Casa de Saxe-Coburgo-Koháry
A Casa de Saxe-Coburgo-Koháry é o ramo cadete católico da Casa de Saxe-Coburgo-Gotha, fundada após o casamento do Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha e da Princesa Maria Antónia Koháry de Csábrág e Szitnya. Entre seus descendentes estavam os últimos quatro reis de Portugal ( Pedro V, Luís I, Carlos I, Manuel II ) e os três últimos czares da Bulgária ( Fernando I, Bóris III, Simeão II ). Após a mudança das “leis da casa” pelo czar Simeão II, o atual chefe da casa é sua irmã a Princesa Maria Luísa da Bulgária, Princesa de Koháry.[1][2][3]
Casa de Saxe-Coburgo-Koháry | |
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Estado | ![]() ![]() ![]() ![]() |
Título | Príncipe de Koháry de Csábrág e Szitnya Príncipe de Saxe-Coburgo-Gota Príncipe do Brasil Príncipe da Bulgária Duque da Saxônia Rei de Portugal e Algarves Czar da Bulgária |
Origem | |
Fundador | Fernando de Saxe-Coburgo-Gota e Maria Antônia de Koháry |
Fundação | 1826 |
Casa originária | Saxe-Coburgo-Gota |
Atual soberano | |
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Linhagem secundária | |
Bragança-Saxe-Coburgo-Gota Família Real Búlgara Saxe-Coburgo e Bragança |
HistóriaEditar
Após o casamento do príncipe Fernando e da princesa Maria Antonia em janeiro de 1816 e a morte de seu sogro, o príncipe Ferencz József Koháry de Csábrág, em 1826, o príncipe Fernando herdou a propriedade principesca húngara de Koháry e se converteu ao catolicismo romano.[4]
Os descendentes deste ramo se casaram com uma rainha de Portugal, uma princesa imperial do Brasil, uma arquiduquesa da Áustria, uma princesa real francesa, uma princesa real da Bélgica e uma princesa real da Saxônia. Um descendente deste ramo, também chamado Fernando, tornou-se príncipe governante, e depois czar da Bulgária, e seus descendentes continuaram a governar lá até 1946. O atual chefe da Casa da Bulgária, o ex-czar Simeão II, que foi deposto e exilado após a Segunda Guerra Mundial, atende pelo nome de Simeon Sakskoburggotski. Ele serviu como primeiro-ministro da Bulgária de 2001 a 2005, o que o torna um dos dois únicos ex-monarcas que se tornaram chefes de governo por meio de eleições democráticas. O diretor búlgaro Andrey Paounov dedicou um documentário intitulado The Boy Who Was a King, cobrindo o retorno de Simeão II à Bulgária, sua eleição como primeiro-ministro e seus anos no governo.
O príncipe Fernando e a princesa Maria Antonia tiveram quatro filhos, todos criados católicos:
- Fernando (1816-1885), marido da rainha Maria II de Portugal.
- Augusto (1818–1881), pai de Fernando I da Bulgária.
- Vitória (1822–1857), casou-se com Luís, Duque de Nemours.
- Leopoldo (1824-1884).
Chefes da casaEditar
- Príncipe Fernando (período: 1826-1851)
- Príncipe Fernando (1816-1885) filho mais velho do príncipe Fernando. Co-fundador da Casa de Bragança e Saxe-Coburgo (linha extinta em 1932)
- Príncipe Augusto (período: 1851–1881) Segundo Filho do Príncipe Fernando
- Príncipe Filipe (período: 1881-1921) filho mais velho do príncipe Augusto
- Príncipe Leopoldo Clemente (falecido em 1916) Filho Único do Príncipe Filipe
- Príncipe Pedro Augusto (período: 1921-1934) sobrinho do príncipe Filipe
- Príncipe Rainer (período: 1934-1945) Sobrinho do Príncipe Pedro Augusto
- Príncipe Johannes Heinrich (período: 1945-2010) Filho Único do Príncipe Rainer
- Príncipe Johannes (falecido em 1987) Filho Único do Príncipe Johannes Heinrich
- Czar Simeão II da Bulgária (período: 2010–2012) Primo do príncipe Johannes Heinrich
- Princesa Maria Luísa da Bulgária (período: 2012-presente) Irmã do czar Simeão II da Bulgária
RamosEditar
Ramo DucalEditar
Após a morte do príncipe Ferencz József Koháry, o príncipe Fernando reorganizou a fortuna da família em dois Fideicommisses e adotou o título de duque para si e seus herdeiros como Fideikommissherr. Após a morte de Fernando em 1851, ele foi sucedido como chefe da família por seu segundo filho, o príncipe Augusto; seu filho mais velho, Fernando, teve que renunciar à sua pretensão à chefia quando se casou com a rainha Maria II de Portugal em 1836.[5]
Depois que o príncipe Augusto morreu, seu filho mais velho, o príncipe Filipe (1844-1921), tornou-se o terceiro chefe da família. Como o único filho de Filipe, o príncipe Leopoldo Clemente, havia morrido antes dele, ele foi sucedido por seus sobrinhos-netos Rainer e Filipe. O cargo de Fideikommissherr foi abolido em 1938 após o Anschluss.[6]
Ramo brasileiroEditar
Este ramo foi fundada pelo príncipe Luís Augusto, segundo filho do príncipe Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e da princesa Clémentina de Orléans, que em 15 de dezembro de 1864 casou-se no Rio de Janeiro com a princesa Leopoldina do Brasil. Eles tiveram quatro filhos; por um tempo, seus dois filhos mais velhos, os príncipes Pedro Augusto e Augusto Leopoldo, foram herdeiros presuntivos do trono brasileiro. Após a queda da monarquia brasileira em 1889, a família voltou para a Europa. Príncipe Rainer, que foi nomeado chefe da casa em 1921, era filho do príncipe Augusto Leopoldo e neto do príncipe Luís Augusto.[7]
Ramo portuguêsEditar
Este ramo foi fundado pelo futuro rei-consorte Fernando II de Portugal e sua esposa, a rainha D. Maria II da Casa de Bragança. Governou Portugal até à deposição do Rei Manuel II em 1910, após o que foi extinto com a sua morte em 1932.[8]
Ramo búlgaroEditar
Este ramo foi fundado pelo filho mais novo do príncipe Augusto, Fernando, que foi eleito monarca da Bulgária em 1887. A atual família real búlgara descende dele.[9][10]
Propriedades e paláciosEditar
FideicommissEditar
A Princesa Maria Antonia Koháry herdou mais de 150,000 hectares de terra na Baixa Áustria, Hungria, incluindo propriedades, florestas, minas e fábricas. De acordo com uma lista de bens anexada ao contrato de casamento de seu filho, o príncipe Augusto, na época de seu casamento com a princesa Clémentina em 1843, as propriedades Koháry incluíam o enorme palácios Koháry no centro de Viena e várias mansões vienenses, um casa de verão e terras em Ebenthal, Baixa Áustria, propriedades na Áustria em Velm, Durnkrut, Walterskirchen, Bohmischdrut e Althoflein, bem como uma dúzia de mansões na Hungria, o domínio de Királytia e uma mansão em Pest. Ainda em 1868, quando o neto de Antônia, o príncipe Fernando, Duque de Alençon , se casou, estimava-se que ele e os seus três irmãos herdassem um total de um milhão de francos apenas da sua parte nos bens da falecida avó. Até a primeira guerra mundial, seus descendentes estavam entre os três maiores proprietários de terras da Hungria.[11]
- Prinz Ferdinand Coburgsches Fideikommiss
- Gräflich Kohárysches Fideikomiss
Os dois fideicommisses permitiram deter a propriedade familiar em fundações pertencentes a toda a família, mas governadas apenas pelo chefe da família, o Fideicommissherr. As famílias aristocráticas usavam esse instrumento para financiar a casa representativa do chefe da família, bem como para manter palácios e castelos, e pagar subsídios a membros da família sem riqueza pessoal.
PaláciosEditar
Palais Coburg em Viena, hoje um hotel.
Palácio de Svätý Anton na Eslováquia, hoje um museu.
Ebenthal, Baixa Áustria, hoje propriedade privada.
O castelo Walterskirchen perto de Poysdorf, na Baixa Áustria, ainda é propriedade da família.
Castelo de Coburg, Schladming, construído em 1885 para o príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, hoje a prefeitura do município.
Palácio de Vrana em Sófia, Bulgária. Construído no início do século XX, é agora propriedade do município de Sófia.
Palácio de Euxinogrado na costa norte do Mar Negro da Bulgária. Construído entre 1881-1885 como residência de verão de Fernando I da Bulgária, hoje é propriedade do estado búlgaro
Palácio Leopoldina, Rio de Janeiro. Adquirida em 1865 para ser residência da Princesa Leopoldina do Brasil, seu esposo Príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e seus filhos. Foi demolido em 1930.
Local de enterroEditar
Em 1851, um comitê chefiado pelo príncipe Augusto de Saxe-Coburgo-Gota começou a planejar a construção de uma igreja católica romana em Coburgo com um túmulo embaixo. St. Augustinkirche foi inaugurado em 28 de agosto de 1860. A cripta contém os restos mortais de quinze membros dos ramos Kohárys.
NotaEditar
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «House of Saxe-Coburg and Gotha-Koháry».
Referências
- ↑ August Wilpert, Bayerische Bibliographie. Kurze Geschichte der katholischen, sog. "Koháry"-Linie des Herzoglichen Hauses Sachsen-Coburg und Gotha, http://gateway-bayern.de/BV014584282 Page 4
- ↑ Bragança, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e. A Princesa Leopoldina, in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 243, 1959, pp. 87, 90. (ISSN 0101-4366)
- ↑ http://www.gothainternational.eu/Saxe-Coburg-Kohary.pdf
- ↑ Conversations-Lexikon der Gegenwart (em alemão). [S.l.]: F. Brockhaus. 1839
- ↑ «Verlag der Österreichischen Staatsdruckerei, Wien». Lexikon des gesamten Buchwesens Online. Consultado em 12 de janeiro de 2022
- ↑ «VI. Eheschließungen, Geburten und Sterbefälle». De Gruyter. 31 de dezembro de 1911: 406–433. Consultado em 12 de janeiro de 2022
- ↑ "Verzichtsurkunde des Königs von Portugal auf alle Fideikommiss und Lehenrechte in Österreich und Ungarn zu Gunsten von August und Leopold.. 5 Siegel - Deutsche Digitale Bibliothek"
- ↑ Josef Tafler, Rudolf Eisler: Mitteilungen aus dem Publikum. (…) Erklärung. In: Neue Freie Presse, 22 February 1925, p. 10 (Online at ANNO
- ↑ Defrance, Olivier. La Médicis des Cobourg, Clémentine d’Orléans, Bruxelles, Racine, 2007, pp. 233-234 (ISBN 2873864869)
- ↑ https://www.kingsimeon.bg/wp-content/uploads/2014/11/Nie_Simeon-II_Kohary.pdf
- ↑ Paoli, Dominique (2006). Fortunes & Infortunes des Princes d'Orléans. France: Editions Artena. pp. 107, 113, 372. ISBN 2-35154-004-2.
Links externosEditar
- Media relacionados com Casa de Saxe-Coburgo-Koháry no Wikimedia Commons
- Saxe-Coburg-Koháry exposition in the Manor House Svätý Anton