Catarina Paraguaçu

Catarina Álvares Paraguaçu (Bahia, c. 1503Bahia, 26 de janeiro de 1583) foi uma indígena tupinambá, da região onde hoje é o estado da Bahia. Foi batizada em 30 de julho de 1528, em Saint-Malo, na França. Segundo a certidão, atualmente localizada no Canadá, o seu nome verdadeiro seria "Guaibimpará" e não "Paraguaçu" (nome que significa "mar grande"), como registra frei Santa Rita Durão em seu poema Caramuru. É a mais célebre mulher indígena do período, sendo apresentada por alguns como "uma das mães do povo brasileiro".[1]

Catarina Paraguaçu
Catarina Paraguaçu
Nascimento 1503
Bahia, Brasil Colônia
Morte 26 de janeiro de 1583 (80 anos)
Capitania da Baía de Todos os Santos, Brasil Colônia
Cônjuge Diogo Álvares Correia (c. ?)
Filho(a)(s) Ana Álvares, Genebra Álvares, Apolônia Álvares, Grácia Álvares
Religião católica

Biografia

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Caramuru e Paraguaçu, Viana do Castelo (Portugal).

Catarina Paraguaçu teria sido oferecida por seu pai, o cacique Taparica, como esposa ao náufrago português Diogo Álvares, o Caramuru, que gozava de grande proeminência entre os tupinambás da Bahia. Faleceu em idade avançada no ano de 1583 e elaborou testamento existente até hoje no Mosteiro de São Bento da Bahia, no qual deixa seus bens para os monges beneditinos. Os seus restos mortais repousam na Igreja e Abadia de Nossa Senhora da Graça, em Salvador.[2][3]

Uma imagem de Catarina Paraguaçu se encontra aos pés do Caboclo do Dois de Julho, monumento localizado na praça do Campo Grande no centro de Salvador.

Conforme uma das lendas mais antigas do Brasil, Catarina teria tido sonhos frequentes com náufragos, sofrendo com fome e frio, entre eles, uma mulher com uma criança nos braços. Confiando no caráter místico dos sonhos da esposa, Caramuru teria mandado que procurassem pela orla, até que foram encontrados vários náufragos, mas entre eles não havia nenhuma mulher. Catarina sonhou novamente com a mesma mulher e ela teria lhe pedido que construíssem uma casa para ela na sua aldeia. Em pouco tempo foi encontrada uma imagem da Virgem Maria com o menino Jesus nos braços, que esta localizada no altar da Igreja de Nossa Senhora da Graça em Salvador, construída no local da primitiva ermida mandada erigir pela devoção da índia Catarina Paraguaçu, em 1535, disputando com a antiga Sé e a Igreja da Vitória, o título de primeira igreja da Bahia[2][4]

Outra tradição também nos indica a fonte nos arredores do bairro soteropolitano da Graça na qual costumava se banhar, local no qual se localiza uma praça reformada pelo Poder Público.[5][6][7][8]

Ver também

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Referências

  1. Schumaher, Schuma (org.). Dicionário Mulheres do Brasil de 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. Verbete Catarina Paraguaçu.
  2. a b Missa lembra valor histórico da índia Catarina Paraguaçu (1999), recuperado em 14/09/2015
  3. Ribeiro, Carlos Leite. «Efemérides - Caramuru (Diogo Álvares Correia) - Morreu a 06 de Outubro de 1557». Caestamosnos.org 
  4. «Salvador – Mosteiro e Igreja da Graça». IPHAN – Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional. Consultado em 1 de maio de 2024 
  5. «A Ermida de Nossa Senhora da Graça». www.casadatorre.org.br 
  6. «A corajosa índia Paraguaçu, por Marcia, 07/06/2010 e actualizado em 18/10/2012». jornalggn.com.br 
  7. «Diogo Álvares, o Caramuru, e a fundação mítica do Brasil». bibliotecadigital.fgv.br 
  8. «Primeiro casal cristão do Brasil». www.ubaldomarquesportofilho.com.br