Cardoso de Oliveira

José Manuel Cardoso de Oliveira GCCGCSE (Salvador, 27 de junho de 1865Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1962) foi um promotor público, juiz municipal, diplomata, romancista, biógrafo e poeta brasileiro.

Cardoso de Oliveira
Cardoso de Oliveira
Nascimento 1865
Salvador
Morte 1962
Cidadania Brasil
Ocupação escritor, poeta, romancista
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo
  • Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
J. M. Cardoso de Oliveira.

Biografia editar

Diplomado em Direito em Recife, é considerado um dos últimos representantes do naturalismo tardio na literatura sendo sua obra mais importante, Dois metros e cinco, costumes brasileiros, cuja primeira edição é de 1905 e que teve somente mais duas, respectivamente em 1909 e 1936.

Por muitos críticos é considerado como um escritor estritamente regionalista, pois suas temáticas estão muito ligadas ao nordeste.

Era casado com Carlota de Figueiredo Cardoso de Oliveira (1871-1957), filha do pintor Pedro Américo e de Dona Carlota de Araújo Porto-Alegre, filha de Manuel de Araújo Porto-Alegre, Barão de Santo Ângelo.

Biografou o sogro ilustre, o pintor Pedro Américo, que desenhou a terceira edição de seu romance mais famoso, publicado pela Briguiet & Cia. Cardoso de Oliveira é pouco lembrado nos dias de hoje talvez por ter adotado uma estética já em desuso em sua época.

Exerceu ainda a magistratura e depois a diplomacia. Foi poeta, romancista e escreveu um drama em cinco atos, uma tese contra o alcoolismo originalmente em francês, representado na Suíça, em 1900 e depois vertido ao português pelo próprio autor. Era genro do pintor Pedro Américo, de quem fez a biografia e o Catálogo Descritivo, Crítico e Biográfico das Obras.

Sua bibliografia inclui também conferências e os Atos Diplomáticos do Brasil em 2 volumes. Segundo José Paulo Paes, Cardoso de Oliveira tem importância histórica na literatura e, no seu romance Dois Metros e Cinco, criou uma espécie de Pickwick baiano no pícaro Marcos Ferreira.

A 7 de Junho de 1923 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal e a 23 de Abril de 1927 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal.[1]

Obras editar

  • O orgulho, poemeto, (Recife), 1885
  • Os Precitos da Senzala, (poemeto) 1885
  • Pedro Américo, sua Vida e suas Obras, biografia do ilustre pintor e literata brasileiro, Guillard, Aillaud & Cia., Paris, 1898
  • Um milionário de glórias, notícia biográfica, Garnier, Paris, 1899
  • Dos Alpes.. Flocos e Rimas, versos, Livraria Aillaud & Cia., Paris, 1900
  • Le Gouffre, drama em 5 atos, Livraria Ollendorff, Paris, 1901
  • O Sorvedouro, versão brasileira do mesmo drama, H. Garnier, Rio de Janeiro, 1902
  • Atos Diplomáticos do Brasil, 2 volumes, tipografia do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 1912
  • Dois Metros e Cinco, romance de costumes brasileiros, H. Garnier, Rio de Janeiro, 1905, segunda edição: 1909 e terceira: 1936
  • Versos, Rio de Janeiro, 1908
  • Poetas e prosadores portugueses, Livaria Aillaud e Bertrand, Lisboa, 1923
  • Discurso de recepção na Academia das Ciências de Lisboa, idem, 1923
  • Catálogo descritivo, crítico e biográfico das obras do ilustre pintor Pedro Américo, idem, 1924
  • A fé a ciência, Nós, os brasileiros, conferência, idem, 1926
  • O amor divino e a sua efígie na Terra, conferência, idem, 1926
  • Toques de claro-escuro, inédito,s/d

Referências

  1. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "José Manuel Cardoso de Oliveira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de abril de 2016 
  • COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global.