Carlos de Valois

(Redirecionado de Carlos (conde de Valois))

Carlos de Valois (12 de março de 127016 de dezembro de 1325) foi filho da França e patriarca da Casa de Valois. Era o quarto filho de Filipe III de França e Isabel de Aragão.[1] Em 1284, foi criado conde de Valois (como Carlos I) por seu pai e, em 1290, recebeu o título de conde de Anjou de seu casamento com Margarida de Anjou.[2]

Carlos de Valois
Carlos de Valois
Efígie de Carlos de Valois na Basílica de Saint-Denis
Conde de Valois
Reinado 12841325
Sucessor Filipe, o Afortunado
 
Nascimento 12 de março de 1270
Morte 16 de dezembro de 1325 (55 anos)
  Nogent-le-Roi
Sepultado em Basílica de Saint-Denis
Esposas Margarida, Condessa de Anjou
Catarina de Courtenay
Matilde de Châtillon
Descendência Ver seção Casamentos e descendência ...
Casa Capeto
Valois (fundador)
Pai Filipe III de França
Mãe Isabel de Aragão
Brasão

Biografia editar

Carlos nasceu em 1270 (provavelmente em 12 de março), no berço da família Capeto Era o quarto filho do rei Filipe III da França com sua primeira esposa, Isabel de Aragão, Carlos foi conde de Valois, de Alençon, de Chartres e do Perche; e, por seu primeiro casamento, conde d'Anjou e do Maine.[3]

Ele foi filho, irmão, cunhado e genro de reis e rainhas (da França, de Navarra, da Inglaterra e de Nápoles), assim como, após sua morte, pai de um rei. Contudo, durante toda sua vida, ele sonhou e planejou ganhar uma coroa, embora sem sucesso.

Em 1284, o papa Martinho V reconheceu-o como rei de Aragão (sob vassalagem papal) como neto de Jaime I de Aragão, em concorrência com seu tio, Pedro III, que, após conquistar a ilha da Sicília, tornou-se inimigo do papado. Em 16 de Agosto de 1290, em Corbeil, Essone, Carlos se casou com Margarida de Anjou, filha do rei Carlos II de Nápoles, Sicília e Jerusalém, que era apoiado pelo Papa.[4] Graças a esta cruzada contra Aragão, impelida por seu pai, ele pensou que ganharia um reino, mas não ganhou nada além da ridicularização ao ser coroado com um chapéu cardinalício, em 11 de junho de 1284, em Lers, na Catalunha, o que lhe rendeu o apelido de rei do chapéu. Ele nem se atreveu a usar o selo real feito para a ocasião e teve que desistir do título, o que fez em junho de 1295. Em recompensa, seu sogro lhe cedeu os condados de Anjou e do Maine, esperando obter a libertação de seus três filhos, que eram reféns de Afonso III de Aragão.

Sua maior habilidade era como comandante de batalha. Ele comandou em Flandres com distinção, em 1297. Seu irmão, Filipe IV, decidiu, bastante precipitadamente, a partir disto, que seu irmão poderia liderar uma campanha na Itália.

 
Carlos de Valois e o papa Bonifácio VIII.

Carlos então contemplava a coroa imperial e, em 18 de fevereiro de 1301, casou com Catarina de Courtenay, neta e herdeira do último imperador latino de Constantinopla, Balduíno II.[5] Ele precisava da cumplicidade do Papa, o que obteve ao liderar um exército para ajudar seu antigo sogro Carlos II de Nápoles. Eleito vigário pontifical, perdeu-se no enredamento da política italiana, foi comprometido num massacre em Florença e em negócios financeiros ilegais, ganhou a Sicília, onde consolidou sua reputação como saqueador, e voltou para a França desacreditado, em 1302.

Carlos começou a ambicionar uma coroa novamente quando o imperador eleito Alberto de Habsburgo morreu, em 1308. Seu irmão Filipe IV o encorajou nisto, não desejando arriscar a si mesmo. A candidatura fracassou com a eleição de Henrique VII.

Em junho de 1308, Carlos casou-se com Matilde de Châtillon,[6] filha de Guido III de Saint-Pol, e de Maria da Bretanha. Em 1311, liderou a delegação real para as conferências em Tournai com os flamengos; ali enfrentou Enguerrando de Marigny, que o eclipsou claramente. Carlos não o perdoou pela afronta e foi o opositor maior de Marigny após a morte de Filipe IV.

A morte prematura do filho de Filipe, Luís X, em 1316, deu a Carlos esperanças de um papel político, mas não pôde impedir o irmão de Luís, também chamado Filipe, de tomar a regência enquanto esperava para se tornar Filipe V. Com a morte dele, em 1324, ninguém considerou o conde de Valois como seu sucessor.

Em 1324, Carlos comandou com sucesso o exército de seu sobrinho Carlos IV, sucessor de Filipe V, em Guyenne.

Carlos morreu aos 55 anos, em Le Perray, Yvelines.

Casamentos e descendência editar

Referências

  1. The Encyclopædia Britannica, Vol.21, Ed. Hugh Chisholm, (1911), 381.
  2. Debating the Hundred Years War, Vol.29, Ed. Craig Taylor, (University of Cambridge, 2006), 55.
  3. Lansing, Richard. The Dante Encyclopedia. Routledge, 2011. pp. 159. ISBN 1136849726
  4. Commire, Anne. Women in World History, Volume 10. Gale, 2000. pp. 252. ISBN 0787640697
  5. Lillich, Meredith P.. The Queen of Sicily and Gothic Stained Glass in Mussy and Tonnerre. Filadélfia, PA: American Philosophical Society, 1998. pp. 121. ISBN 0871698811
  6. Women in World History, Volume 10. pp. 94.
  7. Housley, Norman, The later Crusades, 1274-1580: from Lyons to Alcazar, (Oxford University Press, 1992), 53.
  8. The Encyclopædia Britannica, Ed. Hugh Chisholm, Vol.5, (1911), 937.
 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Carlos de Valois

Precedido por:
nova criação
 
Conde de Valois

1285 — 1325
Sucedido por:
Filipe
Precedido por:
Carlos II
Conde de Anjou e do Maine
18 de Agosto de 1290 — 20 de Maio de 1314
Precedido por:
nova criação
Conde de Alençon
1285 — 1325
Sucedido por:
Carlos II
Precedido por:
nova criação
Conde de Chartres
1290 — 1314
Conde do Perche
1290 — 1325
Precedido por
Catarina I
Imperador titular de Constantinopla
Marquês de Namur
Senhor de Courtenay

23 de Abril de 1301 — 2 de Janeiro de 1308
com Catarina I
Sucedido por
Catarina II