Carlos Rodrigues

político brasileiro

Carlos Alberto Rodrigues Pinto (Rio de Janeiro, 4 de outubro de 1957), mais conhecido como Bispo Rodrigues, é um ex-bispo e ex-político brasileiro. Foi um dos maiores nomes da Igreja Universal do Reino de Deus, bem como do Partido Liberal do Rio de Janeiro durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Filho do casal José Júlio Pinto e Lucília de Jesus Rodrigues.

Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues
Deputado federal pelo Rio de Janeiro
Período 1º de fevereiro de 1999
a 12 de setembro de 2005
Dados pessoais
Nascimento 4 de outubro de 1957
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Religião Igreja Universal do Reino de Deus
Ocupação pastor e político

Auxiliou, ainda jovem, o Bispo Edir Macedo a fundar a Igreja Universal do Reino de Deus. Implantou a Igreja nos Estados de Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Espírito Santo e Rio Grande do Sul e nos seguintes países: Argentina, África do Sul, Moçambique, Angola, Portugal e Espanha. Participou da implantação da Rede Família de televisão. Fundou o jornal religioso Folha Universal e a Editora Gráfica Universal. Fundou a primeira rádio FM privada em Moçambique. Foi diretor das rádios Bahia, Record de São Paulo, Atalaia de Belo Horizonte, MG, e outras rádios ligadas à IURD. Tornou-se coordenador político nacional da Igreja Universal.

Comandando a área política na Universal, desde antes de ser deputado federal, em 1999. Escolhia os candidatos em todo o Brasil e dava o tom das campanhas; líder político da igreja, que em 2002 elegeu 54 deputados federais e estaduais. Figura muito influente na política nacional, elegeu-se Deputado Federal para a legislatura 1999-2003 pelo PFL. Rodrigues foi re-eleito deputado federal, em outubro de 2002. Em 12 de setembro de 2005, renunciou ao mandato de Deputado Federal, na legislatura 2003-2007, após se envolver com o mensalão. Rodrigues foi desligado da Universal em 2004 após comprovada má conduta pela liderança da instituição.

Escândalos editar

Investigado em três dos maiores escândalos de corrupção do governo Luiz Inácio Lula da Silva: Caso Waldomiro Diniz (conhecido também como Escândalo dos Bingos'), Escândalo do mensalão e Máfia dos sanguessugas. Rodrigues, desde 2004, perdeu o cargo na igreja,[1] o mandato e a esposa - "as coisas que mais apreciava", comenta. Atribui tudo isto à política que o fez perder de sua "santidade e alegria".

No dia 4 de maio de 2006, se apresentou à Polícia Federal (PF), depois ser acusado de se envolver o caso das vendas fraudulentas das ambulâncias deflagrado pela própria PF na Operação Sanguessuga.[1] Em 24 de maio, o deputado entrou em recurso para responder em liberdade pela Justiça, o que é estendido aos 44 presos. Mas no dia seguinte em menos de 24 horas, a presidente do STJ, Ellen Gracie, revoga o alvará da soltura para todos os acusados e ele se rende no dia 25 de maio.

Atualmente ainda é réu na Justiça. Rodrigues não sabe se vai preso, mas afirmou ao repórter Raphael Gomide, da Folha de S. Paulo, que está "preparado para tudo" e disse que nos 32 dias de prisão que passou em Brasília e em Cuiabá (MT), em 2006, na Operação Sanguessuga, orou com Fernandinho Beira-Mar e batizou sob o chuveiro um assassino dos fiscais do trabalho em Unaí (MG). Na cadeia, viu "gente comer fezes", falando em suicídio, mas voltou "às origens", fazendo dois cultos diários e consolando presos.

Ainda na entrevista dada à Raphael Gomide, Rodrigues disse ter sido afastado da Universal porque "pecou contra o casamento", e que o caso Waldomiro foi um pretexto, pois aconteceu ao mesmo tempo. "Sempre amei a igreja. Amo-a, embora esteja afastado das coisas da igreja, que é santa e bem dirigida por homens puros. Errei. Saí porque errei, tenho de dar a mão à palmatória. Errei na minha vida pessoal, pequei contra o casamento."

Rodrigues passou a dirigir, em julho de 2009, a Rádio Nova (hoje Rádio Contemporânea), do grupo de comunicações ligado à igreja que ajudou a fundar, todavia sem recuperar sua posição religiosa. Em seis meses, conseguiu tirar a rádio da 13ª posição entre as AM, melhorando a qualidade do som e organizando a programação; hoje é a 7ª colocada, atrás de outra do grupo da Universal, a Rádio Copacabana, um salto de 1.500 ouvintes/hora para 8.000 ouvintes/hora. A programação mescla sucessos evangélicos atuais com os "clássicos" dos anos 70 e 80 - para conquistar o público de ouvintes caseiros, casados e com mais de 40 anos. Diferentemente de outras rádios ligadas à Universal, a Nova AM não privilegia músicos e CDs da Line Records, gravadora da Igreja. Rodrigues, fora do altar e da política, acredita estar "servindo a Cristo na rádio, com músicas que incentivam as pessoas". "Músicas que deprimem, não deixo. Muitas pessoas ligam para a rádio dizendo que queriam se matar, mas as músicas os animaram."[2]

Condenação editar

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu em 26 de novembro de 2012 a pena do ex-deputado do extinto PL (atual PR) Bispo Rodrigues, condenado no processo do mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena foi de 6 anos e 3 meses de prisão, mais multa de R$ 754 mil, o equivalente a 290 dias-multa.[3]

No dia 05 de dezembro de 2013, o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, mandou prender o Bispo Rodrigues por sua participação no mensalão, podendo continuar trabalhando.[4]

Referências

 
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