Catira

Dança folclórica brasileira

A catira, que também pode ser chamada de cateretê,[1] é uma dança folclórica caipira em que o ritmo musical é marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos. De origem híbrida, com influências indígenas, africanas e europeias, a catira (ou "o catira") pode ser formada por seis a dez componentes e mais uma dupla de violeiros, que tocam e cantam a moda de viola. É uma dança típica de São Paulo e do interior de estados brasileiros influenciados pela cultura caipira, como Mato Grosso, Goiás, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Tocantins. As coreografias da catira apesar de parecerem semelhantes, variam bastante em determinados aspectos, havendo diferenças nítidas de uma região para outra. Normalmente é apresentada com dois violeiros e dez dançarinos.

Catira
Catira
Apresentação do grupo Pioneiro do Catira, de Hortolândia, em 2013
Contexto cultural Brasil
Instrumentos típicos Viola caipira
Popularidade Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Tocantins

Origem

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Segundo historiadores, a dança foi incutida no caminho das bandeiras, pois era praticada pelos peões dos bandeirantes, quando descobriram que nos assoalhos dos ranchos fazia um barulho interessante, brincando de bater palmas e pés, e assim foi sendo defendida pelos peões por onde eles acampavam.[2]

Diversos autores, entre eles Mário de Andrade, contam que a catira no Brasil, se originou entre os índios e a da Nossa Senhora da Conceição, da qual era devoto. Teria Anchieta composto versos em ritmo de catira para catequizar índios e caboclos e a considerada própria para tais festejos, já que era dançada somente por homens, fato que se observa, ainda hoje, em grande parte do país. Atualmente, ela é dançada também por idosos e meninos.

Há, porém, os que dizem que ela veio da Oceania junto com os australianos e outros acham que é de origem alemã.[carece de fontes?] O certo é que ela adquiriu características desses três grupos citados, podendo até ter recebido influências de outros povos que para o Brasil imigraram.

Evolução

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A catira em algumas regiões é executada exclusivamente por homens, organizados em duas fileiras opostas. Na extremidade de cada uma delas fica o violeiro que tem à sua frente a sua “segunda”, isto é, outro violeiro ou cantador que o acompanha na cantoria, entoando uma terça abaixo ou acima. O início é dado pelo violeiro que toca o “rasqueado”, toques rítmicos específicos, para os dançarinos fazerem a “escova”, bate-pé, bate-mão, pulos. Prossegue com os cantadores iniciando uma moda de viola, com temática variada em estilo narrativo, conforme padrão deste gênero musical autônomo. Os músicos interrompem a cantoria e repetem o rasqueado. Os dançarinos reproduzem o bate-pé, bate-mão e os pulos. Vão alternando a moda e as batidas de pé e mão. O tempo da cantoria é o descanso dos dançarinos, que aguardam a volta do rasqueado.

Acabada a moda, os catireiros fazem uma roda e giram batendo os pés alternados com as mãos: é a figuração da “serra abaixo”, terminando com os dançarinos nos seus lugares iniciais. O Catira encerra com Recortado: as fileiras, encabeçadas pelos músicos, trocam de lugar, fazem meia-volta e retornam ao ponto inicial. Neste momento todos cantam uma canção, o “levante”, que varia de grupo para grupo. No encerramento do Recortado os catireiros repetem as batidas de pés, mãos e pulos.

Referências

  1. «Catira ou cateretê - dança do folclore brasileiro» (PDF). Consultado em 23 de setembro de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 17 de abril de 2016 
  2. «Grupo Catira Brasil - Tradição da família». Recanto Caipira. Consultado em 16 de novembro de 2014. Arquivado do original em 12 de agosto de 2014 

Ligações externas

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