-8 
  6. a b c d e f HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 618. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  7. a b «Lottia subrugosa» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  8. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 347. 1838 páginas 
  9. SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7. Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 97. 144 páginas 
  10. Fioravanti, Carlos (março de 2015). «Prazer em descrever». Pesquisa FAPESP. Edição 229. 1 páginas. Consultado em 11 de outubro de 2022 
  11. a b «Lissachatina fulica» (em inglês). Molluscabase. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  12. «Orthalicus» (em inglês). Molluscabase. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  13. «Megalobulimus» (em inglês). Molluscabase. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  14. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (Op. cit., p.310.).
  15. IHERING, Rodolpho von (1968). Dicionario dos Animais do Brasil. São Paulo: Editora Universidade de Brasília. p. 203. 790 páginas 
  16. «Planorbidae» (em inglês). Molluscabase. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  17. SANTOS, Eurico (Op. cit., pp.100-103.).
  18. PESSOA, Samuel Barnsley (1969). Parasitologia Médica 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. p. 415-429. 944 páginas 
  19. «Pomacea» (em inglês). Molluscabase. 1 páginas. Consultado em 16 de agosto de 2020 
  20. «aruá». Michaelis - Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  21. «Caramujo Melanoides». Planeta Invertebrados Brasil. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  22. «Melanoides tuberculata» (em inglês). Molluscabase. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  23. SANTOS, Eurico (Op. cit., p.104.).
  24. ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 41. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  25. a b da Silva, José Manuel Pedroso; Callapez, Pedro Miguel; Pimentel, Ricardo Jorge (2022). «Contribuição para um vocabulário vernáculo de nomes comuns e populares de moluscos portugueses: suas relações culturais, históricas e heráldicas» (PDF). Boletín de la Sociedad Española de Historia Natural, 116. p. 79. Consultado em 11 de julho de 2022. Arquivado do original (PDF) em 20 de junho de 2022 
  26. «Phorcus sauciatus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 11 de julho de 2022 
  27. NANNETTI, Jorge Cardenas (1986). Diccionario Norma (em espanhol). Bogotá, Colômbia: Editorial Norma. p. 121. 660 páginas. ISBN 84-8276-206-0 
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