Casa de Espiões

romance de espionagem de Daniel Silva

Casa de Espiões (House of Spies, em inglês no original) é um romance de espionagem de Daniel Silva publicado pela primeira vez em 2017 sendo o décimo sétimo em que intervém o agente dos serviços secretos israelitas Gabriel Allon.[1]

House of Spies
Casa de Espiões (PT)
Autor(es) Daniel Silva
Idioma inglês
País Estados Unidos
Género espionagem
Série Gabriel Allon
Editora Harpercollins
Lançamento 2017
ISBN 978-0-00-810473-3
Edição portuguesa
Lançamento 03-2018
Páginas 512
ISBN 9788491392552
Cronologia
The Black Widow
The Other Woman

Após ter sido lançado, House of Spies atingiu o primeiro lugar na lista de mais vendidos do New York Times em 30 de julho de 2017.[2]

Resumo editar

Quatro meses após um terrível ataque terrorista em solo americano (episódio este fictício relatado no anterior thriller de Daniel Silva, A Viúva Negra), supostamente o maior acontecido após o 11 de setembro, os terroristas de ideologia islâmica atacam de novo desta feita no West End de Londres deixando uma esteira de morte. Este atentado (também produto da imaginação do Autor) é um exemplo de planificação levado a cabo em perfeito segredo, mas com uma falha. Esta ponta solta irá levar Gabriel Allon ao sul de França para eliminar o terrorista mais perigoso do mundo, o fugidio cérebro do ISIS conhecido como Saladino.[3]:Contracapa

A pista conduz Gabriel Allon e os seus parceiros primeiro ao sul de França e ao ambiente luxuoso de um dos homens mais ricos deste país, Jean-Luc Martel, e da sua companheira, Olivia Watson. A bela Olivia, ex-modelo britânica, finge não conhecer a verdadeira fonte da enorme riqueza de Martel. E Martel, de igual forma, esconde ao mundo que negoceia com um homem que tem como objetivo a própria destruição do Ocidente. Juntos, sob o comando hábil do determinado Allon, tornar-se-ão num improvável par de heróis na guerra global contra o terrorismo.[3]:Contracapa

Temas editar

Daniel Silva relata a queda do regime de Kadafi na Líbia, país onde situa uma das bases do terrível chefe terrorista Saladino:[3]:123

"Rapidamente se torna evidente que Moamad Kadafi, o tirânico dirigente da Líbia, não seguiria o exemplo dos seus similares de Tunes e Cairo, e que desapareceria no noite árabe. Ele tinha governado a Líbia com mão de ferro ao longo de mais de quatro décadas, roubando os proveitos do seu petróleo e assassinando os seus oponentes, por vezes unicamente para seu próprio entretenimento. Um homem do deserto, sabia o destino que o esperava se fosse derrubado. E assim mergulhou o seu país numa verdadeira guerra civil. Temendo um banho de sangue, o Ocidente interveio militarmente, tendo a França como líder. Em outubro [2011] Kadafi estava morto e a Líbia libertada.
E o que fizemos a seguir? Inundámos a Líbia com dinheiro e outras formas de assistência? Demos-lhe a mão enquanto tentava fazer a transição de uma sociedade tribal para uma democracia de estilo ocidental? Não, ...não fizemos nada disso. De facto, não fizemos quase nada. E o que aconteceu em resultado da nossa inanição? A Líbia tornou-se também um outro estado falhado, e o ISIS foi ocupar o vazio".

Daniel Silva volta a referir a situação na Líbia na "Nota do Autor" enquadrando o enredo do livro no envolvimento da estrutura do ISIS no contrabando de haxixe no norte de África e na utilização de portos líbios para o envio de grandes quantidades de droga por barco para o outro lado do Mediterrâneo. Daniel Silva cita autoridades italianas como estimando que a quantidade de tráfico de haxixe de Marrocos para a Europa em 400 toneladas por ano, com um valor de venda a preços de rua de 4 mil milhões de dólares.[3]:558

Daniel Silva também expõe como e porquê os serviços de informações usam indivíduos que se dispõem a trair o seu país, ou as organizações a que pertencem:[3]:303:304

"Há muitas razões pelas quais um indivíduo concorde em trabalhar para um serviço de informações, poucas delas admiráveis. Alguns fazem-no por avareza, alguns por amor ou convicção política. E alguns fazem-no porque estão aborrecidos, ou desagradados, ou vingativos por terem sido ultrapassados numa promoção, enquanto colegas que em geral consideram inferiores são puxados na escada do sucesso. Com alguma lisonja e um saco de dinheiro, estas almas desprezíveis podem ser convencidas a desvendar os segredos que passam pelas seus mãos, ou pelas redes de computadores que eles são contratados para proteger.
...Habitualmente [o profissional dos serviços de informações] chega trazendo presentes, mas por vezes acha que é necessário empregar métodos menos delicados. Consequentemente, o profissional está constantemente à procura de faltas ou fraquezas - um caso extra-conjugal, uma predilecção por pornografia, uma indiscrição financeira. Estas são as chaves mestras da actividade. Abrem qualquer porta."

Referências culturais editar

Ao contrário do habitual nos seus livros, em que há a referência específica a obras de pintura, pois o personagem Gabriel Allon é um restaurador de arte, para além da sua actividade como agente secreto, e ainda que haja referência a vários pintores modernos, porque um dos personagens tem uma Galeria de arte e por isso transacciona pinturas, em Casa de Espiões, Daniel Silva coloca um outro personagem a ler sem o nomear o livro Sweet Tooth de Ian McEwan:[3]:67

"Keller...levou o vinho e o livro de McEwan para o terraço....Era a história de uma jovem, uma estudante de Cambridge, recrutada para os serviços secretos britânicos no início dos anos 1970s. Keller descobriu que tinha pouco em comum com a personagem, mas apreciou o livro não obstante".

Ligações externas editar

Referências

  1. Rubinstein, Mark (11 de novembro de 2017). Huffington Post, ed. «'House of Spies,' A Conversation with Daniel Silva». Consultado em 8 de dezembro de 2018 
  2. Hawes Publications, ed. (30 de Julho de 2017). «New York Times Adult Hardcover Best Seller Number Ones Listing Fiction By Date». Consultado em 8 de dezembro de 2018 
  3. a b c d e f Daniel Silva, House of Spies, HarperCollins, Nova Iorque, ISBN 978-0-06-235435-8