Carlos Zíngaro

violinista, compositor e músico experimental portugês, considerado um dos pioneiros da interacção em tempo real e da introdução de novas tecnologias na composição em Portugal

Carlos Zíngaro (Lisboa, 1948), é um violinista, compositor e músico experimental português. É considerado um dos pioneiros da interacção em tempo real e da introdução de novas tecnologias na composição em Portugal. É também conhecido como cenografo, artista plástico, pintor, ilustrador e autor de bandas desenhadas.

Carlos Alves
Carlos Zíngaro
Informações gerais
Nome completo Carlos Alberto Corujo Magalhães Alves
Também conhecido(a) como Zíngaro
Nascimento 1948 (76 anos)
Local de nascimento Lisboa
Portugal
Gênero(s) música contemporânea, improvisação contemporânea, improvisação livre, improvisação não idiomática, improvisação trans-ideomática, música electrónica, música electroacústica
Ocupação música, música para dança, música para teatro, música para cinema, banda desenhada, pintura, artes visuais, belas artes
Instrumento(s) violino, laptop
Período em atividade 1953-presente
Página oficial http://efi.group.shef.ac.uk/mzingaro.html

Biografia

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Carlos Alberto Corujo Magalhães Alves, mais conhecido como Carlos Zíngaro, nasceu em Lisboa, em 1948. [1][2][3]

Com 4 anos é inscrito na Fundação Musical dos Amigos das Crianças onde aprende a tocar violino. Prossegue os estudos em música clássica no Conservatório Nacional de Lisboa, passa ainda pela Escola Superior de Música Sacra onde estuda orgão com Antoine Sibertin-Blanc. [1][4][5] Aos 13 entra para a Orquestra Universitária de Música de Câmara e torna-se músico profissional. [2][6][4]

No final da década de 60, formou a banda Plexus que introduziu em Portugal o Free Jazz . O grupo gravou um único disco, em 1969, onde misturavam rock com improvisação e música contemporânea. Desta banda também fizeram parte da qual também fizeram parte: Luís Pedro Fonseca, Jorge Valente e José Alberto Lopes e Celso de Carvalho que tal como ele fará parte da Banda do Casaco. [7][8][1] Este projecto é interrompido pela guerra colonial, altura em que é mandado para Angola. Ao regressar a Portugal em 1973, volta a reactivá-lo e desta vez a sonoridade do grupo é marcada pelo free jazz. No período que se sucede à revolução toca com Júlio Pereira, Sérgio Godinho, Zeca Afonso, entre outros. [6][9][5]

Em 1975, termina o curso de cenografia na Escola Superior de Teatro de Lisboa. A partir daqui desenvolve paralelamente à carreira musical a de cenógrafo, criando figurinos e cenários para várias peças teatrais, compondo também para muitas delas chegando a ser o director musical da companhia de teatro Os Cómicos. [1][10][11][12]

É convidado a participar no primeiro Encontro de teatro Instrumental pela Universidade Técnica de Wroclaw (Polónia) em 1978. Esta universidade é um dos locais onde irá estudar música electro-acústica, musicologia e música contemporânea. Ganha uma bolsa Fulbright e parte para Nova Iorque em 1979, lá dá continuidade aos estudos na Creative Music Foundation. [2][1][6][9]

Desde então, trabalhou com vários músicos improvisadores conhecidos, nomeadamente: Anthony Braxton, Barre Phillips, Christian Marclay, Daunik Lazro, Dominique Regef, Evan Parker, Fred Frith, Joëlle Léandre, Rüdiger Carl, Richard Teitelbaum, Otomo Yoshihide, George Lewis, Christian Marclay e Frederic Rzewski. [2][9]

Colaborou também com coreografos, bailarinos e encenadores, entre os quais: Constança Capdeville, Giorgio Barberio Corsetti, João Natividade, Margarida Bettencourt, Paula Massano, Olga Roriz, Ricardo Pais, Vasco Wellenkamp e Vera Mantero.

Compôs também para cinema, tendo colaborado com realizadores, como Alberto Seixas Santos, António de Macedo, Daniel del Negro, Fernando Lopes, José Álvaro Morais, Rui Simões, entre outros. [13][14][15]

Conciliou a sua carreira musical com a de artista plástico. [9] Para além de pintor, ilustrador é também autor de bandas desenhadas onde é patente um estilo underground que oscila entre o barroco e o caricaturial. [3][16][17] Entre as suas bandas desenhadas encontra-se a capa e contracapa do disco Os beneficios dum vendido no reino dos bonifácios da Banda do Casaco. [16]

Colaborou com diversas publicações, entre elas: as fanzines Evaristo e O Ovo, a revista Visão, Pão com Manteiga, O Bisnau, A Mosca (do jornal Diário de Noticias), O Liberal, Gazeta de Artes e Letras e a Revista do Teatro Nacional de São Carlos. [18][17][3][19]

Prémios

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Foi galardoado com vários prémios como compositor.

Em 1981, recebeu o Prémio da Critica Portuguesa, pela Melhor Música para Teatro. [1]

A revista francesa Monde de La Musique atribuiu-lhe duas vez o Prémio Chock de La Musique e viu magazines como a The Wire (Grã-Bretanha), colocarem alguns dos seus discos entre os melhores do ano. [2]

Discografia seleccionada

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Entre a sua discografia encontram-se: [20][21]

  • 1978 - La contra basse disco de Kent Carter, editora Le chant du monde [24]
  • 1980- Doctor Faustus, disco de Andrea Centazzo com a Mitteleuropa Orchestra, editora Ictus 128 [25]
  • 1984 - The Willisau suites, disco do trio de cordas de Kent Carter, editora ITM Pacific [26]
  • 1994 - Cyberband, com Richard Teitelbaum, editora Moers Music [37]
  • 1994 - Golem, com Richard Teitelbaum [38]
  • 1996 - Western Front, Vancouver 1996, duo com Peggy Lee, Editora Hatology [39]
  • 1997 - Release from tension, Editora audEo [40]
  • 1998 - Hauts plateaux, duo com Daunik Lazro, editora Potlatch [43]
  • 1998 - 11 ways to proceed, com Richard Teitelbaum, Günter Müller, Hans Burgener, Editora For 4 Ears [44]
  • 1999 - Joëlle Léandre Project, editora Leo Records [45][46]
  • 2001 - The chicken check in complex, com Joelle Léandre e Sebi Tramontana [47]
  • 2002 - Cage of sand, solo com violino e electrónica, editora SIRR.ECORDS [49]
  • 2002 - The space between, com Rodrigo Amado e Ken Filiano, editora Clean Feed [50]
  • 2003 - Antologia de Música Electrónica Portuguesa, editora Plancton Music [51]
  • 2005 - At the Le Mans Jazz Festival, com Joëlle Léandre, editora Leo Records [52]
  • 2012 - Live at Mosteiro de Santa Clara a Velha, a solo, edutora Cipsela Records [53]
  • 2015 - House full of colors, Staub Quartet, Editora JACC Records 33 [54]

Referências

  1. a b c d e f «Carlos Zingaro». www.efi.group.shef.ac.uk. Consultado em 14 de agosto de 2021 
  2. a b c d e «Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa». www.mic.pt. Consultado em 14 de agosto de 2021 
  3. a b c Sá, Leandro de Sá; Deus, António Dias de (1999). Dicionário dos autores de banda desenhada e cartoon em Portugal. [S.l.]: Edições Época de Ouro. ISBN 9729839506 
  4. a b «JACC records | Músicos | Carlos "Zíngaro"». www.jacc-records.com. Consultado em 16 de agosto de 2021 
  5. a b Seixas, Maria João. «Carlos Zíngaro». PÚBLICO. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  6. a b c «Carlos "Zíngaro": Enquanto desenho ou pinto, ninguém olha para mim». www.jornaldenegocios.pt. Consultado em 16 de agosto de 2021 
  7. «Jazz.pt | Breves | Regresso ao tempo dos Plexus e da Anar Band». www.jazz.pt. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  8. Dedé (30 de agosto de 2015). «Pérolas do Rock'n'Roll: BEAT ROCK - PLEXUS - Paraíso Amanhã (EP) - 1969». Pérolas do Rock'n'Roll. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  9. a b c d «Jazz.pt | Artigos | Um chapadão de todo o tamanho». jazz.pt. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  10. «Peça "Do Teatro ao Cais do Sodré" da companhia Os Cómicos cuja música e cenografia são de Carlos Zíngaro». Matriz Net - DGCP. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  11. «Peça A Mandrágora da companhia Os Cómicos com música de Carlos Zíngaro». Matriz Net - DGCP. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  12. «Peça "Kartoteka" da companhia Contra Regra, com música de Carlos Zíngaro». www.matriznet.dgpc.pt. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  13. Portugal, Rádio e Televisão de. «Episódio n.º - O Príncipe com Orelhas de Burro - Séries Nacionais - RTP». www.rtp.pt. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  14. «Carlos Zíngaro». MUBI (em inglês). Consultado em 17 de agosto de 2021 
  15. Nascimento, Carlos Zíngaro. «Cinema Português». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 17 de agosto de 2021 
  16. a b Boléo, João; Pinheiro, Carlos (2000). Banda desenhada Portuguesa: Anos 40 - Anos 80. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. pp. 125,138,139. ISBN 9726351235 
  17. a b Boléo, João; Pinheiro, Carlos (2000). Das conferências do casino à filosofia de ponta: percurso histórico da banda desenhada portuguesa. Lisboa: Bedeteca de Lisboa. pp. 198, 219. ISBN 9728487282 
  18. Deus, António dias de (1997). Os Comics em Portugal - uma história da banda desenhada. Lisboa: Bedeteca de Lisboa. ISBN 9728423047 
  19. «Visão | Está de volta a Visão que foi revista de banda desenhada nos anos 70». Visão. 29 de agosto de 2016. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  20. «Discografia de Carlos Zíngaro». Fonoteca Municipal de Lisboa- Catálogo. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  21. «Carlos Zingaro on Apple Music». Apple Music (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2021 
  22. Paraíso amanhã by Plexus - RYM/Sonemic (em inglês), consultado em 17 de agosto de 2021 
  23. «colecção». vinyldisc.weebly.com. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  24. «Kent Carter : Tous les messages sur Kent Carter - Le son du grisli». grisli.canalblog.com. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  25. «Doctor Faustus, Andrea Centazzo com a Mitteleuropa Orchestra». Ictus 128. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  26. «Squidco: Carter String Trio, Kent: The Willisau Suites». www.squidco.com. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  27. «Once». Fonoteca Municipal - Catálogo. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  28. «Écritures, dueto com Joélle Lèandre». Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa. Consultado em 18 de agosto de 2021 
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  30. «Kits, Dueto com Jorge Lima Barreto». www.mic.pt. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  31. «Kits». fonoteca.cm-lisboa.pt. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  32. «Musiques de scène». Fonoteca Municipal - Catálogo. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  33. «Musique de scéne». Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  34. «Dos benefícios dum vendido no reino dos bonifácios». Fonoteca Municipal - Catálogo. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  35. «Richard Teitelbaum». faculty.bard.edu. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  36. «Jazzlists: Les Disques Victo CD Discography 01 to 99». www.jazzlists.com. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  37. «Cyberband com Richard Teitelbaum». faculty.bard.edu. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  38. «Golem - Richard Teitelbaum». faculty.bard.edu. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  39. «Western Front Vancouver 1996». Jazz Messengers (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2021 
  40. «Release from tension». Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  41. «Cenas de uma Tarde de Verão». MatrizNet DGCP. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  42. «Cenas de uma tarde de Verão». Fonoteca Municipal - Catálogo. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  43. «Hauts plateaux». Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  44. «11 ways to proceed». Fonoteca Municipal - Catálogo. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  45. Joëlle Léandre Project by Joëlle Léandre, Marilyn Crispell, Paul Lovens, Richard Teitelbaum & Carlos Zingaro (em inglês), consultado em 18 de agosto de 2021 
  46. «LEO RECORDS: CD LR 287: Joelle Leandre - Joelle Leandre Project». www.leorecords.com. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  47. «Discografia do Tramontana - The chicken check in complex». www.giulianovailbelvedere.it. Consultado em 18 de agosto de 2021 
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  49. «CARLOS ZINGARO : Cage Of Sand - CD - SIRR.ECORDS - Forced Exposure». www.forcedexposure.com. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  50. «The space between». Fonoteca Municipal - Catálogo. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  51. «Antologia de Música Electrónica Portuguesa». Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  52. Vitko (20 de maio de 2013). «Different Perspectives In My Room...!: JOËLLE LÉANDRE – At The Le Mans Jazz Festival 2005 (2CD-2006)». Different Perspectives In My Room...!. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  53. «Cipsela Records - Live at Mosteiro de Santa Clara a Velha». www.cipsela-records.com. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  54. Edwards, Grego Applegate (19 de junho de 2017). «Gapplegate Music Review: Staub Quartet, House Full of Colors». Gapplegate Music Review. Consultado em 18 de agosto de 2021 
  55. Pentahedron (Live) - EP by Guilherme Rodrigues, Carlos Zingaro, Ernesto Rodrigues, Hernani Faustino & José Oliveira (em inglês), consultado em 18 de agosto de 2021 

Ligações externas

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